3 estratégias que eliminam a desigualdade salarial

Uma pesquisa da Accenture revela os valores da desigualdade salarial de género em todo o mundo e as medidas que permitem acabar com ela (e a tecnologia é a chave).

Este estudo da Accenture aponta caminhos para acelerar a igualdade salarial.

As mulheres dos países desenvolvidos que saírem formadas das universidades em 2020 poderão ser a primeira geração a ver eliminada a desigualdade salarial de género. Isto é, se com o apoio de políticas públicas e empresariais, conseguirem implementar estratégias para a sua formação e desenvolvimento profissional. Estas são as conclusões do estudo ‘Getting to Equal 2017’, feito pela Accenture, que analisou as diferenças salariais de género a nível global, por áreas geográficas, e que contou com a participação de 28 mil pessoas de ambos os sexos, de 29 países.

A pesquisa apurou ainda que atualmente, a nível global, uma mulher ganha em média 100 dólares por cada 140 ganhos por um homem. Também há mais mulheres do que homens em trabalhos não remunerados (só 50% das mulheres são pagas pelo seu trabalho, em comparação com 78% de homens) o que contribui para uma desigualdade social oculta que aumenta ainda mais o valor da discrepância: nestes moldes, por cada 100 dólares auferidos por uma mulher, um homem ganha 258.

“A igualdade de género é um elemento essencial de um ambiente de trabalho inclusivo, e isto inclui, evidentemente o salário”, comentou Pierre Nanterme, CEO e Chairman da Accenture. “Os governos e empresas têm um papel crítico na abolição da discrepância salarial existente e a colaboração entre estas entidades é fundamental para criar oportunidades, ambientes e modelos a seguir para liderar a mudança”.

O estudo identifica também as três principais estratégicas potenciadoras da igualdade:

 – Fluência digital: a forma como as mulheres utilizam as tecnologias digitais para se conectarem, aprenderem e trabalharem. Em 2030, a implementação desta estratégia pode acrescentar 100 milhões de mulheres à população ativa mundial e reduzir em 21% as discrepâncias salariais.

– Planeamento de carreira: a necessidade de as mulheres gerirem a sua progressão profissional de forma mais proativa, estimuladas a apostarem mais alto e a tomarem decisões baseadas em mais e melhor informação.

– Imersão tecnológica: obter conhecimentos de novas tecnologias e novas aptidões digitais permite às mulheres evoluírem à mesma velocidade dos homens, em termos de progressão profissional.

Combinadas, estas medidas poderão ajudar a diminuir em 35% as desigualdades salariais entre géneros e acrescentar ao rendimento global feminino o equivalente a 3,6 biliões de euros, conclui ainda o estudo da Accenture. A tecnologia provou ser um aliado das mulheres analisadas neste estudo: 49% das inquiridas com fortes conhecimentos digitais afirmaram não terem sentido a maternidade como fator de abrandamento da carreira, e que estas competências lhes davam mais controlo de onde e quando trabalham.

Se nada for feito, ao ritmo atual de mudanças globais a nível de políticas de equidade salarial, as desigualdades neste campo levarão 151 anos a desaparecer.

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