Desde Dezembro de 2015 que Maria João Ricou acumula a coordenação do departamento de Direito Bancário, Financeiro e Mercado de Capitais com a direção-geral em Portugal da sociedade de advogados ibérica Cuatrecasas, Gonçalves Pereira (CGP).
Em 1984, recém-licenciada pela faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, integrou a equipa de apenas cinco advogados que então constituía o escritório de André Gonçalves Pereira. Nessa altura já o primeiro filho, nascido logo no 1.º ano do curso de Direito (pelo qual optou depois de um ano em Gestão), tinha 6 anos. Um filho que, na primeira infância, “teve na avó materna uma segunda mãe”, um apoio sem o qual “muito dificilmente” teria conseguido fazer o percurso que fez. Com quatro filhos, Maria João Ricou é um exemplo de que é possível conciliar uma vida profissional plena com uma família que se pode considerar numerosa. Conseguiu este feito “tendo os objetivos, pessoais e profissionais, muito claros, e trabalhando arduamente para os atingir, o que incluiu ter de fazer opções que muitas vezes implicaram um sacrifício pessoal” ao longo da carreira.
Cresceu com o escritório e com o país. Viu Portugal transformar-se, a sua atividade evoluir e o escritório, hoje com quase 90 anos, passar de cinco advogados para os mais de 140 atuais, num total de mais de 220 pessoas que hoje nele trabalham só em Portugal. A nível mundial, em resultado do acordo de integração com a gigante espanhola Cuatrecasas, a CGP ultrapassa já os 1000 advogados.
Pelas mãos de Maria João Ricou passaram, e continuam a passar, algumas das maiores operações financeiras e de mercado de capitais realizadas em Portugal. Recorda ter estado envolvida numa grande operação de investimento estrangeiro quando tinha apenas 27 anos e de ter receado que, quando os clientes a conhecessem pessoalmente, “sentissem um arrepio” ao constatar a sua juventude. Mas o seu profissionalismo foi o mais importante.
Em Janeiro de 2011, na sequência da saída do sócio que, desde há muito, exercia as funções de managing partner, a CGP adotou um modelo de gestão bicéfala e Maria João Ricou foi então nomeada codiretora-geral da sociedade em Portugal. Após um mandato de quatro anos e meio, o modelo foi abandonado e as funções assumidas por um outro sócio. Mas cinco meses depois, o mercado foi surpreendido com o anúncio de que a advogada retomava a liderança da sociedade, desta vez sozinha, retomando igualmente o assento no conselho de administração a nível ibérico. Ganhou em reconhecimento e poder acrescidos, mas também redobrou a responsabilidade e intensidade de trabalho: o reverso da medalha foi “inevitavelmente, perder qualidade de vida pessoal”. Continua a assessorar juridicamente processos muito exigentes, que ainda hoje por vezes a obrigam a passar a noite no escritório, mas diz que “quando os projectos são interessantes e se gosta daquilo que se faz, um ritmo muito intenso acaba por ser um fator de estímulo”.
JÁ GARANTIU O SEU LUGAR?
Maria João Ricou, diretora-geral da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, vai integrar a mesa redonda ‘Como a liderança feminina está a mudar as empresas’, em que também participarão Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, Madalena Tomé, CEO da SIBS, Teresa Carvalho, diretora do Gabinete Jurídico & Compliance da Liberty Seguros, e Maria da Glória Garcia, da Universidade Católica Portuguesa, numa conversa conduzida por Alexandre Real, managing partner da Sfori. António Ramalho, CEO do Novo Banco e um defensor da igualdade de género e da ascensão das mulheres nas empresas, será o key note speaker da conferência.
Garanta já a sua presença neste evento, que vai realizar-se no dia 24 de novembro, no Auditório Cardeal de Medeiros, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Os lugares são limitados.
Esta conferência conta com o patrocínio da Liberty Seguros, Novo Banco, Transearch e o apoio da Universidade Católica Portuguesa.