A Google assinala hoje através de mais um divertido ‘doodle’ o nascimento de uma figura icónica da ciência europeia, a condessa sueca Eva Ekeblad (1724-1786). A primeira mulher a ser aceite como membro da Academia Real das Ciências da Suécia, em 1748, Ekeblad celebrizou-se pelos seus estudos sobre as propriedades da batata, alimento introduzido na Suécia cerca de 100 anos antes. Graças às suas descobertas sobre a possibilidade de se produzir farinha e extrair álcool a partir da batata, devido à sua riqueza em amido, a cientista e condessa sueca contribuiu para a popularização do tubérculo na alimentação básica dos suecos.
As suas descobertas sobre as novas aplicações da batata aumentaram a oferta de cereais como o trigo, centeio e a cevada, mercadorias com alto valor de mercado e muita procura no seu tempo. A investigação da condessa foi particularmente significativa numa época em que a Suécia atravessava uma fome severa devido à escassez de cereais. Por outro lado, a descoberta da produção de bebidas alcoólicas a partir da batata conduziu ao aumento exponencial do consumo de álcool no país.
Para além do consumo alimentar, a condessa Eva Ekeblad encontrou na batata outras valias como a sua aplicação em cosméticos, substituindo outros agentes químicos nocivos, tais como o chumbo, no caso do sabão. Permitindo-lhe desenvolver, em 1751, um método inovador para branquear os tecidos de algodão.
A relevância do seu trabalho científico granjeou à cientista, conhecida pelo seu temperamento intimidante e autoritário, o título de membro da Academia Real das Ciências da Suécia, em 1748. Tornou-se, assim, a primeira mulher a ser admitida na prestigiada Academia. Porém, devido ao género, nunca chegou a marcar presença em nenhuma das cerimónias daquela instituição, cuja pertença era exclusivamente destinada a homens. Chegando mesmo a ver, graças à discriminação do género feminino, o seu título reduzido ao de membro honorário.
