A agenda de Sara Batalha

Nos dias da CEO da MTW Portugal não há espaço para rotina. A especialista em comunicação treina executivos e equipas de alto desempenho a comunicar de forma mais eficaz. E ainda tem tempo para um projeto-piloto numa escola, que testa o impacto da boa comunicação na auto-estima e nos resultados dos alunos.

Sara Batalha é CEO da MTW Portugal.

A sua profissão é Communication Trainer e é graças a Sara Batalha e à sua equipa que muitos empresários conseguem comunicar de forma eficaz nas reuniões com colaboradores e clientes, e na televisão. É o ‘efeito SB’, brinca Sara que já leva oito anos como CEO da MTW Portugal, empresa que fundou quando percebeu que comunicar bem é uma arte que não é dominada pela maioria dos mortais, mas é cada vez mais fundamental no mundo dos negócios. Discretamente, treina lado a lado, a comunicação de CEOs e CFOs corporativos, executivos e equipas de alto desempenho. Sara fica na sombra, porque o palco é para os clientes. Mas são estes os principais embaixadores do seu trabalho. O sucesso de cada comunicação faz tocar o seu telemóvel e aumentar a carteira de clientes. Saiba como é um dia típico na sua vida.

 

6h20

O sol ainda não nasceu e o toque dos grilos do telemóvel começa a tocar. Ainda preciso do pouco produtivo e fiel snooze. Ele compreende-me. Dá-me sempre duas ou três oportunidades antes de gritar. E eu aproveito-as, em silêncio e com um sorriso agradeço a Deus pelo dia que se inicia.

Tenho a felicidade de ser dona do meu horário, mas conseguir espaço para mim é uma luta diária.

6h30

Depois escolho uma música que marque o tom do dia, oiço o Daily Hope do Rick Warren e tomo o pequeno-almoço à janela sentada à mesa posta com tudo o que tenho direito. Quando sou a primeira a sair, perco as panquecas e os abraços quentes e doces da Constança e do Nuno. Ganho o silêncio.

7h20

Saio finalmente de casa, com os sapatos necessários ao dia que me espera.

7h45

Entro na próxima sessão de Acupuntura, RPG, Pilates ou Massagem marcada pela Rosa Carona. Qualquer coisa que me faça parar ou descansar, antes ou depois de um dia intenso. Tenho a felicidade de ser dona do meu horário, mas conseguir este espaço para mim é uma luta diária. Não sei como outras mulheres conseguem ter este tempo para elas todos os dias. É um mistério.

8h50

Era a esta hora que deveria estar a finalizar os dois livros que tenho em mãos para escrever. As editoras já reviram os olhos e eu finjo que não estou a ver. Prefiro usar a velhinha técnica do Play Dead, e acreditar que muito, muito em breve, vão estar fechados.

Trabalhamos num projeto para aferir o impacto que a comunicação eficaz tem na auto-estima e nos resultados escolares dos alunos.

9h15

Estaciono na Expo. No escritório já está tudo pronto para começarmos a reunião com a melhor equipa do mundo! O novo programa ‘Communication to Influence your Team with Authenticity’ para uma empresa do PSI-20, precisa de ser testado. Por isso, a Paula Rua coordena já um test-drive com clientes convidados.

9h45

Saio a correr com a nossa consultora pedagógica Rute Batista, para mais uma aula com os alunos do 8º ano do colégio Cesário Verde. O Projeto Piloto ‘Inspirar, Comunicar e Levar outros à Ação’ é uma parceria com o Ministério da Educação. É um estudo-caso para aferir o impacto que uma comunicação oral mais eficaz tem na relação entre alunos-professores, na sua auto-estima e confiança, e resultados escolares.

12h00

Volto ao escritório para uma formação interna – chamamos-lhe Bite Syze Learning. Este mês escolhemos o tema: “Why a female executive needs body language training?” Saio até ao centro da cidade.

Ao final da tarde consigo finalmente sentar-me para verificar os emails que escaparam ao telemóvel e intervalos.

13h00

Chego ao 14º piso da empresa onde vou almoçar com aquela nova cliente que estava na minha Bucket List, desde janeiro. É já muito boa comunicadora e em breve, irá ser excelente.

15h00

De volta à Expo, tenho o Weekly Walking Meeting com a nossa coach vocal Inês Moura. O objetivo é que nos possamos manter ligados pessoalmente com a equipa, para além da relação profissional. E caso seja necessário alinhamos o treino do dia seguinte.

15h30 – 18h30

Chega o cliente da tarde. A Jessica e a Beatriz já preparam tudo. O cliente vem treinar a apresentação de resultados financeiros aos investidores internacionais. Luz, câmara, ação!

O ritual de comemoração da equipa é uma rodada de shots de moscatel reserva para todos!

18h45

Consigo finalmente sentar-me para verificar restantes emails que escaparam ao telemóvel e intervalos. Vale a pausa para celebrar com a equipa um email especial recebido – adjudicação de uma proposta para três anos!! O meu sócio Nuno Veiga inicia o ritual da comemoração –  uma rodada de shots de moscatel reserva para todos!

20h00

Era bom já estar em casa, mas não. Saio já atrasada, de certeza, para o que for. No caminho, aproveito para os telefonemas que ficaram por fazer, com clientes, equipa, família ou amigos.

21h00

Depois do jantar feito pelo querido marido, ajudamos a Constança a ir para a cama e temos o nosso tempo de família. Fazemos cócegas, cantamos, rimos, desabafamos, ou falamos sobre um tema à escolha dela. O último foi ‘frustações’ (sim, exato) e o penúltimo foi ‘cães fofinhos’. As miúdas assumem que são intelectualmente curiosas e disponíveis para a diversidade de temas de conversa.

Evito trabalhar em casa. Quando o fazia, muitas eram as vezes que só terminava às 4h30 da manhã.

22h00

Evito ao máximo trabalhar em casa. Garanto que foi preciso muita coragem e determinação para ‘aprender a escolher deixar’. Tomei consciência que quando começava o turno da noite, muitas eram as vezes em que só terminava às 4h30 da manhã. É incrível como tantos anos depois de ter escolhido deixar de ser jornalista, ainda ficam os hábitos de trabalhar pela noite dentro. Já estou melhor. Aproveito para fazer o que me apetecer: conversar com o meu marido, ler um dos quatro livros que estão na mesinha de cabeceira, ver o Modern Family ou simplesmente estar comigo e com Deus.

00h00

Antes de parar o comboio dos pensamentos, poderia estar a planear os três objetivos a alcançar no dia seguinte. Assim, poderia levantar-me, ir para o escritório e começar de imediato a trabalhar nas tarefas mais importantes. Mas não, não faço nada disso. Com sorte, e se ainda tiver energia, talvez me apeteça planear o que vou vestir no dia seguinte. Por fim, agradeço a Deus o dia que tive e por Ele ter cumprido a promessa de ter estado sempre comigo.

 

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