Mais emprego feminino torna os países mais ricos, diz OCDE

Relatório da organização revela que a inclusão de mais mulheres no mercado de trabalho aumentou o PIB dos países nórdicos, nas últimas décadas. As políticas de conciliação entre trabalho e família fazem a diferença.

As taxas de emprego feminino dos países escandinavos cresceram muito nos últimos 50 anos e hoje vão dos 68% aos 83%, muito acima a da média da OCDE.

Os países interessados em aumentar o seu crescimento económico devem apostar em incluir mais mulheres na força de trabalho — e a prova está em décadas de políticas públicas de promoção da igualdade de género adotadas nos países escandinavos, diz um novo relatório da OCDE a que a Bloomberg deu recentemente destaque.

Nos últimos 50 anos, os países do norte da Europa apostaram em trazer mais mulheres para a população ativa, o que lhes trouxe um ganho de cerca de 20% no crescimento do PIB per capita, segundo estimativas daquela organização. Nesta região do globo, as taxas de emprego andam entre os 68 e os 83%, segundo o relatório, valores bastante superiores à média da OCDE (59%). Coincidência ou não, estes países também figuram há vários anos nos lugares de topo dos Relatórios Mundiais de Felicidade da ONU, observa ainda a Bloomberg: este ano, a Finlândia ocupa o primeiro lugar, logo seguida da Noruega, Dinamarca e Islândia.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico estima ainda que a continuidade dos avanços nas políticas de promoção da igualdade de género na força de trabalho podem trazer um ganho adicional de 30% às taxas de crescimento económico, até 2040.

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, declarou que “os países nórdicos são uma inspiração”, afirmando ainda que a chave para o crescimento económico está “nas políticas contínuas de apoio a famílias com crianças.” Bons exemplos são as licenças pagas de parentalidade a novos pais e mães ali praticadas, serviços de educação e cuidados para a primeira infância, de alta qualidade e subsidiados, bem como a existência de uma rede de prestadores cuidados infantis em horário pós-escolar ou leis anti-discriminação, como as que tornam ilegal despedir uma mulher que acabou de ser mãe. O empenho estatal em subsidiar muitas destas estratégias, torna-as acessíveis a toda a população de modo mais igualitário do que em outros países ocidentais onde os cuidados de qualidade existem, mas onde só as famílias mais ricas podem pagá-los.

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