Maioria das mulheres líderes portuguesas prevê igualdade nos boards em dez anos

O estudo anual "Global Female Leaders Outlook", da KPMG, revela que 60% das líderes portuguesas acredita que haverá igualdade de género na administração das empresas, no máximo, na próxima década. Susana Abreu, partner de Audit & Assurance e membro do Conselho de Administração da KPMG Portugal, destaca que este estudo permite ter uma visão clara e alargada sobre como as empresárias nacionais e internacionais olham para alguns dos principais temas mundiais.

Susana Abreu é partner de Audit & Assurance e membro do Conselho de Administração da KPMG Portugal.

As conclusões do Global Female Leaders Outlook, o estudo anual desenvolvido pela consultadora KPMG, junto de cerca de 850 mulheres líderes, em 53 países, são reveladoras. Cerca de 60% das líderes portuguesas acredita que, no máximo, nos próximos dez anos haverá igualdade de género na administração das empresas, enquanto 91% concorda que o escrutínio em volta deste tema continuará a aumentar, nos próximos três anos. A maioria das inquiridas, em Portugal e a nível global, está otimista em relação à evolução da diversidade nas empresas e acredita que o progresso não tem sofrido uma desaceleração no último triénio. Para 67% das executivas portuguesas, e 76% das mulheres líderes internacionais, a igualdade de género na administração das empresas vai ajudá-las a atingir os seus objetivos de crescimento.

Devido aos cenários de crise e instabilidade a nível global, a esmagadora maioria das executivas portuguesas (90%) e internacionais (80%) reconhece que a sua carga de trabalho tem vindo a aumentar, e 64% das líderes portuguesas destacou que isso interfere diretamente na sua vida pessoal e familiar.

Susana Abreu, partner de Audit & Assurance e membro do Conselho de Administração da KPMG Portugal, considera que este estudo permite ter uma visão clara e alargada sobre como as empresárias nacionais e internacionais olham para alguns dos principais temas mundiais: “Acreditamos que esta partilha de conhecimento e a comparação entre as visões nacionais e internacionais são ferramentas úteis para a tomada de decisões e aumenta o grau de preparação das organizações para contextos imprevisíveis.” Destaca ainda a adesão crescente das executivas portuguesas para participar neste estudo, “sendo Portugal o quarto país com maior número de participantes, apenas atrás dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil.”

Mulheres líderes têm pouca confiança no crescimento da economia portuguesa

Quase metade das empresárias nacionais mostra-se pouco, ou nada, confiante em relação ao crescimento da economia portuguesa nos próximos três anos. Por outro lado, a confiança aumenta na economia mundial, com apenas 31% a mostrar-se cética em relação à sua evolução positiva. Olhando para as suas empresas, e para os próximos três anos, a maioria das mulheres líderes portuguesas espera um crescimento entre 0,01 e 4,99% na faturação, identificando como principais riscos as subidas na inflação e taxas de juro (16%), questões regulatórias (14%) e ameaças à cibersegurança (12%). Um top 3 que contrasta, em parte, com o referido pelas executivas internacionais, que mantêm a inflação e o aumento das taxas de juro em primeiro lugar (18%), mas que colocam nas restantes posições, a questão do talento (12%), e a incerteza política (10%).

O impacto do ESG no desempenho financeiro das empresas

Para 54% das executivas nacionais o desempenho financeiro da sua empresa melhorou com a implementação de programas ESG. Sobre as prioridades de investimento nesta área, para os próximos três anos, apostam em primeiro lugar no ambiente (51%), em segundo lugar na componente social (27%) e só depois no governance. As prioridades são semelhantes quando olhamos para as líderes internacionais, mas a distribuição é mais equilibrada: 38% pretende investir no ambiente, 29% na componente social, e 22% no governance.

O ESG continua, de resto, a ser visto como um dos temas prioritários também na relação com os stakeholders. A grande maioria das respostas nacionais (78%) indica que tem havido um interesse crescente por parte dos stakeholders em relação a critérios de divulgação e transparência de ESG do lado das empresas.

Transformação digital veio para ficar

A tecnologia é também considerada um fator determinante nas empresas para 78% das executivas portuguesas e 73% das mulheres líderes internacionais. A cibersegurança é vista como uma aposta consistente por parte das empresas, com 69% das empresárias nacionais e 65% das internacionais a considerar que as suas organizações estão preparadas para ciberataques. A transformação digital veio, assim, para ficar, e a tendência, de acordo com 78% das líderes nacionais, será para não desacelerar a modernização digital das suas organizações.

 

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