Licenciada em Direito, diplomada em “Hautes Études Européennes”, vertente de Direito, no College d’Europe, em Bruges, na Bélgica e mestre em Política Internacional e Direito Comunitário pela Universidade Lusíada, entre outras formações, Isabel Meirelles é também conhecida pelas sua atividade como docente convidada e pelas colaborações frequentes com diferentes meios de comunicação social como comentadora, sobretudo de assuntos europeus. Movendo-se nos meios dos gabinetes políticos, nomeadamente enquanto adjunta dos ministros da Justiça do II, VI e VII Governos Constitucionais, foi vereadora da Câmara Municipal de Oeiras e hoje é vice-presidente do PSD, momento que elege como o maior desafio profissional da sua diversificada carreira profissional.
“O maior desafio da minha carreira ocorreu no início de 2018 quando o Rui Rio me propôs, de forma absolutamente inesperada e sem que nada o levasse a supor, tornar-me vice-presidente do PSD – Partido Social Democrata. Não é que fosse noviça nas andanças políticas, dado que já tinha concorrido à Presidência da Câmara de Oeiras numa experiência, diga-se, muito traumática, em que conheci o pior da política, através da mesquinhez, deslealdade e abandono de quase todos os valores éticos e morais. Prometi que não repetiria a provação!
Contudo, desta vez, aquando do convite para a direção política do PSD, aceitei sem grandes hesitações e até com entusiasmo! Por diversas razões bastante sustentadas. Rui Rio é um homem que possui qualidades invulgares de inteligência, de proibidade, rigor, resiliência, honestidade e de uma coragem ilimitada. Tinha-o encontrado, uma vez ou outra, em congressos e conferências e a nossa relação era muito cordial. Admirei-lhe desde logo um invulgar sentido de humor, que não se compaginava com o aspeto algo tímido e simultaneamente austero. Conhecia o seu percurso na Câmara do Porto, a grandeza da sua visão, a sua competência de gestor, o seu sentido das responsabilidades, o seu pragmatismo lúcido e a sua modéstia e, tudo isto, alicerçou rapidamente a minha decisão. Tive depressa a convicção que a sua envergadura era a de um Homem de Estado, aquilo de que a desacreditada, mas nobre atividade da política, está tão carecida.
Aceitei também porque, embora tenha nascido no Norte, mais concretamente em Freixo de espada-à-Cinta, sempre vivi em Lisboa, uma cidade que conheço desde a minha infância e onde fiz os meus estudos. Graças à minha atividade profissional de docente e de advogada, desenvolvi uma rede de contactos muito densa e dinâmica de relações profissionais e de amizade. Quis, assim, pôr este meu conhecimento e o amor por esta cidade ao serviço do meu Partido e do meu presidente.
“Aceitei, igualmente, porque a Mulher Portuguesa é uma pessoa nobre e merece que a sociedade lhe reconheça um lugar de pleno direito e incontestável, até porque muitas são ainda tratadas como filhas de um Deus menor.”
Aceitei também porque sou uma mulher decidida e comprometida em tornar Portugal num país melhor. Aceitei, igualmente, porque a Mulher Portuguesa é uma pessoa nobre e merece que a sociedade lhe reconheça um lugar de pleno direito e incontestável, até porque muitas são ainda tratadas como filhas de um Deus menor. Estas Mulheres reclamam também elas a nossa atenção e merecem que sejam reconhecidas sem tempo nem condições.
A maior dificuldade neste desafio centra-se na conciliação deste cargo com a minha atividade profissional e pessoal, sempre muito exigente. Contudo, aprendi a fazer das minhas fraquezas forças e a descentralizar quer no âmbito da minha sociedade de advogados, quer as tarefas domésticas, nas pessoas maravilhosas que me rodeiam. Este continua a ser outro desafio de intensa superação que me incita ainda a ser mais organizada, reflexiva e multi-task.
“Estou hoje absolutamente imbuída num espírito de missão na tentativa de demonstrar que se pode fazer política com ética e valores.
Estou hoje absolutamente imbuída num espírito de missão na tentativa de demonstrar que se pode fazer política com ética e valores e que, primeiro e antes de tudo, mesmo antes de nós mesmos, vem o interesse de Portugal. Não é fácil e até pode parecer utópico, mas acredito ser possível mudar mentalidades, cooperar no sentido de que o interesse nacional prevaleça. Afinal, foram, tantas vezes, as utopias que mudaram as nações e os povos e que nos ajudaram a aperfeiçoar. O desafio que me foi lançado é considerável, mas estou certa que, desta vez, terá ganho de causa.”