Quando Joanne Crevoiserat se juntou à Tapestry, empresa norte-americana de acessórios de luxo, que inclui marcas como a Coach, Kate Spade e Stuart Weitzman, como diretora financeira em 2019, sabia que tinha alguns desafios pela frente. No ano seguinte, em plena pandemia, foi nomeada CEO, após a renúncia ao cargo do presidente, tendo herdado uma empresa em crise, com queda de vendas e das ações. A sua longa experiência no setor do retalho, em cargos de liderança na Abercrombie & Fitch e na Kohl’s, permitiu-lhe perceber a importância de inovar, tanto ao nível tecnológico como das tendências de moda, tendo levado a empresa a um crescimento de mais de 15% no último ano.
Apesar do seu estilo discreto, Joanne Crevoiserat, uma das mulheres mais poderosas dos negócios, nomeada pela Forbes, será em breve a protagonista de um dos maiores negócios de todos os tempos nos EUA, no setor do luxo. A sua capacidade de gestão volta a ser posta à prova, no próximo ano, quando fechar a compra, recentemente anunciada pela Tapestry, da arquirrival Capri, dona de marcas icónicas de luxo como Michael Kors, Jimmy Choo e Versace, por 8,5 mil milhões de dólares, avança a Forbes.
A transação, se for permitida pelos reguladores, criará uma gigante da moda americana com receitas anuais de 12 mil milhões de dólares e presença em mais de 75 países. Embora mais pequena que as concorrentes da moda europeia, como a LVMH e Kering, estará mais bem posicionada para competir no mercado de luxo. O sentido apurado de cultura corporativa desta executiva será uma das chaves para fazer este mega-acordo funcionar. A CEO terá de encontrar o equilíbrio entre a unificação da empresa e dos seus colaboradores, permitindo ao mesmo tempo que as marcas mantenham as suas identidades internas. Grande parte dessa integração, “significa cultivar talentos, criar oportunidades de carreira e ter uma força de trabalho inclusiva e diversificada”, diz, em entrevista, à Fortune. Talvez seja por isso que não se considera uma negociadora, afirmando ser uma construtora de marca e talentos e não de um império.
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