Licenciada e com um mestrado em Arquitectura pela Universidade Lusíada de Lisboa, Margarida Martins fundou o Wonderstudio, atelier de arquitetura que desenvolve soluções para projetos de reabilitação, remodelação, arquitetura e design de interiores, que se apresenta como “a alternativa perfeita aos grandes players de mercado”, pois aposta na democratização dos seus serviços. Sob a sua liderança, uma jovem equipa de arquitetas colocou este gabinete de arquitetura entre os 50 melhores do País, segundo a Anteprojetos. Saiba qual foi o maior desafio com que que teve de lidar neste percurso empreendedor e o que agora se avizinha.
“O meu maior desafio não foi provar as minhas capacidades ou superar expectativas dentro de uma empresa. Foi, sem dúvida, construir uma empresa de raiz quando não tinha formação ou experiência nesta área vastíssima. Assumi várias funções desde gestão, marketing, design, comercial, e, neste caso, tudo o que envolve a arquitectura. O combustível que me fez avançar com esta decisão foi a enorme vontade de criar e desenvolver projectos que marcassem a diferença na vida das pessoas.
Quando embarquei nesta jornada, as perspectivas de negócio em Arquitectura eram quase nulas. A concorrência era forte e definida por bons profissionais. No entanto ,sempre tive a certeza que poderia acrescentar valor ao que o mercado já oferecia. Desta forma, decidi ir contra todos os estereótipos e nunca desisti. A ideia era superar uma barreira de cada vez até encontrar o meu espaço.
Na altura, o apoio incondicional da minha família foi importantíssimo: o meu pai por ser um homem muito bem sucedido e a minha mãe que, com carinho e paciência, me deu sempre confiança. O meu marido nunca me deixou desistir e obrigou-me sempre a superar e principalmente a fazer melhor, todos os dias. Quando estamos a construir algo em que só nós acreditamos é importante saber a quem pedir opiniões, visto que, mais tarde, acabamos por perceber que nem todas merecem ser consideradas. É uma fase que requer bastante frontalidade, foco, persistência, tempo e descoberta.
Hoje em dia, o desafio continua a ser a aprendizagem. Desde gerir pessoas, tempo, emoções, clientes, projectos, tomar as decisões certas quando o nosso background é totalmente criativo.
Passados cinco anos, temos uma empresa composta por quatro arquitetas e um sócio, onde me arrisco a dizer que somos todos felizes. Para além de querer melhorar aquilo que temos desenvolvido, temos novas ambições. Novas ambições são sinónimo de novos desafios.
E o próximo, não irá ficar atrás. Neste momento encontro-me também à espera da minha primeira filha e certamente o desafio será aceitar que irei abdicar tempo precioso da sua companhia para abraçar estas novas perspectivas que aí vêm.”