O novo livro de Judite de Sousa, “Político esfaqueado ou é morto ou é eleito”, é apresentado hoje, pelas 18h30, na livraria Leya na Buchholz, pelo jornalista Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI. Este 10.º trabalho editorial da jornalista fala da eleição do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tomou posse no passado dia 1 de Janeiro, e pretende “ser um olhar diferente para perceber as democracias atuais.”
Quando regressou a Lisboa, depois de fazer cobertura da segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, em outubro de 2018, Judite de Sousa já vinha decidida a partilhar esta sua experiência com os leitores portugueses. O livro parte também da atualidade política brasileira para analisar o fenómeno das democracias em crise e das redes sociais como arma de propaganda e desinformação, com eleitores a serem ganhos através de mensagens veiculadas através do WhatsApp, Facebook ou Twitter.
O título faz referência à agressão com uma facada sofrida por Bolsonaro, no início de setembro de 2018, que levou a que a sua participação na campanha eleitoral fosse feita em moldes muito particulares. Obrigado a ficar em casa durante a primeira e segunda volta das eleições, o candidato não participaria em debates nos media ou em ações de rua e usou as redes sociais para fazer passar as suas mensagens ao eleitorado brasileiro. Obrigada a lidar com um candidato “invisível”, o ângulo principal do trabalho de Judite Sousa passou a ser “o perigo da extrema-direita, aliado ao poder das tecnologias”, como pode ler-se no comunicado que apresenta a nova obra.
Com cerca de três décadas de carreira que a afirmaram como um dos rostos mais conhecidos e respeitados do jornalismo nacional, Judite de Sousa é presença assídua do Prémio “As 25 Mulheres mais Influentes de Portugal”, atribuído anualmente pela Executiva. Cobriu as campanhas de Barack Obama e Emmanuel Macron, assistiu ao genocídio do Ruanda, foi enviada especial à Guerra da Bósnia (trabalho que lhe valeu o Prémio Bordalo de Jornalismo), esteve no Paquistão após os ataques do 11 de Setembro e em Madrid logo depois dos atentados de Atocha. Em 2018 criou o seu blogue profissional: juditesousa.pt.
“Político Esfaqueado ou é Morto ou é Eleito” sucede a “Duas ou três coisas sobre mim”, editado em 2018, também pela Oficina do Livro.
Escreveu que já “trazia um livro na cabeça”, quando regressou do Brasil. Porque se tornou tão importante para si escrevê-lo?
Pelo desafio. Pela corrida contra o tempo. Tinha tantas histórias profissionais para partilhar com os eleitores que desejei muito escrever este livro. Foi um nascimento muito rápido.
Como foi a experiência de escrever um livro no tempo recorde de 10 dias?
Quando cheguei do Rio de Janeiro, dormi umas horas e depois mandei uma mensagem ao Pedro Sobral, diretor da Leya, pedindo-lhe uma reunião urgente. Ele deu-me cerca de duas semanas para escrever. Depois, era o tempo que a editora precisava para as revisões, capa e colocação no mercado. Era imperativo que o livro saísse na semana em que Jair Bolsonaro toma posse como Presidente do Brasil.
Nesta obra também analisa o fenómeno das redes sociais como arma de propaganda. O que está a distanciar as pessoas da verdade e dos factos, quando nunca tiveram tantas ferramentas como têm hoje para os apurarem facilmente?
No Rio de Janeiro, comprei alguns livros de ciência política acabados de sair e ainda não publicados em Portugal. São livros que abordam a influência das redes sociais na política contemporânea e que consideram que as democracias, tal como as conhecemos, estão em crise. É também sobre esta nova realidade comunicacional que trato no livro.
O ano de 2018 foi também o do lançamento do seu blogue pessoal. Que balanço faz desse projeto?
Muito positivo. Foi um ano intenso.
Já tem mais algum outro projeto editorial pensado para 2019? Sobre que tema gostaria de escrever?
Não sei. Agora, é tempo de deixar este livro respirar.
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