Para desfrutar o vinho de forma a tirar partido de todas as suas potencialidades, existem no mercado vários equipamentos e utensílios para a sua conservação e para o servir à mesa. Desde o óbvio saca-rolhas aos pára-pingos, das bombas de vácuo e rolhas de borracha às caves de vinho, são diversos os utensílios destinados a conservar o vinho e a facilitar a vida aos apreciadores.
Corta cápsulas
Antes de se retirar a rolha do gargalo, há que remover a cápsula. Pode usar-se uma faca, que integre ou não o saca-rolhas, ou um corta cápsulas. É um objecto prático, com lâminas circulares que cortam com facilidade o revestimento superior das garrafas.
Saca-rolhas
O universo dos saca-rolhas é variado. Os mais comuns são os que têm rosca, o que ajuda à sua introdução nas rolhas. Mas também há os que incluem uma agulha através do qual se insufla ar para dentro da garrafa. No entanto, em termos práticos, o melhor mesmo é possuir um saca-rolhas tradicional, semelhante aos que são usados em muitos restaurantes. Se tiverem uma ferramenta para apoiar o esforço de retirar a rolha no gargalo da garrafa e incluirem uma pequena faca incorporada, ou outro tipo de objecto que ajude a cortar as cápsulas, tanto melhor.
Pára pingos ou dropstops
Os dropstops ajudam a evitar que os pingos mais rebeldes do vinho molhem a toalha, deixando nódoas difíceis de remover. Podem ser em forma de anel de metal, e serem colocados no exterior do gargalo da garrafa, ou em forma de rodela, para serem introduzidos no seu interior depois de enrolados em forma de tubo. O resultado é o mesmo.
Decantador
Os decantadores são feitos de vidro e podem ter formas variadas. A sua principal função é ajudar o vinho a respirar. Primeiro, quando se verte a partir da garrafa. Depois, por contribuírem, pelo seu volume, para aumentar o contacto da superfície do líquido com o ar, o que facilita as trocas gasosas e a libertação dos aromas.
Antes da decantação de vinhos velhos, as garrafas devem ser colocadas na vertical, e ficar em repouso algumas horas antes de serem abertas, para que o depósito se acumule na base.
A operação de decantação pode ser realizada para vinhos novos ou velhos. Neste último caso, as garrafas devem ser colocadas na vertical, e ficar em repouso algumas horas antes de serem abertas, para o depósito se acumular na base. Depois é necessário despejar o líquido lentamente, com cuidado para não deixar o depósito misturar-se com o decantado. As garrafas devem ser abertas pouco tempo antes de os vinhos serem bebidos, porque normalmente perdem a exuberância aromática com o tempo. O contacto alongado com o ar pode contribuir para não se conseguir usufruir de todo o prazer que nos podem proporcionar.
O vinho jovem tem, geralmente, mais exuberância aromática. Para se apreciar todas as suas propriedades e a sua complexidade, deve ser aberto algum tempo antes. Pelo menos 15 minutos, para que a exposição ao ar contribua para libertar os seus compostos aromáticos. De qualquer forma, convém provar o vinho antes de começar o repasto para verificar as condições em que está. Mesmo dentro da mesma marca de vinho e ano de colheita, há pequenas variações que podem ocorrer.
Funil
É um apoio para decantar o vinho, que torna a operação mais segura. Para além de evitar que se entorne, contribui para reter os sedimentos do vinho numa pequena rede localizada antes do cano. O uso do funil também promove a oxigenação do vinho e libertação dos seus aromas, contribuindo para o prazer que proporciona a sua degustação.
Termómetros
Quando são servidos à temperatura mais correcta, os vinhos confirmam todo o seu potencial de aromas e sabores. Para se conseguir que isso aconteça, convém ter em casa um termómetro.
Há várias opções. Podem ser muito semelhantes aos tradicionais para medir a febre, que se mergulham no líquido. Mas também há os digitais, que medem a temperatura do vinho quando são postos sobre o gargalo ou o copo. Os mais sofisticados têm armazenadas as temperaturas mais correctas para cada tipo de vinho, casta e região, ajudando, quem os bebe, a fazê-lo da forma mais adequada.
Baldes de gelo
Os baldes de gelo podem ser podem ser de vidro, metal ou de outros materiais. Ajudam a diminuir a temperatura do vinho ou mantê-la fresca. Fazer isto é fundamental para se conseguir apreciar, na sua plenitude, aqueles que têm de ser servidos mais frios. São os casos dos brancos, espumantes ou rosés, sobretudo os que têm alguma doçura, pois podem tornar-se chatos e sem graça quando são servidos a temperaturas mais elevadas.
A operação é simples. Basta colocar gelo, adicionar água fresca e pôr a garrafa lá dentro. Deve-se ir rodando de vez em quando, o que contribui para baixar mais rápida e homogeneamente a temperatura em todo o líquido. No restaurante, deve pedir um para manter baixa a temperatura de um vinho branco, rosé ou espumante, ou para arrefecer a do tinto, que por vezes chega demasiado quente à mesa.
Manga de gelo
Desempenha um papel similar ao balde de gelo. Feita de plástico ou outro tipo de material, adapta-se à forma da garrafa. Antes de ser usada, tem de ser colocada no congelador do frigorífico, para solidificar o líquido que tem no seu interior. Menos eficaz que o balde de gelo é, no entanto, mais prática de usar. Basta retirá-la do frigorífico e colocá-la em volta da garrafa.
Bem rolhada, uma garrafa de vinho já aberta pode conservar-se durante uma semana no frigorífico.
Bomba de vácuo e rolhas de borracha
Muitas pessoas preferem não abrir uma garrafa de vinho, pois temem que este possa perder a qualidade se não se beber toda. Mas isso geralmente não ocorre quando se consegue rolhar de novo a garrafa, que deve ser colocada no frigorífico. Desta forma o vinho resiste pelo menos uma semana, apesar de ir perdendo parte das suas características após um par de dias. Convém servir o copo um pouco antes da refeição, para que o líquido não chegue excessivamente frio à mesa.
Também há, para este caso, alguns utensílios que ajudam a conservar o vinho em garrafas abertas. São as bombas de vácuo que, em conjunto com as tampas de borracha em rosca, ajudam a evitar a acção do ar que sobra na garrafa sobre o vinho. Basta colocar a bomba sobre a tampa e bombear o ar para fora da garrafa, criando vácuo no interior.
Rolhas para espumante
Feitas geralmente de metal, estas são essenciais para quem gosta de espumante e não consegue beber uma garrafa inteira por falta de parceiros. Ajudam a conservar as características deste vinho, principalmente as indispensáveis fiadas de bolhas que se vão libertando. Por isso, incluem um sector de plástico ou borracha que sela o topo do gargalo, e um dispositivo que segura a tampa firmemente no seu rebordo, para impedir que salte devido à pressão do gás. Umas são mais eficazes que outras, mas qualquer uma ajuda a conservar as características do espumante pelo menos dois dias, se se mantiver as garrafas de pé em ambiente frio.
Caves climatizadas
Há hoje à venda vários armários especiais para conservar os vinhos em ambiente favorável à sua conservação. As suas dimensões e forma são variáveis e podem ir desde as pequenas dimensões, para alguma dezenas de garrafas, até aos construídos no local, que se podem ver em muitos hotéis e restaurantes. Alguns contribuem mesmo para a decoração das salas, como acontece no restaurante de Sergi Arola, no Hotel da Penha Longa, Sintra. Muitas das caves climatizadas têm prateleiras com temperaturas diferentes, o que contribui, para além da conservação do vinho, para garantir que chega à temperatura correcta à mesa.