Portugal no top 10 do ranking mundial de mulheres empresárias

A 3.ª edição do Índice Mastercard de Mulheres Empresárias analisa 58 países e conclui que as empresárias estão a criar negócios de sucesso mais rápido do que nunca, mas ainda não recebem o financiamento, apoio ou atenção que merecem. Portugal integra o top 10 mundial.

Portugal ocupa a 10.ª posição entre os países com mais mulheres empresárias.

As portuguesas estão no top 10 mundial quanto à percentagem de mulheres empresárias no mundo dos negócios. 30,2% das portuguesas são proprietárias da sua empresa, de acordo com a 3.ª edição do Índice Mastercard de Mulheres Empresárias.

No top 10 dos 58 mercados analisados quanto à percentagem de empresárias entre todos os proprietários de negócios estão os seguintes países :

  1. Uganda – 38,2%
  2. Gana – 37,9%
  3. Botsuana – 36,0%
  4. Estados Unidos – 35,1 %
  5. Nova Zelândia – 31,8%
  6. Rússia – 31,2%
  7. Malawi – 31,1%
  8. Austrália – 30,9%
  9. Angola – 30.3%
  10. Portugal – 30.2%

O Índice Mastercard deste ano revela que as mulheres estão a abrir negócios mais rapidamente do que nunca e pretende, com esta análise, dar a conhecer, a nível global, os países com melhor ambiente para as empresárias prosperarem e, por outro lado, chamar a atenção para as desigualdades significativas que ainda condicionam uma evolução favorável à igualdade de género.

Os preconceitos relacionados com o género continuam a ser, aliás, um dos principais fatores impeditivos ao empreendedorismo feminino. Apesar disso, existem indicadores que apontam um grande número de desafios e barreiras têm vindo a ser gradualmente superados e que as mulheres têm vindo a assumir um papel preponderante no crescimento económico e no bem-estar das sociedades.

Com base em dados públicos de organizações internacionais, incluindo a Organização Internacional do Trabalho, a UNESCO e o Global Entrepreneurship Monitor, o Índice Mastecard acompanha o progresso e a realização profissional das mulheres empresárias e proprietárias de negócios em 58 países (representando quase 80% da força de trabalho feminina do mundo) em três níveis: progressão das mulheres ao nível empresarial; recursos financeiros e de aprendizagem; e condições de apoio empresarial. Os resultados confirmaram que as mulheres fazem mais negócios e têm maiores taxas de participação como força de trabalho em mercados abertos e dinâmicos, onde o apoio às PME e a facilidade de fazer negócios são elevados. É também nestes mercados que as mulheres são mais propensas a participar em programas académicos e de formação e a procurar recursos e serviços financeiros para o desenvolvimento da sua atividade.

Mercados com melhores oportunidades para as mulheres

Dos 20 principais mercados do ranking, 80% são economias de elevado rendimento, onde as condições empresariais são altamente favoráveis. É o caso dos Estados Unidos, que lidera o ranking pela primeira vez, e da Nova Zelândia, que caiu este ano para segundo lugar. Portugal ocupa a 18.ª posição com 64,2%, ligeiramente atrás da vizinha Espanha que, neste índice, ocupa a 16ª posição (64,5%).

Top 10 dos 58 mercados para mulheres empresárias, com maiores condições e oportunidades para prosperarem:

  1. Estados Unidos – 70,3%
  2. Nova Zelândia – 70,2%
  3. Canadá – 69,0%
  4. Israel – 68,4%
  5. Irlanda – 67,7%
  6. Taiwan- 66,2%
  7. Suíça -65,8%
  8. Singapura – 65,6%
  9. Reino Unido – 65,6%
  10. Polónia – 65,1%

Dos 58 mercados, 8 subiram mais de 5 posições em comparação com as pontuações do ano anterior, incluindo a França (+22), impulsionada por um aumento quase duas vezes no índice de empreendedorismo feminino, seguida pela Indonésia (+13) , Costa Rica (+11), Taiwan (+9), Irlanda (+7), Rússia (+6), Tailândia (+5) e Gana (+5).

O Índice Mastercard também sugere que as oportunidades de empreendedorismo não estão necessariamente alinhadas com o crescimento ou desenvolvimento de um país. Nações com menores condições de apoio, como o Uganda, o Gana e o Botswana são os três países onde existem as maiores taxas de mulheres proprietárias de negócios, por comparação com as mais desenvolvidas. Nesses mercados, o empreendedorismo feminino é orientado e estimulado pela necessidade de sobrevivência, mesmo apesar da falta de capital financeiro ou de acesso à educação.

“As empresas lideradas por mulheres são fortes catalisadores de crescimento económico, com impacto na vida de todos. Com este estudo, procuramos reflectir sobre áreas que nos são caras, como a desigualdade de género e a exclusão, que atualmente ainda limitam fortemente as mulheres. Na Mastercard, acreditamos que as boas ideias vêm de todos os lugares. Está na hora dos governos e organizações se unirem para apoiar o empreendedorismo feminino , erradicando o preconceito de género e garantindo um maior acesso à educação e à inclusão financeira”, salienta Ann Cairns, vice-presidente executiva da Mastercard.

Mulheres prosperam mesmo em condições adversas

É encorajador verificar uma evolução de paridade de género entre os homens e as mulheres, ao nível empresarial, em sete países: Equador, Indonésia, Filipinas, Vietname, Gana, Nigéria e Uganda. As melhorias verificadas em países como Angola, Malawi, Costa Rica, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Taiwan também ajudaram a diminuir as desigualdadesde género.

Os resultados também demonstram as capacidades das mulheres em prosperar como empresárias e procurar oportunidades, mesmo quando as condições culturais e sociais não são ideais. Estas, são situações demonstradas no Brasil, Uruguai e Hungria,onde as percentagens  de mulheres empresárias são significativas, apesar do incentivo social ser mais reduzido. De acordo com o Banco Mundial, 45% das economias em todo o mundo têm leis que restringem a decisão das mulheres de aderir e permanecer na forçade trabalho.

Outra conclusão deste estudo é que  existem diferenças intra-regionais significativas, particularmente no Médio Oriente, África e Ásia-Pacífico. Enquanto mercados como Uganda, Gana, Botswana, Malawi e Angola se destacam ao nível da propriedade de negócio, os pares regionais na Arábia Saudita, Egito, Irão, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Tunísia e Etiópia apresentam percentagens de 15% ou inferiores. Estes mercados tendem a ter pontuações muito más em todos os 3 componentes: (i) progressão das mulheres ao nível empresarial; (ii) recursos financeiros e de aprendizagem; (iii) e condições de apoio empresarial. Da mesma forma, a Nova Zelândia, Austrália e Vietname superam os pares regionais como Bangladesh, Índia, Malásia, Coréia do Sul e Japão ao nível da quota feminina de mulheres empresárias.

Além de procurar mostrar o progresso das mulheres empresárias à escala global, a Mastercard está empenhada em projetar um mundo melhor para as mulheres e que crie possibilidades ilimitadas para todos. Nos Estados Unidos, a Mastercard promove o empreendedorismo através de programas como o Start Path e capacita as proprietárias de pequenas empresas em parceria com a Create & Cultivate. Em África e no Sudeste Asiático, a Mastercard tem vindo a impulsionar empresas lideradas por mulheres com acesso ao micro-crédito e a novos mercados digitais, através de plataformas como a Jaza Duka ou a Mastercard Farmer Network. Além disso, o Mastercard Center for Inclusive Growth oferece apoio filantrópico para incentivar a formação em literacia financeira e o acesso a ferramentas e serviços vitais para mulheres empresárias em mercados desfavorecidos.

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