Liberty Seguros

A seguradora não olha para o género e prefere valorizar o mérito e os valores pessoais para criar um clima de bem estar e de confiança nos colaboradores.

Há empresas onde a paridade de géneros é uma “não questão”, onde as políticas de conciliação profissional e pessoal existem mas não são notadas, de tal forma estão presentes e bem assimiladas na orgânica do dia-a-dia. Podem não ser muitas, mas existem. E uma delas é a Liberty Seguros, que faz parte do Liberty Mutual Group, um dos maiores grupos seguradores dos Estados Unidos.

Em Lisboa, nos escritórios portugueses desta multinacional, Paula Garrido, responsável pela Direção de Gestão e Suporte ao Talento da empresa, explica que nem em Portugal nem no grupo o tema da igualdade de género é considerado estratégico. O que faz a diferença é a despreocupação das colaboradoras nesta matéria porque acreditam que pelo facto de serem mulheres, de terem de se ausentar por maternidade, ou para apoiar a família, não ficam prejudicadas na carreira. “O que importa é o compromisso, a atitude, a forma como se empenham no dia-a-dia”, diz esta executiva.

A Liberty não faz distinção nos objetivos e nas políticas. São os mesmos, seja qual for o género.

O tema não inquieta a Liberty porque o pratica há muito. “A empresa sempre esteve preocupada com o crescimento pessoal e profissional de todos os colaboradores e privilegia o melhor perfil para a vaga em aberto, tendo em conta as características, a experiência, os valores dos candidatos, e recruta acreditando que é uma mais valia para todos, seja mulher ou homem”, diz Paula Garrido.

O objetivo da seguradora é claro. Segundo palavras de Paula Garrido, a empresa quer que os colaboradores tenham “uma vida equilibrada e feliz”. E para isso o apoio familiar é muito importante, tanto para os homens como para as mulheres. Por isso, a Liberty não faz distinção nos objetivos e nas políticas. São os mesmos independentemente do género. E tem até um programa mundial de Gestão de Talentos para potenciar as capacidades dos colaboradores e ao mesmo tempo apoiar o crescimento do grupo. Nesta equação, assegura a executiva ,“o que conta é o desempenho, as caraterísticas e os valores de cada um e não a idade, o género ou mesmo a religião”.

A Liberty acredita que é essa a forma de gestão que hoje ajuda as empresas a serem bem sucedidas. Em Portugal e pelo mundo fora, onde ela tem muitos anos de experiência.

Mais mulheres do que homens

Como historicamente a tarefa de cuidar da família tem estado ligada às mulheres, e em grande parte assim continua, elas sentem um constante conflito de interesses entre a carreira e a família que tem originado uma também quase histórica ausência feminina nos lugares de decisão das empresas. E os homens acabaram por não se habituar a um estilo de liderança alternativo. Mas o panorama está a mudar e nalguns casos o ritmo de mudança é muito animador.

A estrutura de direção da seguradora tem mais mulheres do que homens.

Na Liberty existe um crescente no número de mulheres no quadro de pessoal. “São jovens com ambições e querem construir uma família. Logo, a questão da maternidade é comum na nossa empresa”, adianta Paula Garrido. E embora este seja um grande desafio – “manter os níveis de serviço quando estas situações ocorrem” – a empresa congratula-se por “festejar e apoiar” o percurso de uma mulher que se prepara para aumentar a família e, consequentemente, dividir tempo e atenção. “Até porque o lema da Liberty Seguros é precisamente ‘Pela proteção dos valores da vida’”, explica.

Neste momento, na empresa há mais mulheres do que homens e não é vulgar uma estrutura de direção ser composta essencialmente por mulheres, comenta a executiva. Mas na Liberty isso acontece e uma parte das colaboradoras tem filhos ainda pequenos. “O que demonstra que é possível atingir o equilíbrio e que o facto de o fazermos não impede nem condiciona a carreira de ninguém”.

A empresa tem duas diretoras coordenadoras que são mães de 4 e 3 filhos e que não precisam de relegar a família para segundo plano.

As políticas da empresa para a conciliação profissional e pessoal estão muito relacionadas com a maternidade e permitem que as colaboradoras também possam acompanhar o crescimento dos filhos. “As colaboradoras são importantes pilares dentro das suas famílias e, por isso, a empresa destaca a importância de conciliar ambas as funções, sem que seja necessário descurar a ambição profissional. Temos dois casos de diretoras coordenadoras que são mães de 4 e 3 filhos e que conseguem desempenhar os seus papeis sem relegar a família para segundo plano. Não queremos que seja necessário fazer escolhas, mas sim uma conciliação feliz de ambos os papeis”, remata Paula Garrido.

Um posicionamento que faz parte da cultura e dos valores da companhia e que se aplica tanto a mulheres como a homens. Porque eles também já desempenham um papel importante na vida familiar.

Liberty Seguros

Até nas iniciativas desportivas a diferença de participação por género não existe.

A maternidade é um ponto forte

As medidas que a Liberty defende para promover a igualdade de género baseiam-se “na capacidade, no mérito, no desempenho e nos valores pessoais”. É com eles que a empresa quer continuar a deixar marca e por isso responde assim, quando questionada pelos objetivos a curto prazo na área da igualdade: “Os mesmos de sempre”.

A empresa tem definidas várias medidas de promoção da igualdade pois, como reforça Paula Garrido, tem “um respeito enorme pelos colegas e pelas suas famílias e é fundamental que o equilíbrio exista e, mais importante ainda, se pratique”. E a título de exemplo refere o horário flexível na empresa que facilita a gestão do tempo em função das necessidade. Assim como a possibilidade de trabalhar a partir de casa, a redução de horário (5 horas) para permitir a amamentação até ao primeiro ano de vida da criança ou mesmo a possibilidade de levar os filhos para o trabalho.

A despreocupação das colaboradoras e colaboradores quanto a este assunto é um ponto de honra para a Liberty que quer que elas e eles sejam “efetivamente felizes”.

Entre os vários prémios que a empresa já recebeu em Portugal está o Prémio Excelência no Trabalho 2012 (que recebeu três anos seguidos), cotando-se assim como a “Melhor Grande Empresa” para trabalhar no país. Um prémio que teve por base um estudo da Heidrick & Struggles em parceria com o Diário Económico e o ISCTE Business School.

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