Se, sobretudo nos últimos anos, se tem tornado cada vez mais consensual a noção de que bater-se pela igualdade de género é o passo certo e socialmente justo a tomar, há agora a evidência inequívoca de que fazê-lo é também o mais sensato do ponto de vista económico. Um estudo recente do McKinsey Global Institute, que se debruçou sobre a realidade dos Estados Unidos, aponta exatamente nesse sentido, argumentando que, até 2025, cada um dos estados e cidades norte-americanas poderia incrementar em pelo menos 5% o PIB nacional, ao promover o potencial económico das mulheres. No entanto, cerca de metade dos estados estaria mesmo em condições de acrescentar mais de 10% ao PIB, e entre 6 a 13% no caso das 50 maiores cidades.
Cada vez há mais evidências de que a igualdade de oportunidades não é apenas uma questão de justiça mas também económica.
Com base nestes cálculos, os investigadores estimam que, em 2025, o PIB norte-americano poderia somar mais 2,1 mil milhões de dólares, se todos os estados tivessem uma performance equivalente ao estado com mais progresso nos últimos dez anos em três áreas-chave: a participação das mulheres no mercado de trabalho, a parcela de mulheres com emprego a tempo inteiro e o conjunto de setores nos quais as mulheres desempenham atividade.
A economia cresceria, deste modo, mais 10% do que se não fosse tomada qualquer medida para estreitar o fosso entre os sexos masculino e feminino nos Estados Unidos. Isso significaria que, em menos de uma década, o PIB deste país registaria um acréscimo com um peso semelhante ao da economia do Texas. Apesar de assinaláveis, estes números ficam, contudo, ainda longe do valor económico da real igualdade de oportunidades e circunstâncias entre homens e mulheres. De acordo com o estudo, caso fosse alcançada, esta conquista civilizacional poderia levar aos cofres do Tesouro norte-americano até mais 4,3 mil milhões de dólares, até 2025.