A licenciatura em Psicologia foi o gatilho que fez despertar em Anabela Pedro Santos a vontade de fazer toda a sua carreira em Recursos Humanos. Da PT Comunicações à Altice Portugal, a executiva soma mais de duas décadas de experiência na gestão de pessoas, possuindo ainda formação certificada em coaching. Acredita que “abraçar” as emoções no trabalho é um desafio diário e uma aprendizagem contínua. “Enquanto líder, desafio-me, todos os dias, para que todos estejamos envolvidos e comprometidos com os mesmos objetivos”, salienta. Saber comunicar, ser empática e praticar a escuta ativa são competências que considera fundamentais para gerir e orientar pessoas.
Anabela procurou o programa One Step Ahead – Líderes no Feminino, uma parceria entre a AESE Business School e a Executiva, para crescer como líder, “senti necessidade em reforçar competências de marketing pessoal e aumentar o meu impacto e influência.” A par da versatilidade e da temática atual, o programa permitiu-lhe renovar aprendizagens e desenvolver o seu potencial de liderança. A experiência, revela, não podia ter sido mais enriquecedora, “desde o networking às partilhas inspiradoras das participantes”, destacando as sessões de mentoring que “tiveram um papel de relevância no meu autoconhecimento, permitindo-me olhar em torno de mim própria numa perspetiva do que sou e do que represento.”
Formou-se em Psicologia e desde o início que dirigiu a sua carreira para os Recursos Humanos e Formação. O que a atraiu nesta área?
A principal motivação em abraçar a área de RH, decorrente da minha formação base em Psicologia, foi, sem dúvida, a possibilidade de compreender e aplicar em contexto real de trabalho as questões psicológicas fundamentais associadas ao comportamento humano e aliar o conhecimento adquirido à intervenção nas diversas áreas de atuação em recursos humanos. Lidar com as emoções e identificar caraterísticas de personalidade foi sempre um objetivo pessoal que considero ser de extrema relevância para o exercício da função de recursos humanos. Conhecer e antecipar os fatores psicossociais e o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho permite-me estar mais próxima e ampliar a esfera de atuação no âmbito da gestão de pessoas. A função de RH é complexa e fundamental para garantir o bom funcionamento da empresa e, enquanto psicóloga, considero uma mais valia poder atentar às necessidades dos colaboradores a par da estratégia da empresa. Implementar e acompanhar o desenvolvimento de competências dos colaboradores através da atualização permanente do conhecimento ao nível das hard & soft skils, torna-se um desafio diário para responder à estratégia de inovação e aprendizagem contínua.
Quais as principais etapas do seu percurso até ao cargo que hoje ocupa?
Ao longo do meu percurso profissional, desde a PT Comunicações à Altice Portugal, tive oportunidade de atuar em várias áreas e atividades do ciclo de vida RH, nomeadamente, no recrutamento, seleção, formação e desenvolvimento. Desde o ciclo de vida do colaborador como principal desafio, atrair e selecionar os melhores talentos, tornar os processos de seleção eficientes e garantir que a empresa contrata os candidatos mais alinhados ao propósito e cultura empresarial, até ao desenho e implementação de programas de desenvolvimento comportamental. A importância da requalificação dos recursos humanos permitiu-me, através de formação, dirigida e orientada aos colaboradores, de acordo com os perfis individuais e as diferentes necessidades da empresa, desenvolver e assegurar orientação profissional e acompanhamento individual com pesquisa de novas oportunidades e apoio na transição de atividades internas. Uma das experiências mais relevantes e estratégicas que considero de elevado crescimento pessoal e profissional, teve a sua génese no programa de coaching interno orientado para a excelência pessoal. A utilização deste modelo de coaching permitiu focar a capacidade dos gestores no seu desempenho profissional e orientá-los nos vários estilos de liderança, estilos de comunicação, técnicas de apresentação, desempenho de alta performance, iniciar e gerir mudanças, imagem e atitude. Fui responsável por operacionalizar uma metodologia de acompanhamento personalizado que permitiu reforçar a capacidade de aplicação prática dos conceitos de liderança e comunicação. A par dos 19 anos de liderança, nos últimos 4 anos o meu foco centrou-se na definição de uma política de formação e de desenvolvimento de competências adaptadas aos desafios da empresa, tendo como objetivo o acompanhamento da evolução tecnológica e os desafios do mercado a par de uma aprendizagem contínua dos nossos colaboradores.
Valorizar ideias, celebrar conquistas e compreender a diversidade, fazem parte da realidade profissional dos tempos atuais e, enquanto líder, desafio-me, todos os dias, para que todos estejamos envolvidos e comprometidos com os mesmos objetivos.
Que qualidades e competências considera essenciais para ser uma boa profissional na sua área?
Considerando que a área de Recursos Humanos detém um papel estratégico na gestão das pessoas e na sua motivação, entendo que saber comunicar, praticar a escuta ativa e a empatia são competências fundamentais. De ressalvar que ter visão estratégica e um bom conhecimento do negócio permitirá impulsionar o crescimento e o sucesso das empresas. Adotar uma estratégia pessoal que promova a aprendizagem contínua permitirá mais oportunidades de crescimento, quer ao nível pessoal, quer ao nível profissional. Estar atenta a novas ideias e reconhecer que nem sempre temos resposta para tudo, leva-nos a uma atitude proativa na busca de novas competências.
Qual a parte mais desafiante da sua função?
Promover a sinergia entre equipas para alcançar objetivos compartilhados, apoio e cooperação. Conhecer e identificar os diversos estilos comportamentais, de forma a permitir aprender a comunicar de forma mais eficaz e gerir melhor os conflitos. A identificação de uma linguagem comum é a base da confiança e da liderança por proximidade. Garantir a motivação e a excelência organizacional são desafio diários. É fundamental trabalhar num equilíbrio que favoreça o bem-estar e a satisfação das equipas, a par do reconhecimento do valor de cada colaborador. Valorizar ideias, celebrar conquistas e compreender a diversidade, fazem parte da realidade profissional dos tempos atuais e, enquanto líder, desafio-me, todos os dias, para que todos estejamos envolvidos e comprometidos com os mesmos objetivos.
Como agente de mudança senti necessidade em reforçar competências de marketing pessoal e aumentar o meu impacto e influência.
Porque decidiu fazer o programa One Step Ahead – Líderes no Feminino?
Como agente de mudança senti necessidade em reforçar competências de marketing pessoal e aumentar o meu impacto e influência. Os objetivos do programa One Step Ahead são muito orientados ao desenvolvimento do potencial de liderança e, consequentemente, alinhados com os desafios, perspetivas e contributos dessa liderança no feminino. Foi, sem dúvida, o facto de ser um programa versátil com temas atuais, bem como o excelente corpo docente e a estrutura do programa ter em linha de conta vários pilares-chave da gestão, desde a área de gestão, à área financeira, ao marketing e ao digital. Em suma, pela constante exigência da minha função, a iniciativa do programa OSA, da AESE, em parceria com a Executiva, dar-me-ia possibilidade de renovar aprendizagens e refletir no meu desenvolvimento pessoal como forma de autoconhecimento e melhorar o meu potencial enquanto profissional.
Que impacto teve o programa One Step Ahead na sua vida?
O programa OSA foi uma experiência formativa enriquecedora, desde a networking às partilhas inspiradoras das participantes. A oportunidade de ampliar a rede de conhecimentos, bem como as conferências e o método do caso, tornaram possível a componente experiencial e o sentido crítico face aos desafios empresarias apresentados, os quais nos levam a pensar e estruturar novas formas de atuar. As sessões de mentoring tiveram um papel de relevância no meu autoconhecimento, permitindo-me olhar em torno de mim própria numa perspetiva do que sou e do que represento.
Qual o conselho mais valioso que deixa a uma jovem executiva?
Sem dúvida, ser humilde e apaixonada pelo que se faz, trabalhar a inteligência emocional e adotar uma atitude positiva. A procura contínua do conhecimento e visão empreendedora e avaliar diferentes perspectivas vão ajudar a conhecer melhor a organização e as pessoas. Perceber se a missão, a visão e os valores da empresa representam, em igual medida, os valores pessoais e profissionais. No final do dia, o importante é sentir-se feliz e realizada.
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