Licenciada em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e pós-graduada em Fiscalidade pelo ISAG, Filipa Moreira Ribeiro, iniciou a vida profissional no departamento fiscal da PwC Portugal em 2007. Desde 2010 que integra a equipa de M&A Tax, tendo assumido o cargo de senior manager há quase três anos. É também coordenadora da equipa de gestão da Diversidade da consultora, e mentora, quer na PwC Portugal, quer na Universidade Católica, onde dá aulas de Fiscalidade.
Frequentou cursos executivos na Católica Porto Business School (Auditoria para a Qualidade da Informação), na Porto Business School (Fusões e Aquisições) e na AESE (Programa de Gestão e Liderança).
É co-autora do livro “A Fiscalidade e as Organizações de Economia Social”, editado em 2013, e responsável pela coordenação e preparação da publicação da PwC Portugal “Mulheres em Portugal – Onde estamos e para onde queremos ir”, 2015.
6h15
Toca o despertador do meu marido, parece que saio do “fundo do poço”. Nunca gostei de acordar. Acordo e não volto a dormir até tocar o meu despertador pelas 7h30. A minha primeira análise do dia é “O L deixou-me dormir toda a noite?”. Existe uma tendência natural no meu filho para quando tenho que ir para Lisboa de madrugada, gostar de me dar um “olá” (desnecessário) durante a noite.
7h30
Por questões de segurança, não desligo a função do alarme… Tomo o pequeno-almoço, e geralmente, vejo os emails, respondo ao que tem resposta automática/simples (o cérebro não precisa de estar ativo) e consigo, desde logo, enviar emails às equipas com prioridades, e eu própria penso como vou começar o meu dia. Os meus dias nunca são iguais, posso ter uma agenda programada, mas muito dificilmente a vou cumprir. Depende se vou para uma reunião, se vou dar aulas, se vou para fora do Porto…
Começo a arranjar-me com a esperança de não ouvir “mãmã, mãmã, mãmã!” para ter #metime. Quando o meu filho decide acordar, é tudo mais confuso, mas lá nos vamos entendendo.
8h20
Se o meu filho ainda não acordou, chegou o seu momento. Toda a minha logística da manhã mudou, já não tenho só que tratar de mim, e por vezes, prega-me umas partidas. Saímos de casa, e após deixá-lo começo nos telefonemas.
10h00
Num dia normal, as urgências, as alocações dos trabalhos já foram feitas. O que faço? Vejo a minha lista (escrita) de to dos (geralmente, fica feita no dia anterior antes de sair do escritório, e está hierarquizada do mais ao menos urgente) e decido o que fazer. Além de senior manager na equipa de M&A Tax da PwC Portugal, faço parte da equipa de gestão da Diversidade da PwC Portugal e ainda leciono ocasionalmente na Católica Porto Business School, isto implica ter de gerir as prioridades a todo o momento. Gosto muito de dar aulas, e gostava de ter oportunidade para dar mais. Comecei em 2012, a convite de um professor da minha licenciatura, que quando abriu uma pos graduação, sabendo que eu trabalhava em Fiscalidade, me perguntou se queria dar a cadeira no programa. Acho que é muito enriquecedor a ligação entre a vida profissional e a Escola.
Sou mentora de um programa-piloto na PwC e sou-o também em programas da Católica Porto Business School. Até ao momento, sinto que o meu contributo tem sido maior na PwC, onde passo a minha experiência (profissional e pessoal) aos meus dois mentees e os ajudo a fazer as perguntas que considero certas na fase da carreira em que se encontram.
13h00
Hora de almoçar. Se a logística o permitir, almoço em casa dos meus pais (é a vantagem de se viver no Porto!) e que bem que me sabe esse momento. Senão, é um almoço com amigas (raro!), colegas, clientes ou em frente ao computador. Geralmente, no fim do almoço consulto a caixa de emails para começar a pensar como vou gerir a tarde.
14h15
Novo momento de análise para perceber o que passou a ser prioritário, pois pode não ser o mesmo que era quando saí do escritório. Às vezes é um projeto (novo ou um que “ressuscita”), ou um pedido para substituir alguém numa conferência (que pode ser, de todo o género, até mesmo de Recursos Humanos), organizar uma conferência de M&A ou algo relacionado com a Diversidade, dar formação interna (até sobre unconscious bias), ou mesmo ir falar com um júri internacional que vem acreditar uma instituição de ensino portuguesa. Uma coisa não me posso queixar, não há monotonia na minha vida. E quem me conhece e tem que me gerir, sabe que preciso desta dinâmica.
18h45
A esta hora faço o balanço do dia e das prioridades: “O que falta pode ficar para amanhã?” Se possível, saio para ir buscar o meu filho e até às 21h30 dedico-me às nossas rotinas (brincadeira, banho, brincadeira, jantar, brincadeira). E que bem que me sabe o final do dia.
22h30/23h00
Deito-me. Geralmente, vejo os e-mails e faço compras online. Não sou nada tecnológica, mas é uma questão de necessidade, por falta de tempo. Como diz a Maria Antónia Torres [que integra a Comissão Executiva da PwC Portugal], “Podemos ter tudo, não podemos é fazer tudo!” O tempo de ir ao supermercado e a lojas troco por tempo de qualidade com a família.
Antes de dormir, leio o meu livro. Gozo o pouco tempo de sossego que tenho. Amanhã é outro dia!
“Tema em análise, sem solução à vista” – ao ter sido “obrigada” a fazer este exercício sobre o meu dia, percebi que falta #metime, como ir ao ginásio e passar mais tempo com as amigas. Era mais fácil sair da rotina antes de ser mãe. Mas se pensar bem, já escrevi um livro (uma aventura! Sim é sobre o regime fiscal das organizações de economia social e trabalho em M&A), já tive um filho, só me falta plantar uma árvore!