Quando pensa em pessoas notáveis nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, muito provavelmente a sua mente lembra nomes como Albert Einstein, Pitágoras, Stephen Hawking ou Steve Jobs. Isto porque os nomes de mulheres pioneiras, decisivas em processos científicos e tecnológicos de que hoje o mundo dispõe, foram sendo muito pouco mencionados ou até mesmo ignorados ao longo do tempo.
Para celebrar o Dia Nacional das STEM (acrónimo para “science, technology, engineering, and mathematics”), o site britânico Currys PC World decidiu dar destaque a oito figuras femininas, chamando-lhes, em jeito de Mulher-Maravilha, “superheroínas”, e celebrando “os seus trabalhos, ideias e conquistas”. Desde a invenção do Kevlar (fibra sintética de aramida) à descoberta da estrutura do ADN, as oito mulheres mencionadas são tão diversas quanto talentosas. No site, não só é possível descobrir quem são, mas também as suas histórias, as suas conquistas, como estão a ser redescobertas e faladas atualmente e de que forma é que as suas invenções são hoje aplicadas. O objetivo é dar-lhes um maior reconhecimento e “fazer com que sejam facilmente lembradas quando se pensa em cientistas notáveis no campo das STEM”.
Mas se esta campanha as lembra e lhes presta homenagem, muitas mulheres em todo o mundo também o fazem, todos os dias, ao apostar numa carreira na área científica. Um estudo de 2018, da Pyschological Science, demonstra que, em países com menor índice de igualdade de género, existe a tendência de haver mais mulheres em áreas científicas e tecnológicas do que em países mais progressistas relativamente às questões de género. O mesmo estudo explica que tal acontece porque em países onde existe maior desigualdade de género as mulheres procuram o caminho mais simples em direção à sua liberdade financeira, algo que muitas vezes passa por profissões ligadas às STEM.
Da mesma forma, um estudo de 2017, realizado pela Microsoft em 12 países da Europa, que entrevistou 11 500 mulheres entre os 11 e os 30 anos, mostra que mais de metade está interessada em trabalhar nas STEM se tiver um role model feminino nessa área. Para aquelas que responderam não ter um role model, apenas 32% continuava a demonstrar interesse em enveredar por uma carreira científica.
Saiba quais são as oito “superheroínas” homenagiadas:
Ada Lovelace, matemática e escritora, foi a primeira programadora de computadores da História;
Emilie Du Châtalet, matemática, filósofa e física, compreendeu a ciência mais complexa e traduziu-a para as massas;
Hedy Lamarr, atriz dos anos 40, desenvolveu o sistema de comunicação por rádio que foi a base para a criação do Bluetooth, GPS e Wi-Fi;
Katsuko Saruhashi, química e geóloga, realizou as primeiras medições de dióxido de carbono no mar e apresentou provas dos seus riscos para o planeta;
Marie Van Brittan Brown, enfermeira e inventora, criou o primeiro sistema de segurança domiciliária;
Rosalind Franklin, química, ajudou a descobrir a estrutura do ADN;
Stephanie Kwolek, química, inventou o Kevlar, uma fibra sintética usada na produção de coletes à prova de bala, equipamentos de trabalho ou pneus;
Virgina Apgar, médica, especialista em Anestesiologia e Obstetrícia, que acabou por criar o que viria a ser a Neonatologia, área da Medicina que se dedica ao diagnóstico e tratamento das doenças dos recém-nascidos e aos cuidados necessários aos prematuros.