Logo que terminou a licenciatura em Arquitetura, pela Universidade Lusíada, Sara Afonso foi convidada para lecionar no IADE. Mais tarde, na Câmara Municipal de Sintra passou pelo Urbanismo (onde fez uso da pós-graduação em Direito do Ambiente e Território, da Universidade Coimbra), Departamento de Habitação, Projeto dos Centros Históricos e Obras Municipais. Depois de 21 anos como funcionária pública, em Março deste ano ano Sara Afonso decidiu lançar um empreendimento, “onde a arquitetura anda a par com a gestão”. Assim nasceu a Something Imaginary, uma empresa de arquitectura e urbanismo.
Quando e por que razões decidiu tornar-se arquiteta?
Não tem poesia: andei sempre muito indecisa. No 9.º ano fiz testes psicotécnicos e deu várias disciplinas, mas com uma tendência grande para a área da criatividade-arquitetura, e eu segui a ciência.
O que fazia, concretamente, como funcionária pública quando decidiu mudar de vida?
Projeto e Coordenação de projeto, de que gosto bastante. A minha saída teve mais que ver com a minha evolução pessoal.
Como se preparou para fazer esta transição?
Sou um pouco louca e sigo muito a vida por instinto e amor. Achei que tinha chegado a hora de me lançar, senti-me confiante e com maturidade q.b. para esta aventura.
Quais os principais desafios enfrentados como empresária e como lidou com eles?
Gerir pessoas, equipas (algumas só de homens, sim ainda há muito disso) e manter um equilíbrio na folha Excel da empresa. Tenho lido muito sobre gestão, recursos humanos, tento refletir antes das decisões, testar e medir, e saber de antemão que ninguém é perfeito. E tenho no meu marido o conselheiro perfeito, pois já tem uma empresa há mais anos.
Qual o balanço que faz desta mudança?
O balanço é mais que positivo, apesar das 16 horas de trabalho, sem férias e sem fins-de-semana. Temos 12 colaboradores, entre arquitectos séniores, juniores e estagiários, e parcerias com gabinetes de engenharia e consultadoria. Abrimos há um ano e estamos já com projetos nas áreas de hotelaria, habitação, reabilitação e sustentabilidade.
Como se imagina daqui a cinco anos?
A trabalhar menos horas e com a equipa bastante mais autónoma e sistematizada. E já lançada noutras áreas que já andam a fervilhar.