Catarina Santos: “O The Lisbon MBA foi fundamental na transformação que quis fazer à minha carreira”

Distinguida recentemente com o The Lisbon MBA 10-year Career Award, Catarina Santos enaltece o contributo que esta formação teve na sua carreira. Não só a ajudou a crescer na vertente de negócio, mas também a maximizar as competências de gestão de tempo, que têm sido cruciais na função de region Europe medical director, que ocupa na Novartis desde agosto de 2021.

Catarina Santos é region Europe medical director na Novartis.

Tirando partido de um trajeto robusto na investigação, pontuado pela licenciatura em Genética, pela Universidade de Lisboa, pelo Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina, que a fez rumar à New York University, e pelo pós-doc no Instituto de Medicina Molecular, Catarina Santos chegou à Novartis, em 2008, como medical science liaison e, desde então, garante, “a aventura ainda não parou”. Abraçando sucessivos desafios, “quer na área científica, quer na área de negócio” da multinacional da indústria farmacêutica, a executiva chegou, em 2016, a um lugar de direção na Novartis Portugal, como business franchise head de uma das áreas terapêuticas e, ano passado, tomou a “decisão mais difícil” da sua carreira: assumir a responsabilidade de orquestrar as operações de medical affairs da Novartis na Europa, nas áreas de Oftalmologia, Respiratória e Alergias, como region Europe medical director.

Para essa “transformação” que Catarina Santos ambicionava para a sua carreira em muito contribuiu o The Lisbon MBA Católica | Nova, que lhe permitiu, por um lado, “aceder e crescer a funções na área do business” e, por outro lado, a forçou a “maximizar os skills de gestão de tempo (e de energia)” que têm sido “essenciais” na gestão de uma carreira “cada vez mais exigente”, agora no plano internacional, assegura.

 

Fale-nos um pouco do percurso profissional que a trouxe até ao lugar que ocupa hoje. Quais os marcos mais substanciais nesse percurso?

O meu percurso profissional começa por ser um percurso académico quando, depois de estudar Genética na Universidade de Lisboa, decido fazer um doutoramento. Tive o prazer de integrar o Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina e foi neste contexto que viajei para  Nova Iorque, onde fiz todo o meu trabalho de investigação para a tese. Passei os quatro anos de doutoramento na NYU (New York University), nos Estados Unidos, antes de regressar a Lisboa, onde fiz um curto pós-doc no Instituto de Medicina Molecular.

É com este histórico fortemente marcado pela investigação em Genética que entro na Novartis em Portugal como medical science liaison. A partir daí, a aventura ainda não parou. Tenho tido um percurso bastante atípico, ocupando posições quer na área científica, quer no negócio, em diversas áreas terapêuticas e em funções de responsabilidade crescente. Em 2016, oito anos após ter entrado, cheguei a um lugar de direção da Novartis Portugal como business franchise head de uma das áreas terapêuticas.

O ano passado decidi que estava na hora de abraçar a carreira internacional e candidatei-me a uma posição na sede da Novartis, em Basileia, na Suíça, e fui selecionada. A minha posição atual é region Europe medical director nas áreas de Oftalmologia, Respiratória e Alergias.

A indústria farmacêutica esteve sempre no seu horizonte de interesses? O que a atraiu a esta área?

O que me atraía na indústria farmacêutica quando entrei era, sobretudo, o que me faltava no meu contexto profissional da altura: a possibilidade de criar impacto a curto prazo e as oportunidades de crescimento e evolução profissionais. O que me retém na indústria farmacêutica é a criação de conhecimento e valor e a sua entrega para a melhoria da prática da Medicina e para a otimização dos sistemas de saúde.

 

“Fiz o MBA estando a trabalhar e com dois filhos muito pequenos”

Fez carreira na Novartis nos últimos 14 anos, mas isso não se traduziu de modo algum num percurso profissional monótono. Qual é o segredo para não estagnar dentro da mesma empresa?

No meu caso aconteceu a união perfeita entre uma alma inquieta, que encara a mudança como um fator motivacional (a minha) e o facto de trabalhar numa empresa inovadora e atenta ao mercado, que se adapta e molda, e que com isso cria novas avenidas profissionais.

Algumas das oportunidades procurei afincadamente, outras foram-me propostas sem que antecipasse, mas, quer num caso, quer no outro, agarrei o desafio fazendo sempre o melhor trabalho ao meu alcance e aproveitando para expandir o meu network interno e externo.

O que a levou a considerar que fazer um MBA seria uma mais-valia e porque escolheu o The Lisbon MBA Católica|Nova?

Decidi que queria fazer um MBA pouco depois de acabar o doutoramento. Naquela altura já era claro para mim que queria transformar a minha carreira. Queria saber mais sobre gestão e sobre negócio e, sendo bióloga a trabalhar em investigação, o meu contacto com essas matérias era incipiente. Procurei o MBA mais conceituado e na altura decidi candidatar-me ao The Lisbon MBA Católica|Nova. 

Para muitas mulheres, a falta de tempo é o maior obstáculo para fazer um MBA. Como é que ultrapassou esse desafio?

Eu fiz o MBA estando a trabalhar e com dois filhos muito pequenos, com dois e três anos. Para mim, houve três aspetos fundamentais para ter sido bem sucedida. O primeiro foi ter uma rede de apoio familiar que permitiu que tudo continuasse nos eixos na minha ausência. O segundo foi gerir as expectativas dos outros em relação ao tempo (e energia) que tinha para cada atividade do meu dia. O terceiro, e talvez para mim o mais difícil, foi gerir tudo sem me sentir “em falta” e mostrando o valor que o meu esforço extra tem para todos, para mim, para a família e para a empresa.

Olhando agora para trás, o MBA acelerou os meus skills de liderança de tempo e permitiu-me aceitar que posso ter muito tempo mas pouca energia ou ter pouco tempo mas imensa energia e com isso criar um impacto substancial. Por isso decido, diariamente, quanta energia (e não tempo) coloco em cada coisa que faço e continuo a avançar e a conquistar os meus sonhos.

 

“A internacionalização foi a decisão mais difícil que tomei”

Como é que o MBA contribuiu para definir e implementar o seu propósito e atingir os seus objetivos profissionais? 

O The Lisbon MBA Católica|Nova teve um papel fundamental na transformação que quis fazer à minha carreira. Como bióloga doutorada ganhei conhecimento numa área totalmente nova e que me permitiu aceder e crescer a funções na área do business. Por outro lado, como fiz o MBA a trabalhar e com dois filhos pequenos, forçou-me a maximizar os skills de gestão do tempo (e de energia) que têm sido cruciais na gestão da minha carreira, cada vez mais exigente. Finalmente, e talvez mais importante, permitiu-me integrar uma network alargada de apoio e suporte à qual efetivamente recorro para variadas necessidades profissionais e pessoais.

No ano passado, ascendeu a uma posição internacional, como region Europe medical director na Novartis. Como encarou esta oportunidade de internacionalização e que missão lhe passou a caber ao ocupar este cargo?

Esta decisão profissional foi a mais difícil que tomei até agora. Há já bastante tempo que planeava, pelo menos em conceito, a possibilidade de avançar para a carreira internacional. Houve um momento em que a minha vida pessoal me permitiu avançar, numa altura em que também tive muito apoio da organização em Portugal, e não só, para a minha candidatura. Acabei por ser selecionada.

Neste cargo, tenho a responsabilidade de orquestrar as operações de medical affairs na Europa em diversas áreas terapêuticas: Oftalmologia, Respiratória e Alergias, garantindo um forte alinhamento estratégico com as prioridades da companhia.

Quais são os grandes desafios a considerar no âmbito de uma carreira internacional e a sua conciliação com a vida familiar? Que conselhos deixa a outras mulheres a considerar uma carreira internacional?

O maior desafio da carreira internacional, na minha situação particular, em que a minha família se mantém em Portugal, é manter-me presente na sua vida. Sou uma forte utilizadora de todas as plataformas de comunicação digital e viajo com regularidade para Portugal. A minha família também se tornou viajante assídua para a Suíça.

A ausência e as viagens desnorteiam e desfocam, mas o retorno é, na minha opinião, imenso: mais oportunidades profissionais, um aumento exponencial da network e uma aventura, que se bem gerida, beneficia significativamente todas as partes. Esta é a minha experiência.

O melhor conselho que dou a quem estiver a sonhar com carreira internacional é, citando Zig Ziglar: “if you can dream it you can achieve it, all you need is a plan”!

Foi recentemente distinguida com o The Lisbon MBA “10-year Career Award”. O que significou para si esta distinção?

Significou sobretudo um reconhecimento atribuído pelos meus colegas e pela instituição que muito me honrou! Espero poder retribuir com entusiasmo e energia.

Que mensagem gostaria de transmitir a uma jovem executiva que esteja agora a iniciar o seu percurso?

Três curtas mensagens: 1. trabalha muito, mas sê gentil contigo própria; 2. investe em conhecimento externo, mas sobretudo investe em conheceres-te melhor; 3. rodeia-te de bons mentores, que valorizem as tuas forças excecionais, mas que te ajudem a manter os pés assentes na realidade. Finalmente, aproveita a viagem!

 

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