Alexandra Andrade: Os temas que estão no topo da minha agenda para 2023

Alexandra Andrade, CEO da Adecco Portugal, diz que "reter" é a ação no topo das preocupações da gestão de Recursos Humanos.

Alexandra Andrade é CEO da Adecco em Portugal.

Alexandra Andrade é CEO da Adecco em Portugal desde abril deste ano. Entrou no Grupo Adecco em 2016, onde começou na Spring Professional, em Portugal, como diretora da divisão de recrutamento de executivos, quadros médios e de gestão intermédia do Grupo. No ano seguinte mudou-se para Espanha liderando primeiro a marca Spring Professional e acrescentando a Badenoch + Clark, empresa de executive search do Grupo, à sua gestão em 2020. Em 2021, foi nomeada como Senior Vice President Professional Recruitment para o Sul da Europa, acumulando funções em Itália e Espanha, onde a Adecco é líder de mercado. No início deste ano regressou a Portugal para liderar a Adecco. Licenciada em Sociologia, com especialização em Criminologia, tem um MBA pelo ISCTE, é coacher desde 2016, Alexandra Andrade já tem mais de 20 anos na área dos Recursos Humanos. Começou, em 2002, na Randstad. Em 2006 mudou para a Michael Page e, no ano seguinte, para a Msearch, onde foi managing director, até sair para o Grupo Adecco.

 

“O novo mundo do trabalho pós-pandemia, coroado com uma crise económica para a qual ainda não se prevê desfecho, trouxe alterações de fundo e muito laboriosas à gestão de Recursos Humanos (RH): navegamos num mar de talento profissional escasso e quem consegue atrair, e principalmente reter, está seguramente melhor posicionado para fazer face à incerteza dos mercados e ao rumo da economia.

Hoje, as pessoas, as suas aspirações, o seu bem-estar mental e físico têm de ser necessariamente priorizados para responder ao desafio da retenção de talento. O investimento nas nossas pessoas não tem um ROI mensurável, é verdade, mas a prazo faz a diferença positiva na folha de Excel, não apenas pelos custos poupados em perda de conhecimento e de talento, mas na produtividade real das empresas. Porquê? Muito simples de entender, mais complexo de empreender: pessoas felizes são mais produtivas. Pessoas que têm um bom work/life balance acordam com mais vontade de ir trabalhar, pessoas com perspetivas de aprendizagem e de carreira dentro da organização, são mais motivadas, pessoas que têm benefícios ajustados às suas necessidades são mais gratas e empenhadas.

É este o novo paradigma de consciência corporativa que é necessário abraçar para alavancar a retenção: há que repensar estratégias de talento e construir equipas resilientes alicerçadas na compreensão das necessidades mais aspiracionais das pessoas que ultrapassam a questão de uma retribuição justa e em linha com a maior taxa de inflação de que há registo nas últimas três décadas. O salário continua a ser a ferramenta número 1 para atrair talento e a maior motivação para os profissionais desejarem mudar de emprego, mas não é eficaz quando se trata de reter talento nas organizações. Mesmo perante a incerteza, é certo que 2023 vai ficar marcado por uma política de gestão de RH muito focada na retenção de talento.”

 

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