As 25 Mulheres Mais Influentes de Portugal 2021: Do poder de influência ao poder de decisão

As vencedoras do Prémio As Mulheres Mais Influentes de Portugal em 2021: a lista das 25 premiadas, o seu perfil e os critérios deste estudo feito em exclusivo para a Executiva.

Numa entrevista em 1964 perguntaram à filósofa Hanna Arendt o que pensava sobre o seu efeito sobre os outros e respondeu: “se me permite ser um tanto irónica, eu diria que se trata de uma pergunta masculina. Os homens querem sempre ser o mais influentes possível”. Nessa mesma entrevista, Hanna Arendt referiu que, na sua opinião, quanto à emancipação das mulheres, sempre pensara que havia certas ocupações que não convinham às mulheres, que não condiziam com elas. “Não fica bem a uma mulher dar ordens. E ela não deve pôr-se em situação de ter de o fazer, se quiser continuar a ser feminina. Se tenho ou não razão acerca deste ponto, isso não sei. Por mim, sempre vivi segundo esse critério, mais ou menos inconscientemente ou, melhor, mais ou menos conscientemente. Pessoalmente, para mim, não se tratou de um problema. Para dizer as coisas com simplicidade, sempre fiz aquilo que gostava de fazer”.

 A lista das 25 mulheres mais influentes mostra que cada vez mais as mulheres fazem o que gostam de fazer mesmo que isso implique gerir, liderar, dar ordens e ter a maior influência possível seja nas empresas, no governo, no Estado, nas escolas, na saúde, na política, na arte, no setor social para fazer um mundo, em que como disse Rosa Luxemburgo, “sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.

Mas nem tudo são boas notícias porque como disse Mafalda Paiva Chaves, Learning Experience Designer na Nova SBE, baseando-se num estudo do Fórum Económico Mundial, “que, apesar de não se referir especificamente a Portugal, me surpreendeu muito, pois afirma que, se as coisas continuarem a evoluir ao ritmo atual, serão necessários pelo menos 136 anos até que haja igualdade para as mulheres no mundo empresarial. Isso é muito tempo”. Com alguma ironia a marca de luxo portuguesa, Ownever, lançou uma mala com garantia até 2157.

Mas se na gestão das empresas se mantém uma espécie de soft power das mulheres no mundo do trabalho e em vários setores de atividade como a saúde, a educação, as artes, a cultura, o entretenimento, o setor social, o papel das mulheres ganha peso tanto na base, como à medida que se sobe na hierarquia. Neste caso é de salientar que no atual governo português a nº 2 na orgânica é Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, e que as mulheres ocupam cargos como ministra da Saúde, Marta Temido, ministra da Ciência e Tecnologia, Elvira Fortunato, ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, ministra da Defesa, Helena Carreiras, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Segundo o índice da revista The Economist,  Glass Ceiling Index para 2021, Portugal ficou em 5º lugar, atrás da Suécia, Islândia, Finlândia e Noruega, quando em 2016 ficou em 12º lugar. Este índice mede o papel e a influência das mulheres na força de trabalho em 29 países da OCDE através de dez métricas, como a diferença salarial entre géneros, a licença parental, o custo dos cuidados infantis, o nível de educação e a representação na gestão e na política. Entre estes indicadores têm mais peso os que envolvem todas as mulheres e não apenas os indicadores ligados à maternidade. Portugal tem uma boa performance nas métricas como a educação das mulheres, a participação no mercado de trabalho, o baixo custo dos cuidados infantis.

 

As 25 mulheres mais influentes de Portugal

lista rodapé As 25 mulheres mais influentes de Portugal 2021

 

1ª Cláudia Azevedo, CEO da Sonae

Quando em 17 de fevereiro de 2022 a Sonae lançou uma nova imagem e identidade e mudou a designação das empresas, com o retalho alimentar a designar-se MC (era Sonae MC), a unidade de centros comerciais assume o nome Sierra (era Sonae Sierra), os serviços financeiros passam a ser Universo (era Sonae FS), a unidade de moda é agora Zeitreel (era Sonae Fashion) e a unidade de gestão de investimentos em tecnologia muda para Bright Pixel (era Sonae IM), e revelou a nova assinatura “shaping tomorrow, today”, Cláudia Azevedo afirmou: “iudo o que fazemos tem por base os nossos valores. São o nosso legado e os princípios que nos orientam para o futuro. Definem a forma como trabalhamos e a nossa cultura. Uma cultura que se adapta e evolui, sem nunca perder os pilares que a distinguem”.

Em julho de 2018, Cláudia Azevedo foi escolhida como presidente executiva do grupo, tomando posse a 30 de abril de 2019 em substituição do irmão Paulo Azevedo que assumiu os destinos da holding de controlo da Sonae, a Efanor Investimentos. É a mais nova dos três irmãos, licenciou-se em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, tem um MBA pelo INSEAD e a sua carreira está ligada à gestão de empresas do Grupo Sonae, criado pelo pai, Belmiro de Azevedo. Dois anos depois de chegar ao topo da Sonae, e com uma pandemia global como não se via há um século, Cláudia Azevedo traçou os caminhos de futuro para o grupo Sonae: tecnologia, digitalização, sustentabilidade e mais mulheres na liderança.  Nascida a 13 janeiro de 1970 no Porto, lidera um grupo que faturou 6,8 mil milhões de euros em 2020 e tem mais de 134 mil trabalhadores. Detém 25,11% da Efanor Investimentos, holding que partilha com a mãe, Margarida, os irmãos Paulo e Nuno, e que controla a Sonae sgps, a Sonae Indústria, a Sonae Capital e a NOS.

 

2ª Paula Rego, pintora

Em dezembro de 2021 Paula Rego foi selecionada como uma das 25 mulheres mais influentes do mundo para o Financial Times que a considerou como “provavelmente a pintora figurativa mais significativa do nosso tempo”, como escreveu Jan Dalley, editora de artes do FT e a quem Paula Rego disse: “Tento obter justiça para as mulheres… pelo menos nas imagens… vingança também”. Nasceu a 26 de janeiro de 1935 em Lisboa e com apenas 17 anos, foi estudar na Slade School of Fine Art em Londres, tendo acabado o curso em 1956. Nessa escola conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, com quem se casou em 1958 e que viria a falecer em 1988. Regressou a Lisboa na década de 1960, mas em 1970 radicou-se em Londres. O museu Casa das Histórias, em Cascais, detém um importante acervo de obras da autora.

 

3ª Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Desde Março de 2022 que Elvira Fortunato integra o novo governo liderado por António Costa como ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. É professora Catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia (NOVA), e era vice‐reitora da NOVA e diretora do Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) do Laboratório Associado i3N ‐Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação. Dias antes da sua entrada para o Governo, Elvira Fortunato foi escolhida pela Presidência Francesa da UE para integrar o grupo de 27 mulheres inspiradoras da Europa, no âmbito do Dia Internacional dos Direitos da Mulher, celebrado a 8 de março de 2022.

Nasceu a 22 de julho de 1964, em Almada, e licenciou‐se em Engenharia Física e dos Materiais, em 1987, tendo‐se doutorado, em 1995, em Microeletrónica e Optoelectrónica. Em 2008, o European Research Council atribuiu-lhe 2,25 milhões de euros, com a nota máxima da tabela classificativa. No ano de 2018 recebeu a segunda Advanced Grant do European Research Council no valor máximo de 3,5 milhões de euros. Integra o Grupo de Alto Nível do Mecanismo de Aconselhamento Científico da Comissão Europeia desde 2016. Criou com o marido, o cientista Rodrigo Martins, o primeiro transístor de papel, que se tem destacado na eletrónica transparente. Elvira Fortunato deu voz à personagem Marlene Starr, uma das mais bem-sucedidas cientistas do mundo, na versão portuguesa do filme de animação “Um Susto de Família 2”, e é uma fervorosa adepta do Sporting Clube de Portugal.

 

4ª Cristina Ferreira, administradora da Media Capital e diretora de Ficção e Entretenimento da TVI

Em Fevereiro passado José Eduardo Moniz, 70 anos, voltou à TVI como diretor-geral, depois de ter sido consultor nos últimos anos. Referiu que Cristina Ferreira, diretora de Ficção e Entretenimento “tem feito um bom trabalho com as ideias que tem. Vim para a TVI para somar, para trabalhar com toda a gente e não para me sobrepor a ninguém. Isto não são quintas. Comigo ninguém perde nem ganha poder”. Foi mais um reforço para tentar atingir o objetivo de a TVI chegar à liderança e destronar a SIC e pelo qual Cristina Ferreira foi contratada em Julho de 2020 à SIC pela TVI. A ironia é que em Agosto de 2018 Cristina Ferreira tinha saído da TVI e assinado um contrato por quatro anos com a SIC e esta, em Março de 2019, voltou a liderar as audiências televisivas, depois de 12 anos e meio na segunda posição. Mas o toque de Midas imediato não se repetiu e a TVI continua a tentar ultrapassar a SIC. Nasceu a 9 de setembro de 1977 na Malveira, licenciou-se em História e foi professora de História do ensino secundário a durante dois anos, fez também o curso de Ciências da Comunicação e o curso de apresentação lecionado por Emídio Rangel na extinta Universidade Independente. Em 2004 começou a sua viagem para o estrelato começando a apresentar o Você na TV! ao lado de Manuel Luís Goucha.

 

5ª Paula Amorim, chairwoman da Galp

Nasceu no Porto a 20 de Janeiro de 1971,  frequentou o curso de Gestão Imobiliária na Escola Superior de Atividades Imobiliárias e surgiu nos negócios em 2005 com a Fashion Clinic, hoje uma participada da Amorim Luxury Group, holding que comparte com o marido, José Guedes de Sousa e que detém ainda a marca de restaurantes e hotéis jncquoi. Em outubro de 2016 substituiu Américo Amorim (1934 –2017) como presidente não executivo da Galp, o principal ativo do Grupo Américo Amorim, cuja holding é presidida desde 2020 pela irmã Marta. A Galp tem desde janeiro de 2021 vivido com alguma turbulência na administração, com a substituição do CEO que passou a ser Andy Brown e a saída de quatro membros da comissão executiva e com a entrada de dois novos membros. O motivo principal está relacionado com a necessidade de aceleração da transição energética da empresa. Por sua vez, em Janeiro de 2022 Paula Amorim desfez a parceria criada em 2020 com Claude Berda e a Vanguard para comprar os ativos turísticos da Comporta que pertenciam ao Grupo Espírito Santo, ficando com o restaurante Sal e 97,6 hectares.

 

6ª Marta Temido, ministra da Saúde

Se o combate à pandemia de Covid-19 foi a sua batalha mais difícil porque era necessário responder depressa e bem, sobretudo, até ao aparecimento da vacina, o SNS é o grande desafio de Marta Temido, que é ministra da Saúde desde 15 de Outubro de 2018, que exige esforço imediato e de longo prazo para se reformar. Nasceu em Coimbra a 2 de março de 1974 e é doutorada em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, mestre em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e licenciada em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Tentou uma carreira jurídica e fez o curso no Centro de Estudos Judiciários para magistrada do Ministério Público, tendo sido colocada em Idanha-a-Nova e em Arraiolos. Mas em Setembro de 1998 deu um outro rumo à sua vida profissional quando se inscreveu na especialização em Administração Hospitalar da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.

Em Julho de 2000 começou a trabalhar nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), seguindo-se o Centro Hospitalar de Vila Real-Peso da Régua (2001-2002) e o Hospital de Cantanhede (2001-2002) Hospital de Aveiro (2003). Passou pelo Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e em 2010 chega a administradora do Instituto de Oncologia do Porto, seguindo-se o Hospital do Arcebispo João Crisóstomo (2012-2015) em Cantanhede e, em 2016, torna-se presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (2016-2017). Em 2018 chega à subdireção do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, onde António Costa a foi buscar para substituir Adalberto Campos Fernandes como ministra da Saúde. Foi assistente convidada do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, e foi presidente da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

 

7ª Lucília Gago, procuradora-geral da República

Nascida em Lisboa a 26 de agosto de 1956, é licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1978. Ingressou em 1980 no Centro de Estudos Judiciários e tornou-se magistrada do Ministério Público em 1981. Foi promovida a Procuradora da República em 1994, tendo exercido funções numa Vara Criminal de Lisboa, no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e no Tribunal de Família e Menores de Lisboa. No período compreendido entre 2002 e 2005 foi Procuradora Coordenadora dos magistrados do Ministério Público no Tribunal de Família e Menores de Lisboa. Foi promovida a Procuradora-Geral-Adjunta em Setembro de 2005, e entre 2006 e 2012, foi coordenadora distrital dos magistrados do Ministério Público que, no âmbito da jurisdição de família e menores, exerciam funções na primeira instância. Foi diretora do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, entre 2016 e 2017, e a partir daí exerceu funções na Procuradoria-Geral da República, onde criou e desenvolveu um Gabinete, de âmbito nacional, de coordenação. Em recente discurso de abertura judicial traçou uma quadro negro em relação aos meios disponíveis pela Procuradoria e salientou que esta magistratura, que é uma estrutura essencial para a realização da Justiça e, em particular, da justiça penal, com uma vastidão de competências que sem paralelo noutros Estados, sofre “expressivo e persistente déficit de recursos materiais e humanos”, um “grave déficit de quadros” devido ao ritmo de jubilações, e uma “generalizada insuficiência da afetação de oficiais de justiça e de recursos materiais e humanos”.

 

8ª Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde

Num discurso no Dia da Graduação 2022 do Instituto Superior Técnico, Isabel Vaz, que se licenciou em Engenharia Química (Ramo de Processos e Indústria) no IST, disse que “sempre quis ser engenheira”, apesar do pai ter sido médico e de ter crescido dentro de um hospital. Foi este background que a levou querer ‘construir’ hospitais como engenheira, desde que, em 1999, iniciou a partir da Esumédica, empresa de cuidados médicos às empresas do Grupo Espírito Santo, e com uma equipa de quatro pessoas, a criação do atual Grupo Luz Saúde. “Olhar para um hospital com olhos de engenheiro traduzia-se na prática com a sua identificação como uma fábrica, à época um conceito inovador e mal compreendido pelos médicos e pelo status quo da gestão hospitalar vigente”, explicou Isabel Vaz. Recentemente disse que “mais do que qualquer tecnologia médica, vai ser a inteligência artificial que vai mudar completamente este setor, a todos os níveis”.

Nasceu a 2 de janeiro de 1966 no Porto, mas passou a infância e adolescência em Setúbal. Após a licenciatura, em 1990, iniciou a sua vida profissional como investigadora no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET) e passou pelo Grupo Atral-Cipan na área farmacêutica. Em 1992, ingressou na McKinsey, e foi senior consultant durante sete anos, sobretudo na área da banca e seguros, tendo entretanto feito, em 1994, um MBA na Nova SBE. Hoje é membro do International Advisory Board do The Lisbon MBA, administradora não executiva dos CTT, e da Mota-Engil.

 

9ª Mariza, cantora

Nasceu em 16 de dezembro de 1973 e, em 1979, foi viver com os pais para a Mouraria, um dos ambientes fulcrais para o fado. Começou a cantar fado aos sete anos pela primeira vez, num ambiente profissional, na Casa de Fado Adega Machado, mas depois cantou estilos musicais como pop, gospel, soul, jazz, música brasileira e ligeira portuguesa, e participou em bandas como a Vinyl e a Funkytown. Iniciou a sua carreira profissional de fadista no Srº Vinho e, em 2001,  Mariza editou o seu primeiro álbum, “Fado em Mim”, inicialmente em Portugal e depois em 32 países, o que a projetou em termos mundiais.

Em Abril deste ano retomou o seu tour musical pela Europa e o seu último trabalho data de 2020 com “Mariza Canta Amália”, que assinalou os seus 20 anos de carreira, quer os 100 anos de vida que Amália celebraria e numa entrevista Mariza disse “os portugueses têm de cantar Amália como os americanos cantam Sinatra”.

Em fins de 2021 foi publicado o livro “Os anéis do meu cabelo – A história de Mariza” (Oficina do Livro), feito por Dina Soares com a colaboração de Mariza e que deveria ter saído para celebrar os 20 anos de carreira mas que a pandemia de Covid-19 veio perturbar. Segundo Mariza, “a ideia do livro foi assinalar os 20 anos de carreira e mostrar que atrás da cantora existe um ser humano que teve uma vida completamente normal, como toda a gente, até chegar onde chegou”.

 

10ª Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência

Mariana Vieira da Silva nasceu em Lisboa em 1978 e é filha de Vieira da Silva um histórico ministro dos governos socialistas, desde 2005.  “A primeira coisa que faço de manhã é a última do dia anterior, que é ver as capas dos jornais”, disse Mariana Vieira da Silva ao Observador em 2018. Desde a sua entrada para o governo em 2015 que participava nas reuniões de coordenação política, a que só tinha acesso o núcleo duro de Costa até se ter tornado a sua sombra, ou seja, a número dois do atual Governo, como revela a sua Lei Orgânica, que fica com a coordenação dos fundos europeus e da função pública. É um trabalho de folego para a antiga nadadora de alta competição nos 200 metros mariposa do Sporting Clube de Portugal, de que é sócia, e tal como disse à Visão: “ter sido nadadora de competição dá uma certa capacidade de sacrifício e resistência necessária”.

Licenciada em Sociologia, pelo ISCTE-IUL, concluiu a parte curricular do Doutoramento em Políticas Públicas, no ISCTE, encontrando-se a terminar uma dissertação sobre políticas de saúde e de educação em Portugal. Foi investigadora no CIES-IUL, trabalhando na área das políticas públicas, e em 2005 começou a sua carreira governativa como assessora da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, atual reitora do ISCTE. Entre 2009 e 2011, foi adjunta do secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, João Almeida Ribeiro. Fez parte da equipa organizadora do Fórum das Políticas Públicas, no ISCTE, e foi membro do Conselho Consultivo do Descobrir — Programa da Gulbenkian para Cultura e Ciência. Em novembro de 2015 volta ao governo com o regresso ao poder do Partido Socialista liderado por António Costa. Assumiu então as funções de secretária de Estado-adjunta do Primeiro-Ministro, até fevereiro de 2019, e depois da reeleição tornou-se ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, até março de 2022, quando passou a ministra de Estado e da Presidência.

 

11ª Margarida Matos Rosa, presidente da Autoridade da Concorrência

Nasceu em Lisboa em 3 de janeiro de 1973 e é licenciada em Economia pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica e detém um Master in Public and International Affairs (MPA) na Princeton University. Fez carreira no setor financeiro, tendo passado pela J.P. Morgan, o BNP Paribas, o UBS Bank e o Santander Investment. Em 2007, esteve no MIT — Massachusetts Institute of Technology, tendo-se dedicado à investigação de políticas públicas direcionadas para o setor do capital de risco.  Foi assessora do conselho de administração da CMVM para as questões regulatórias e de supervisão nos mercados financeiros europeus e internacionais, e, mais tarde, dirigiu o Departamento de Supervisão da Gestão do Investimento Coletivo na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A 28 de novembro de 2016, foi nomeada presidente da Autoridade da Concorrência, mandato que termina em Novembro de 2022. “A prioridade da Autoridade da Concorrência é o combate a cartéis”, disse Margarida Matos Rosa, e tem seguido esta linha à risca. A mão pesada da Autoridade da Concorrência tornou-se visível sobretudo a partir de 2019, e são já 922 milhões de euros de coimas aplicadas entre 2017 e 2021. Destacam-se a multa de 225 milhões de euros à banca, num esquema de concertação que durou mais de dez anos e envolveu os principais bancos portugueses – entre eles a CGD (82 milhões de euros), o BCP (60 milhões de euros), o Santander (35,5 milhões de euros) e o BPI (30 milhões de euros) e ainda as coimas por abuso de posição dominante da EDP entre 2009 e 2014, numa investigação iniciada em 2016, que culminou com uma coima de 48 milhões, até à mais recente sanção de 92,8 milhões de euros aplicada à Super Bock, Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché.

 

12ª Graça Freitas, diretora-geral da Saúde

Foi o rosto do combate à pandemia de Covid-19, mas o diferendo sobre o uso das máscaras tem marcado os últimos meses da luta contra a Covid-19, com Graça Freitas a defender a necessidade das máscaras, mas com o Governo a deliberar a sua restrição a casos muito específicos. Nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 26 de agosto de 1957, e é médica especialista em saúde pública. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa em 1980. Tem a especialidade de Saúde Pública, concluída em 1988. Em 2017 substituiu o diretor-geral Francisco George, que saiu após atingir o limite de idade, tendo sido nomeada em 2018 Diretora-Geral da Saúde e autoridade de saúde nacional em matéria de saúde pública. Por inerência, é também membro do CA do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, do Programa Expandido de Imunização da OMS, entre outros grupos internacionais. Antes da sua nomeação como diretora geral, serviu como vice-diretora entre 2005 e 2017, e coordenou vários programas de saúde pública como o Programa Nacional de Vacinação, o qual coordenou desde 1996.

 

13ª Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular

Nascida em 1959 é licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa desde 1983, tendo terminado o curso com média de 18 e é doutorada em Biologia Celular na mesma instituição em 1988, onde atualmente leciona e é professora catedrática. Fez um doutoramento no EMBL em Heidelberg, na Alemanha. É investigadora principal no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes desde 2002, foi diretora executiva entre 2002 e 2014 e, desde então, é a presidente. A sua investigação tem por base a descodificação da informação genética das células humanas, para melhor compreensão de doenças causadas por erros da natureza e do RNA, que permitiu o desenvolvimento da primeira vacina para a COVID-19. Foi a primeira portuguesa a assumir a liderança da RNA Societypara o biénio 2021-2022 e lidera o laboratório RNA e Regulação Génica no Instituto de Medicina Molecular (IMM). A tecnologia mRNA pode ser a chave para vencer uma multiplicidade de doenças, dos cancros às doenças autoimunes. Recentemente, defendeu que “estamos a caminhar para ter medicamentos específicos para cada doente e para a sua forma de doença”.

 

14ª Elisa Ferreira, comissária europeia para a Coesão e Reformas

“Falamos muito da ‘bazuca’ do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que tem 14 mil milhões de euros de subvenções, mas o quadro plurianual tem 24 mil milhões. Tem quase o dobro. Não se pode descurar a discussão e preparação, que é urgente, desse quadro de financiamento, só concentrando as nossas atenções no PRR, por muito importante que este seja”, disse Elisa Ferreira numa entrevista ao Jornal de Negócios e a Antena 1. Militante do Partido Socialista, foi ministra do Ambiente e ministra do Planeamento nos dois governos liderados por António Guterres, deputada à Assembleia da República e deputada em três legislaturas ao Parlamento Europeu, e é Comissária europeia para Coesão e Reformas desde 2019. Nascida no Porto em 17 de outubro de 1955, é licenciada pela Faculdade de Economia do Porto, doutorou-se em Economia pela Universidade de Reading, em 1985, e é docente da Faculdade de Economia da Universidade do Porto desde 1977.

 

15ª Júlia Pinheiro, apresentadora da SIC

É a estrela das tardes da SIC e diz-se “mesmo muito assanhada com as audiências, mas isso tem a ver com a minha carreira televisiva. Eu pertenço à televisão privada que tem métricas e se não há métricas… os programas morrem”, afirmou Júlia Pinheiro numa entrevista ao filho, Rui Maria Pego, e a Ana Martins, na última edição do programa “Era o Que Faltava”, da Rádio Comercial. Com quase 40 anos de carreira televisiva, a apresentadora admitiu, no entanto, que a rádio é o seu “primeiro território”. “É feliz, mais do que confortável, feliz. A rádio é o meu primeiro território, é a minha primeira pele e é um local que regresso sempre com muito prazer”, comentou. Em 26 de Setembro de 2021 regressou a Noite da Má Língua em formato de podcast com as mesmas personagens das últimas edições do programa da SIC, que foi emitido entre 1994 e 1997, Rui Zink, Manuel Serrão e Rita Blanco e com moderação de Júlia Pinheiro.

 

16ª Clara de Sousa, jornalista da SIC

Nasceu em 29 de novembro de 1967 e frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Começou profissionalmente pela rádio em 1986, primeiro em rádio piratas, como a depois legalizada Rádio Marginal, tendo passado também por um programa de desporto da RTP. Em 1993 iniciou a sua carreira televisiva na TVI, em 1996 foi para a RTP. Em 2000, com 32 anos, a jornalista mudou-se para a SIC, porque, como disse,a televisão estatal, não lhe deixou “boas memórias. Tentaram assassinar-me profissionalmente”, afirmou numa entrevista ao Expresso, a pivô do Jornal da Noite, emitido pela SIC, e que é um líder de audiências. Clara de Sousa estreou-se na TVI e hoje é, com José Alberto Carvalho, um dos pivôs que apresentou o noticiário principal dos três canais generalistas. Em 2011 lançou o seu primeiro livro de cozinha, seguindo-se mais dois. Fez também uma página de receitas no facebook, “A Minha Cozinha”. Em 6 de Novembro de 2018 iniciou-se o site Clara de Sousa – Cozinha & Bricolage (claradesousa.pt). Tem ainda um canal no youtube. Como disse numa entrevista à revista do Expresso, “não trabalho para os jornalistas. Trabalho para as pessoas. Se fosse atrás do que os jornalistas dizem nunca me tinha metido na cozinha”.

 

17ª Patrícia Mamona, atleta de triplo-salto

“Para sobreviver neste mundo tenho que ser uma mulher mais forte, com mais garra”, disse Patrícia Mamona numa entrevista à SIC. Filha de pais angolanos, Patrícia Mbengani Bravo Mamona nasceu em 21 de novembro de 1988 em Lisboa e viveu até à adolescência no Cacém. Em 2001, com 12 anos começou a treinar na Juventude Operária de Monte Abraão (JOMA). Em 2011 tornou-se atleta do Sporting e foi campeã europeia absoluta em 2016, e vice-campeã em 2012, e finalista olímpica no Rio2016. Como sub-23, foi segunda nas Universíadas e campeã universitária nos Estados Unidos, em 2011, quando estudava Ciências Médicas na Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, o primeiro de dois cursos universitários, o segundo é de Engenharia Biomédica.

“Estou nas nuvens, sem palavras. Parece tudo surreal”, afirmou Patrícia Mamona, depois de nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 ter chegado à medalha de prata no triplo salto. Estes foram os terceiros jogos olímpicos em que participou, e que deveriam ter sido em 2020 por causa da pandemia de Covid-19. Foi o ponto mais alto de uma carreira com mais de três dezenas de participações nas principais provas internacionais, de Europeus, com dois ouros, em pista coberta e ao ar livre, a Mundiais com uma medalha de prata no triplo salto. Em 2016 chegou a fazer parte do programa de televisão Fama Show na SIC e, em Maio de 2022, recebeu a condecoração de Grande Oficial da Ordem do Mérito atribuída pelo presidente da República.

 

18ª Maria Manuel Mota, diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular

É diretora executiva do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, do qual é também Investigadora Principal. Maria Manuel Mota é doutorada em Parasitologia Molecular pela University College London, em 1998, com trabalho realizado no National Institute for Medical Research. Entre 1999 e 2001 desenvolveu investigação no Laboratório de Vitor Nussenzweig da New York University Medical School, depois de se ter licenciado em Biologia e feito o mestrado em Imunologia pela Universidade do Porto em 1992 e 1994. De volta a Portugal em 2002, liderou o grupo de investigação do Laboratório de Biologia Celular da Malária no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras. Maria Manuel Mota nasceu em Gaia a 27 de Abril de 1971. A maior lição desta pandemia foi, na sua perspetiva, a de que se “sonharmos alto, os sonhos podem ser concretizados”. Prova dessa verdade, foi o facto de se ter alcançado uma vacina num curtíssimo espaço de tempo, servindo de ilustração ao facto de quando a humanidade está unida na solução de um problema, é possível chegar a ela.

 

19ª Daniela Braga, empreendedora

A fundadora e CEO da Defined.ai, plataforma inteligente de dados para Inteligência Artificial e Machine Learning, foi uma das 12 pessoas escolhidas pela Administração do presidente norte-americano, Joe Biden, para National Artificial Intelligence Research Resource Task Force, que vai ajudar a desenhar a estratégia de dados para a inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos. Radicada em Seattle, lidera a Defined.ai, empresa que recolhe, estrutura e enriquece bases de dados para inteligência artificial. Foi também eleita pela Apolitical uma das 50 pessoas do mundo mais influentes, e o Goldman Sachs considerou-a uma das 100 empreendedoras mais intrigantes de 2021. Nasceu no Porto, em 1979, , é licenciada em Linguísticas, no Porto, mestre no Minho em Linguística Aplicada e doutorada na Corunha em Tecnologias da Linguagem. Em 2006 ingressou na  Microsoft, onde trabalhou na área de voz e texto, primeiro em Portugal, depois nos EUA e na China. Criada em Seattle, nos EUA, após Daniela Braga sair da Microsoft, durante o atribulado mandato de Steve Ballmer e depois da passagem pela VoiceBox, a DefinedCrowd, hoje Defined.ai, tem algumas das maiores empresas do mundo como clientes como a Google, a IBM, a Microsoft, a Amazon, a dona da assistente de voz Alexa, que é também investidora na empresa. A nipónica Sony liderou a primeira ronda de investimento, da empresa, em 2016, com 1,6 milhões de dólares. Três anos depois, a empresa voltou a investir, desta feita 12,8 milhões, com dois equity partners.

20ª Sandra Felgueiras, diretora da revista Sábado

Sandra Felgueiras é, desde janeiro de 2022, diretora da revista semanal Sábado e apresentadora do programa Investigação Sábado na CMTV, depois de em Novembro ter saído da RTP, onde coordenava o programa Sexta às 9 desde 2012. Numa entrevista à TVI disse que “não saio magoada com a RTP, saio magoada com esta RTP. Todas as televisões são feitas de pessoas, pessoas que as lideram em determinado momento. (…) Saio magoada com algumas coisas que vivi, mas tenho um baú de memórias muito grande”. Acrescentou que “não guardo rancor, não guardo ressentimentos. Tenho o coração absolutamente limpo e aberto para uma etapa que eu tenho a certeza que vai ser muito feliz”. Sandra Felgueiras nasceu no Porto, em março de 1977. Fez Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, passou pelas redações do Expresso e da SIC e antes tinha trabalhado numa televisão espanhola – Barcelona Television. Em 2010 foi o momento do seu primeiro caso de investigação mediático na RTP sobre o desaparecimento da menina inglesa Madeleine (Maddie) McCann tendo mais tarde participado no documentário da Netflix, “O Desaparecimento de Madeleine McCann” lançado em março de 2019 .

21ª Ana Garcia Martins, influenciadora digital

Nasceu a 6 de Janeiro de 1981 e quando teve de escolher “o jornalismo pareceu-me assim o melhorzinho que havia. Não porque quisesse andar atrás de grandes notícias, fazer manchetes, liderar investigações. A única coisa que queria mesmo era escrever”. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa e depois foi jornalista e cronista em vários jornais. Em 2004 criou o blogue A Pipoca Mais Doce que se tornou um dos meios mais importantes na área digital, com mais de 100 milhões de visitas desde que foi criado. Fez uma pós-graduação em Comunicação, Protocolo e Relações Públicas (ESERP Madrid), outra em Marketing Management (ISEG) e ainda mais uma em Consultoria de Imagem. Foi comentadora do programa Passadeira Vermelha, da SIC Caras e, em 2019, participou no reality show da TVI Like Me. Em fevereiro deste ano, após cinco edições de Big Brother (TVI), Ana Garcia Martins decidiu fazer “uma pausa” como comentadora no reality show, explicando “que para se estar em determinados formatos é preciso querer muito e/ou engolir alguns sapos e ter uma espinha dorsal maleável. (…) Herdei uma coluna tão torta como o meu feitio, então optei por não continuar.” e faz a stand up comedy. Entretanto apresenta com Gilmário Vemba o programa Betclic Mano a Mano, na TVI.

 

22ª Rita Pereira, atriz

Rita Pereira nasceu em Cascais em 1982. Atualmente é uma das protagonistas da novela da TVI, “Quero é Viver”. Em Setembro de 2019, Rita Pereira foi a “primeira portuguesa” a ser cara de uma campanha internacional da Adidas, na mesma altura em que foi capa da revista Forbes Portugal como a maior influenciadora digital em Portugal — tem atualmente 1,5 milhões de seguidores no Instagram e 1,56 milhões no Facebook. Aos 16 anos estreou-se no mundo da moda, mas foi na representação que venceu, tendo começado a série juvenil, Morangos com Açúcar.

 

23ª Joana Marques, humorista

Nasceu em Lisboa em 1986. Guionista desde 2007 nas Produções Fictícias, foi autora e apresentadora, com Daniel Leitão, do programa Altos & Baixos, e também da sua versão ao vivo. Começou a fazer rádio como base nos seus textos em 2012 na Antena 3 e atualmente tem o programa na Rádio Renascença, As Três da Manhã, com Ana Galvão e Inês Lopes Gonçalves, onde mantém a rubrica Extremamente Desagradável, criada em 2017 na Antena 3. Fez parte da equipa de autores do programa Gente que não sabe estar, na TVI, e acompanhou Ricardo Araújo Pereira na mudança para a SIC, em 2020, onde faz Isto é gozar com quem trabalha, a quem substituiu como colunista da última página da Visão depois de o humorista ter passado para o Expresso. Em 2022 passou a integrar o painel de júri do programa Ídolos, da SIC. “Ser guionista é a base de todas as outras atividades e é aquilo que farei sempre. Simplesmente antes escrevia sempre para os outros e a partir de certa altura passei a escrever para mim. Entre rádio e televisão, prefiro a rádio. Quanto mais não seja porque podemos ir trabalhar de pijama”, disse Joana Marques numa entrevista.

 

24ª Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud

“As mulheres podem e devem fazer tudo”, diz  muitas vezes Leonor Beleza, que também faz parte do Conselho de Estado, designada pelo Presidente da República. Foi Marcelo rebelo de Sousa que lhe disse, em Setembro de 2021, na cerimónia de atribuição do título de doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa, que Leonor Beleza “bem poderia ter sido uma das primeiras mulheres presidentes da República Portuguesa”. Nasceu no Porto a 23 de novembro de 1948. É a mais velha de cinco irmãos e a primeira das três raparigas a matricular-se na Faculdade de Direito de Lisboa. Pouco depois do 25 de Abril de 1974, trabalhou na Comissão de Revisão do Código Civil, que consagrou pela primeira vez um regime de igualdade entre os cônjuges. Depois de Maria Teresa Cárcomo Lobo, que foi subsecretária de Estado da Saúde, entre 1970 e 1973, Leonor Beleza foi a primeira portuguesa a ser nomeada para cargos governamentais, primeiro como secretária de Estado e depois como ministra da Saúde de Cavaco Silva. A sua vida mudou no dia 28 de abril de 2000 quando recebeu um telefonema de António Champalimaud e se tornou presidente da Fundação Champalimaud.

25º Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome e do Banco Alimentar contra a Fome de Lisboa

É voluntária há 28 anos do Banco Alimentar, o que considera “uma missão de vida”, que tem como grandes objetivos o apoio social e a na luta contra o desperdício alimentar e é um barómetro das carências sociais e económicas do país, por isso Isabel Jonet costuma lembrar que em Portugal um milhão de pessoas vive com menos de 250 euros por mês e dois milhões vivem com menos de 450 euros por mês. Recentemente Isabel Jonet alertou de novo “para a tremenda pobreza estrutural” do país. Pede, por isso, “um plano mais estruturado de luta contra a pobreza”, porque “vivemos de paliativos que ajudam a minorar um sofrimento num determinado momento, mas que não fazem com que as famílias possam ter uma vida autónoma e sem preocupações de como vão comer até ao final do mês”.  Há 17 anos criou o Entreajuda, uma espécie de consultora para o setor social, que fez um Banco de Bens Doados que é, segundo disse Isabel Jonet numa entrevista ao Expresso, “o maior banco de economia circular da Europa”, desde detergentes, resmas de papel, eletrodomésticos, roupas, impressoras, computadores, livros, material escolar, brinquedos. A Entreajuda tem ainda uma Bolsa de Voluntariado e um Banco de Equipamentos. Participou no livro “67 Vozes por Portugal — A Grande Oportunidade”, que propõe reflexões sobre o “futuro do país”, uma iniciativa ISCTE Executive Education.

 

 

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