O meu maior desafio: Filipa Martins

Filipa Martins, diretora geral do SAPO, trabalha há mais de 15 anos na área de media digital e esteve presente num dos momentos mais importantes e desafiantes da vida da empresa - a reestruturação do SAPO.

Filipa Martins, diretora geral do SAPO.

Filipa Martins é diretora geral do SAPO, marca da Altice Portugal, e maior agregador de conteúdos locais no mercado português. Com mais de 15 anos de experiência no mercado de media digital, integrou inicialmente o SAPO para liderar uma equipa de gestão de parcerias e conteúdos. Atualmente, enquanto diretora geral, lidera equipas de produto, comerciais e tecnológicas, e representa a Altice Portugal na administração das empresas Sportinveste Multimédia, Janela Digital e Venda Já. Tem também experiência enquanto consultora na A.T. Kearney, nas áreas de Transportes, Administração Pública, Instituições Financeiras e Pasta e Papel, onde trabalhou durante cinco anos.

É licenciada em Business Administration pela Universidade Católica, possui um mestrado e MBA, também em Business Administration, pela NOVA School of Business and Economics e um MPSA (Managing Partnerships and Strategic Alliances) pelo INSEAD.

 

“O meu maior desafio profissional foi assumir em 2015 a liderança e Direção Geral de uma equipa vincadamente multidisciplinar – produto/comercial/tecnologia -, num momento de reestruturação interna da empresa e, por isso, de alguma instabilidade organizacional, em que os episódios de gestão de crise eram quase diários. Entre saídas de recursos motivadas pela reestruturação e outras motivadas pela incerteza do momento que se atravessava, foi necessário manter o foco nas valências do projeto – liderança em audiência, posição de referência como sales house no digital, equipa técnica inhouse com competências diferenciadoras e propriedade de uma love brand reconhecida por todos – e reter as competências fundamentais para assegurar o sucesso presente e futuro. Neste contexto, o próprio mercado olhava-nos com alguma apreensão pelo que foi necessário reagir rapidamente, reajustando em muito pouco tempo o modelo de negócio, assegurando o foco no core, desenvolvendo parcerias alternativas e lançando novos projetos com elevado potencial de crescimento.

A agilidade na tomada de decisões, a par de um conhecimento profundo da organização e do mercado, foram fundamentais para o sucesso desta nova fase da vida do SAPO, garantindo a continuidade dos bons ativos que vinham do passado e sobretudo assegurando o lançamento das bases de trabalho necessárias para preparar o futuro. Já dizia Roosevelt, “faz o que puderes, com aquilo que tiveres, onde quer que estejas”. Acredito que ser transparente, autêntica e procurar fazer o correto ajudou a reforçar a confiança e motivação da equipa, que neste período fez um trabalho extraordinário de melhoria de processos internos, em que se corrigiram alguns problemas que estavam por resolver e se implementaram soluções inovadoras para abordar o mercado.

O desafio foi ainda maior porque este processo coincidiu com o meu regresso de licença de maternidade do segundo filho, pelo que foi fundamental assegurar, da minha parte, uma grande disciplina e garantir o apoio de um sistema de suporte. Curiosamente também na primeira gravidez foi quando fui nomeada Diretora de Produto, pelo que já tinha alguma experiência em conciliar momentos de maior exigência profissional com maior exigência pessoal. Além disso, características como consciência do que realmente importa, coerência, perseverança, resiliência e capacidade de gestão de crise, mantendo um otimismo informado, foram ativos muito úteis na condução deste processo.

Volvidos três anos deste desafio, é com muito orgulho que olho para a equipa que a par de mim e com muito empenho e dedicação reinventa diariamente um negócio num meio altamente competitivo nacional e globalmente, que mantém a mesma paixão por um projeto digital que é provavelmente a única startup com ADN 100% português a nascer com a internet e que se mantém tão atual passados 23 anos. Também eles tiveram que se exceder neste período, melhorar a comunicação interna e a colaboração multidisciplinar, e pensar em primeiro lugar no utilizador que nos consulta e na sua mudança de hábitos (nomeadamente migrando para plataformas mobile). O desafio por isso não se esgota aqui, e continua nestes momentos de transformação digital mais acentuada com big data, inteligência artificial e realidades aumentadas, que agora estamos a viver.”

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