Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Daniela Braga não está hoje ligada à Literatura mas a sua empresa lida diariamente com dados em 46 línguas, para as quais são necessários conhecimentos desde o nível de falantes nativos ao científico. Após a licenciatura e o mestrado em Portugal, a empreendedora fez investigação na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e deu aulas na Universidade da Corunha durante dois anos, até que entrou para a Microsoft e a sua vida mudou. Em pouco tempo ganhou novas competências e uma visão do mundo que lhe mostrou o futuro.
Quando, em 2015, a Inteligência Artificial ainda nos parecia ficção científica, Daniela Braga fundava a sua empresa em Portugal, mas com sede nos Estados Unidos – não apenas porque era neste país que vivia, mas também pela dimensão do mercado e pela mentalidade dos investidores mais dispostos a arriscar do que os portugueses. A sua DefinedCrowd faz análise de dados com recurso a inteligência artificial, ou explicada de forma muito simples pela sua fundadora “está a contribuir para que os robôs, assistentes pessoais, etc, sejam mais inteligentes e que nos consigam compreender melhor, deixando mais tempo livre para as coisas que verdadeiramente importam”, e em três anos angariou 13 milhões de dólares de investimento.
Qual o impacto da pandemia no negócio de Daniela Braga, que tem escritórios em Lisboa, Porto, Seattle e Tóquio?
“O maior desafio desde o início foi garantir que todos os nossos 237 colaboradores estavam em segurança. Para isso, estabelecemos desde logo um plano permitindo que os nossos 4 escritórios pudessem trabalhar remotamente pelo tempo que fosse necessário, sempre alinhados com os conselhos e diretrizes dos governos e autoridades locais.
De momento, o nosso plano de expansão mantém-se, sendo que continuamos a contratar ao ritmo previsto no início do ano. Tivemos, claro, que adaptar o processo de on-boarding, que de momento é feito remotamente e sem quaisquer constrangimentos. O maior desafio é fazer com que os novos membros da DefinedCrowd se sintam bem-vindos e integrados nas suas equipas, sendo que tudo isto é feito remotamente.
Estamos há mais de um mês a trabalhar remotamente e à mesma velocidade de sempre. Estamos obviamente a seguir de perto as notícias que nos chegam dos nossos clientes, dos governos e da Organização Mundial de Saúde, e vamos adaptar-nos às recomendações futuras.
Como negócio, é vital sabermos adaptar-nos às dificuldades e desafios que vão aparecendo. Estes são novos tempos para todos, e a resiliência é um valor muito importante termos em mente durante toda esta situação. Manter o foco e não perder de vista o objetivo final, enquanto vivemos o dia-a-dia, é crucial para combater e superar situações difíceis. Não nos podemos esquecer que esta é uma fase e que iremos sair dela – mais fortes e unidos do que nunca. “