5 regras de etiqueta para não fazer má figura em eventos profissionais com o pé na areia

Chegou o verão e com ele a possibilidade de um ou outro evento profissional à beira-mar. Mas não é por o local ser descontraído, que podemos esquecer que estamos em trabalho. Joana Andrade Nunes diz-lhe quais as regras de etiqueta que deve seguir em cocktails com o pé na areia.

Joana Andrade Nunes é consultora de protocolo, etiqueta e comunicação.

As tardes de verão vieram para ficar. Com elas, as famosas “festa com o pé na areia” são uma constante no contexto empresarial.

Por mais descontraídas e informais que possam parecer, jamais poderemos esquecer que têm lugar no contexto profissional. Tal implica, claramente, que a nossa postura de excelência seja mantida.

Muito sumariamente — pois tenho em consideração que nesta altura do ano o tempo e disponibilidade mental para ler as minhas reflexões são escassos — recordo-lhe as 5 grandes regras que jamais deverá descurar para brilhar, com mestria, nestes  eventos profissionais de verão.

 

1.Vista-se de acordo com a ocasião

O tema “traje profissional” tem sido alvo de inúmeras reflexões da minha parte. Como tal, estou consciente que não lhe apresentarei nenhuma novidade.

Assim, recordo apenas que se deverá apresentar de acordo com o que o evento exige. Tal implica, por exemplo, que os saltos altos fiquem no escritório dando lugar a calçado apropriado para este ambiente e que o fato dê lugar a um vestido comprido mais descontraído. Relembro, também, que “à vontade” não é sinónimo de “à vontadinha” o que significa que peças de vestuário com um teor de transparência considerável (ou com dimensão reduzida) não sejam adequadas para um evento informal profissional, mesmo que “com o pé na areia”.

Se estiver sol e o evento decorrer no exterior, pode utilizar chapéu e óculos de sol: contudo, não se esqueça, pelo menos, de retirar os óculos de sol antes de cumprimentar alguém… ou, se quiser brilhar, enquanto comunica com o outro.

Um leque poderá ser um acessório extremamente simpático para fazer face ao calor que se faça sentir; por outro lado, uma “echarpe” ou um lenço de maior dimensão, são peças ímpares que não só lhe atribuem um tom de elegância, como poderão ajudar a fazer face à brisa do final do dia.

 

2.Cuidado com o que come… e com o que bebe

Festa que é festa, implica diversão! A comida será, seguramente, maravilhosa. Os cocktails? Divinais! Contudo, seja inteligente na seleção dos canapés que irá degustar (cuidado com as nódoas que possam causar  ou com o desafio que pode ser a degustação de alguns canapés). Por sua vez, nunca se esqueça que está num ambiente corporativo controlando o nível de álcool ingerido…

Caso não aprecie algo, não faça circular, “ao som do vento” a sua opinião. Guarde a mesma para si. Caso o anfitrião lhe pergunte, diretamente, se não está a apreciar a refeição/cocktails pois ainda “não a vi provar nada”, responda, elegante e vagamente: “apreciei o que comi/bebi”, sempre com um sorriso na cara.

 

3.Selecione, cuidadosamente, os temas de conversa

Um evento “com o pé na areia” é  informal, e os temas de conversação deverão ser leves, evitando assuntos técnicos e/ou profissionais. Evite, também, os chamados “temas proibidos” (religião, política, sexo) pois, rapidamente, poderão funcionar como uma verdadeira bomba no evento.

 

4.Respeite a linha vermelha de cada um

Em contextos informais, é mais fácil esquecer a “linha vermelha” que separa a vida profissional da vida pessoal do outro. Contudo, é fundamental que esta linha seja preservada evitando comentários ou questões de teor pessoal e que possam deixar o outro desconfortável. Evite, também, comentários pessoais (por exemplo, perguntar quanto custou o vestido, quem ficou com os filhos em casa enquanto a festa decorre, quanto paga à ama para poder vir à festa sem os filhos, etc). Por fim, não insista com a sua colaboradora mais jovem para dançar: nem todos têm pés de bailarina e/ou se sentem confortáveis a dançar enquanto as “chefias” estão a observar!

 

5.Divirta-se! Divirta-se! Divirta-se!

Por fim, divirta-se! Pode parecer um conselho básico mas, infelizmente, muitas vezes deveria ser apresentado como “regra”. Uma festa é um momento de diversão, de descontração — sobretudo, estes eventos “com o pé na areia”. Como tal, não há nada pior do que estar presente na mesma apenas fisicamente. Ditam as regras de saber estar que a nossa postura deve estar em sintonia com o tom do evento. Estar contrariada numa festa, é rude e demonstra falta de consideração pelo anfitrião que com tanto carinho preparou a festa e fez questão de a convidar.

Assim, não se esqueça: se confirmou a sua presença, esteja presente com o coração, com corpo e com toda a alma! Divirta-se! Divirta-se! Divirta-se!

Da minha parte, despeço-me com votos de um excelente verão e de muita diversão!

 

 

Joana Andrade Nunes é consultora de protocolo, etiqueta e comunicação, membro da Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo, colaboradora no programa “Praça da Alegria”, na RTP 1 e autora da rubrica “Etiqueta Profissional”, na Executiva. Mestre e Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, iniciou a carreira profissional como docente universitária nesta instituição e, até 2017, conciliou a atividade de docência com a prática de advocacia de negócios. Em 2014, foi distinguida com Menção Honrosa no âmbito do V Prémio Wolters Kluwer de Artigos Jurídicos Doutrinários. O seu livro Quatro Gerações à Mesa foi considerado o melhor livro de culinária de Portugal, pelos Gourmand World Book Awrads (2016) e o 3.º melhor do mundo, pelos gourmand World Book award, 2017. Desenvolve a atividade de consultoria e formação junto de prestigiadas equipas e organizações.

 

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