Texto de Paulo Neto, coach executivo e de equipas, agile coach e fundador da Building Bridges
A pandemia veio evidenciar algo que sabemos, mas que estava afastado das nossas mentes. Vivemos em rede.
Tal como a Covid-19 se movimenta entre nós, também se movimentam emoções, sentimentos, pensamentos… Esta “outra Covid” é aquilo que nos torna humanos e que é a génese das nossas relações que exprimimos com um abraço ou um beijo.
Ao contrário da Covid-19 que é nociva, a outra Covid é um privilégio dos humanos que se expressa na partilha de um abraço ou de uma ideia. Ao movimentá-la estamos a tornar as nossas vidas melhores e a contribuir para a felicidade dos outros.
Mas será sempre assim? Com ou sem pandemia, quantas vezes nos esquecemos de que vivemos em rede? A máscara que colocamos para evitar o movimento da Covid-19, existe também para a outra Covid quando não comunicamos ou quando não mostramos empatia… e existe também na forma nociva quando fazemos algo que prejudica os outros.
A comunidade em que vivemos – uma equipa, uma empresa, uma cidade, um país, o planeta – é construída com base nos movimentos da outra Covid entre os membros que formam a rede da comunidade. Garantir sustentabilidade do planeta ou a amizade entre duas pessoas depende em grande parte de a outra Covid ser boa.
Saber, não é o mesmo que ser consciente e saber não é suficiente. Precisamos de mais consciência da outra Covid e de que vivemos em rede.
O que fazemos e também o que não fazemos tem impacto nos outros e em nós. Será que estamos a cuidar do outro covid de forma adequada? Os sinais são contraditórios… Cuidar dele e dos seus movimentos, é cuidar da sua comunidade, da sua rede… É cuidar de si.