O que torna um slide eficaz

Não há fórmulas mágicas, mas há regras no design de slides que ajudam a cativar
a atenção da audiência e a tornar a sua apresentação memorável.

Não receie os espaços brancos. Deixe a informação respirar

Uma regra básica: não seja preguiçoso! Não coloque toda a informação só num slide. Imagine sempre que está a contar uma história, com princípio, meio e fim e que tem de a apresentar com a máxima clareza visual. Nancy Duarte, responsável da Duarte Design, uma das maiores empresas de design de Silicon Valley pertencentes a mulheres, define seis conceitos básicos a ter em conta no design de slides. Veja o que torna um slide eficaz.

CONTRASTE

A audiência necessita de contraste, por exemplo, um círculo de cor diferente num conjunto de círculos, ou uma imagem a cores numa fotografia a preto e branco, ou uma frase, ou palavra, com corpo de letra maior. Ajuda a captar a atenção do público, cujos olhos tendem a focar-se no que é diferente, independentemente do local onde é colocado. Há que escolher muito bem os elementos em destaque e garantir que são os mais importantes, urgentes, ou valiosos. Elementos em contraste sem critério definido podem confundir a audiência e fazer com que perca a atenção.

FLUXO

O padrão de escrita ocidental flui da esquerda para a direita e de cima para baixo. Quem lê uma apresentação tende a passar do canto superior esquerdo para o direito e depois para baixo à esquerda e novamente para a direita, formando um “Z”. O movimento repete-se até ter sido processada toda a informação.

A forma como combina texto e imagens é essencial, e convém que as imagens sigam a mesma linha gráfica

É importante ter este “caminho” em mente para garantir que o slide faz sentido para quem o lê. Porém, se para passar a informação tiver de fazer aparecer um gráfico, diagrama, ou frase num fluxo diferente ao movimento natural dos olhos, introduza elementos discretos que orientem o sentido, por exemplo, setas, símbolos e imagens com dimensões decrescentes (da mais importante, para a menos relevante).

Outro aspeto crucial é limitar o número de níveis de informação que apresenta: evite mais de três níveis acerca do mesmo tópico; tópicos e subtópicos em excesso confundem. A forma como combina texto e imagens também é essencial. Quando utiliza imagens de pessoas, por exemplo, deve virá-las de frente para o texto, nunca de costas. Atenção também à transição entre slides para não haver uma quebra no fluxo de informação; se possível, as imagens devem ter uma linha gráfica semelhante.

HIERARQUIA

O público processa rapidamente a hierarquia entre os elementos de um slide, dependendo do destaque que lhes der, com corpo de letra maior, com tópicos em diversos níveis, etc. Apresentar texto em tópicos com corpo de letra maior do que o título quebra o fluxo lógico da mensagem, por exemplo. Deve ter em mente o mesmo critério quando apresenta diagramas, ou gráficos: cores diferentes, símbolos maiores, ou com formatos desiguais, permitem definir a hierarquia num slide.

PROXIMIDADE

Elementos colocados de forma dispersa podem transmitir uma ideia diferente da que se pretende. É importante saber gerir os espaços, as distâncias e a forma como são dispostos os elementos: de forma sequencial, perto/longe uns dos outros, a formarem um padrão, etc. Não deixe nada ao acaso; a proximidade entre os objetos condiciona a interpretação por parte da audiência. Se estivermos a falar de fotografias de pessoas, a que estiver mais ao centro, ou mais perto do canto superior direito transmite a ideia de superioridade, por exemplo.

UNIDADE

Num slide, consegue-se “unidade” através da estrutura, do estilo gráfico, ou do tema. A estrutura é o mais controlável dos três fatores. Imagine sempre uma grelha invisível de linhas perpendiculares e encaixe cada elemento nos retângulos imaginários. Esta estratégia evita que os elementos de um slide “flutuem” livremente, sem ordem e sem quaisquer padrões na colocação. As grelhas criam pontos de travagem para organizar o “espaço”. Se preferir, uma grelha pode passar de imaginária a visível, desde que não se esqueça de a apagar no final.

O valor de um slide não depende da quantidade de informação, mas da clareza da mensagem

ESPAÇOS EM BRANCO 

Os elementos visíveis de um slide são, geralmente, os que têm maior destaque. Porém, há que saber gerir bem os espaços vazios. Apresentações feitas por pessoas inexperientes tendem a ter os espaços em branco preenchidos, o que “polui” os slides e os torna difíceis de perceber. Em vez de preencher os espaços em branco para incluir mais informação, divida o conteúdo por dois slides. O valor de um slide não é determinado pela quantidade de informação, mas pela clareza com que comunica a sua mensagem.

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