Licenciada em Farmácia, Beatriz Caeiro iniciou o seu percurso profissional em 1990 na área de Controlo de Qualidade da Merck Sharp & Dohme. Já com funções na área de marketing, trabalhou na Sterling Health, GlaxoSmithKline e Jaba Recordati. Um percurso na área farmacêutica e por conta de outrem, que seria interrompido, em 2008, para concretizar o seu sonho de empreendedorismo: uma marca nacional de roupa para grávida. A Womb Expecting Beauty veio suprimir uma lacuna que sentia enquanto sentira durante as suas gravidezes: a dificuldade de encontrar “roupa feminina, actual e que valorize as novas formas do corpo”.
Quatro anos depois regressava ao mundo do marketing farmacêutico, integrando a equipa da Omega Pharma Portugal, atual Perrigo Portugal. Começou como brand manager de marcas como Lactacyd, Caladryl ou Zentel. Em 2016, foi nomeada diretora de marketing da farmacêutica e em 2018 chegou a diretora-geral.
Com uma agenda preenchida, Beatriz Caeiro, 50 anos, privilegia a proximidade com a sua equipa, com quem “continua a aprender diariamente”, o que considera ser um dos pilares do sucesso. Além do trabalho, não prescinde dos treinos no ginásio e do tempo passado em família, que inclui um elemento de quatro patas. Eis o seu relato de um dia como os outros.
7h30
O despertador toca e levanto-me imediatamente. Abro as portadas para deixar entrar a luz e perceber como está o tempo e vejo logo os primeiros emails, respondendo aos mais importantes. De seguida arranjo-me e vou passear a minha patuda, Chloé. Adoro esses 15 minutos de contacto com a natureza e com ela (só quando chove é que deixa de ser bom). Quando regresso a casa o meu marido junta-se a mim e preparamos um pequeno-almoço saudável com um sumo funcional e uma torrada. Tomamos o pequeno-almoço com calma, a conversar e ouvir as primeiras notícias do dia.
8h45
Saio de casa para enfrentar cerca de 40 minutos de trânsito (quando corre bem porque nos dias maus pode chegar a 1h30). Durante o caminho como tenho mãos livres no carro aproveito para fazer alguns telefonemas, normalmente à família ou amigos. Sou muito ligada à minha família e amigos e acho que as relações têm de ser regadas, por isso falo muito com os que me são próximos.
9h30
Quando chego ao escritório bebo o primeiro café do dia e aproveito para ter 10 minutos de conversa com quem aparece na copa. Antes de me sentar à secretária a responder a emails, vou sempre até ao fim do open space dar os bons dias a toda a gente e perceber se estão todos bem ou se há alguma coisa a resolver. A partir daí, os meus dias nunca são iguais. Normalmente nessa passagem pelo open space, há sempre alguém que pede para falar comigo. Depois dessa conversa, leio e respondo a emails, faço apresentações, tenho várias reuniões com fornecedores ou parceiros (no escritório ou fora dele) e quase todos os dias tenho uma teleconferência internacional.
13h00
Muitas vezes tenho almoço marcado com algum colega. São momentos importantes para conversas mais profundas em que aproveito para nos conhecermos melhor e aprendo sempre qualquer coisa de novo sobre a pessoa ou tiro alguma ideia nova. Há dias em que tenho almoços marcados com clientes, parceiros, fornecedores ou amigos. Se não tenho nada marcado, saio para almoçar com colegas e tentamos não falar de trabalho. Às quartas e quintas-feiras aproveito a hora de almoço para ir ao ginásio com colegas. O desporto sempre fez parte da minha vida. Entre os 9 e os 14 anos fui atleta de alta competição de ginástica desportiva e depois disso, nunca deixei de praticar desporto. Sou adepta de ginásio mas, tal como no resto da vida, não gosto de monotonia, por isso todos os dias opto por uma modalidade diferente e vario entre ioga, pilates, body balance, power, cycle e localizada.
14h30
As partes da tarde são, tal como as manhãs, todos os dias diferentes. Mas a maior parte do meu dia é passado a falar com pessoas da equipa. Trabalho sempre de porta aberta e várias vezes por dia entra alguém para falar comigo: para me pedir opinião, para ajudar a tomar uma decisão, para partilhar algum projecto, para desabafar. Muitos dias chego ao fim do dia sem ter conseguido fazer o que tinha planeado, mas de coração cheio porque contribui para o desenvolvimento de alguém da equipa. Gerir pessoas é o mais importante do meu dia-a-dia e 80% do meu tempo é dedicado a isso. É essencial manter esta proximidade com a equipa, mostrar que estamos atentos e disponíveis para ouvir e ajudar.
19h00
Nos dias em que não vou ao ginásio na hora de almoço, vou ao fim da tarde. Assim estou despachada por volta das 20h15, o que faz com que apanhe muito menos trânsito para casa. Nos dias em que não vou ao ginásio ao fim da tarde, se não tiver reuniões fora, só saio do escritório depois das 19h30 (até porque antes dessa hora o trânsito para sair do Lagoas Park é impossível e prefiro aproveitar para trabalhar do que estar parada no trânsito).
21h00
Hora de jantar em família. A mim e ao meu marido junta-se o meu filho (quando não tem nenhum jantar com amigos, o que é comum). Contamos o dia uns aos outros, discutimos temas da atualidade (o meu filho adora debater economia e política) e normalmente rimos muito. Às quartas-feiras jantamos em casa dos meus pais e às quintas-feiras é o jantar de filhos e “respetivos”. Para além do meu filho, temos os três filhos do meu marido, que não vivem connosco, e a nossa neta, filha da filha mais velha. Tornou-se uma tradição reunir toda a família em nossa casa ao jantar de quinta-feira. Nem sempre podem vir todos, mas há sempre alguns que podem. É uma maneira de nos mantermos todos juntos e de não estarmos muito tempo sem nos vermos. Estes jantares são sempre uma animação.
22h30
Nos dias em que não consegui terminar o que tinha planeado, se são temas urgentes e importantes, pego no computador e termino o que ficou pendente. Nos outros dias sento-me no sofá com o meu marido a ver uma das várias séries que acompanhamos. Nos dias em que o meu filho não está em casa para passear a Chloé, o meu marido e eu vamos dar um passeio com ela.
00h00
São horas de deitar que amanhã terei mais um dia intenso!