Depois de completar a sua formação, com um mestrado em Psicologia do Trabalho, Organizações e Recursos Humanos, pela Universidade do Minho, Joana Bacelar Lopes, iniciou o seu trajeto profissional no departamento de Recursos Humanos da Siemens Healthcare, mas depressa percebeu que esse não era o seu caminho. Cruza-se, então, com o mundo da consultoria de Recursos Humanos, entrando numa multinacional especializada no recrutamento de quadros médios e superiores, e descobre a sua paixão. O contacto diário com pessoas diferentes e uma agenda sem rotinas, é o que motiva Joana Bacelar Lopes e a razão maior para desenvolver, desde então, uma carreira nesta área. Na Michael Page, onde está há mais de 12 anos, começou como consultora da divisão de Engenharia, tendo passado por várias funções e gerido diferentes áreas de negócio.
Nunca recusando novos desafios, Joana Bacelar Lopes abraçou a oportunidade dada pela empresa de fazer o programa One Step Ahead – Líderes no Feminino, da AESE, com o objetivo de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Uma aposta ganha que a impactou pelo netwowking gerado e pela partilha de experiências inspiradoras.
Tem um mestrado em Psicologia do Trabalho, das Organizações e dos Recursos Humanos, mas dirigiu a sua carreira para a área comercial e de marketing. Era o que sonhava para o seu futuro profissional? O que a atraiu nesta área?
No fundo aquilo que faço é uma simbiose perfeita, que me permite conciliar duas vertentes que muito gosto: o recrutamento de middle and top management que é uma área diretamente ligada à minha formação de base, ao mundo comercial de contacto permanente com o mercado de trabalho e mundo empresarial. Efetivamente, isto é o que me dá prazer e faz feliz: uma dinâmica grande, um dia que não é igual ao outro e o facto de conhecer diariamente pessoas novas com as quais aprendo imenso e onde sinto que também aporto valor.
Quais as principais etapas da sua carreira até às funções que hoje ocupa?
Fiz um trajeto normal de crescimento interno, propiciado pela empresa onde trabalho e também claro, pela entrega que sempre fui evidenciando. Comecei com um estágio curricular, num departamento de Recursos Humanos de uma multinacional no setor da saúde, tendo depois sentido uma vontade grande de conhecer aquilo a que chamavam consultoria de Recursos Humanos. Entrei, igualmente, como trainee e, depois, fui agarrando as oportunidades que me eram dadas, tendo passado pelo recrutamento em diferentes áreas funcionais, o que foi ótimo, porque me deu uma visão global do mercado, até ao momento atual, em que giro a divisão Norte da Michael Page, dedicada ao recrutamento de perfis comerciais e de marketing, gerindo uma equipa já sénior e madura, altamente especializada e que, acredito fazer a diferença neste setor.
Quais os principais desafios que enfrenta atualmente na sua função?
Trabalhando em áreas muito especializadas e onde, de momento, a taxa de desemprego está próxima do zero o grande desafio é gerir o mercado de candidatos. Conseguir criar uma relação estreita e de confiança com os candidatos, para que eles nos vejam como os seus gestores de carreira. Depois desta etapa, compete-nos ainda ter sempre melhores projetos, trabalhar com empresas de referência, para conseguirmos, assim, competir num mercado altamente concorrencial e competitivo.
“Nesta, como em qualquer outra área de consultoria, pela intensidade do negócio e métricas associadas, temos de amar o que fazemos. Não pode haver meio termo e, se não estamos em pleno, dificilmente conseguimos apresentar os resultados pretendidos.”
Porque decidiu fazer o programa One Step Ahead – Líderes no Feminino?
O programa surgiu num plano de crescimento e desenvolvimento propiciado pela empresa onde trabalho. Após avaliarmos algumas ofertas educativas disponíveis no mercado, esta foi a opção tomada, com vista ao desenvolvimento de novas ferramentas de gestão de negócio, gestão de marca pessoal e de pessoas, assim como, pela possibilidade de troca de experiências e partilha de desafios transversais ao mercado.
Qual o impacto do programa na sua vida?
A grande mais-valia do OSA é ter um público-alvo muito distinto e encontrarmos pessoas de diferentes setores de mercado, funções, experiência e mesmo faixas etárias. O networking gerado e a troca de experiências propiciada, acaba por ser um dado interessante para o nosso crescimento.
Que objetivos tem para o seu futuro profissional?
Vislumbro uma fase de crescimento interno na empresa onde estou: maturação de áreas de negócio, crescimento de equipas e investimento em novas áreas e, por isso, esse será naturalmente o meu foco.
Que conselho deixaria a uma jovem executiva que queira fazer carreira na sua área?
Nesta como em qualquer outra área de consultoria, pela intensidade do negócio e métricas associadas, temos de amar, no sentido literal, o que fazemos. Não pode haver meio termo e, se não estamos em pleno, dificilmente conseguimos apresentar os resultados pretendidos. Portanto, para quem quiser pisar estes palcos deverá ter um sentido de escuta ativa apurado, uma curiosidade imensa de estar em constante atualização sobre o mercado laboral, uma capacidade de trabalho grande e uma resiliência ainda maior, pois é um negócio onde não controlamos todas as variáveis do mesmo. Mas, é efetivamente, uma área onde sentimos que conseguimos fazer a diferença na vida das pessoas e percecionar, 12 anos depois, que pessoas que colocamos como técnico-comerciais são hoje administradores de empresas e já nossos clientes, é extremamente gratificante.
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