Zaida Veloso Dias, a protagonista do portal My CUF

Começou a trabalhar na 'publicidade tradicional' mas assim que descobriu o digital apaixonou-se. Atualmente, Zaida Veloso Dias é responsável pelo canal digital da José Mello Saúde e acaba de ganhar dois prémios com o portal My CUF.

Numa área em que não há muitas mulheres, a equipa direta de Zaida é exclusivamente feminina.

O entusiasmo e curiosidade de Zaida Veloso Dias, 41 anos, têm-na colocado nos sítios certos nas horas certas. Formou-se em Marketing e Publicidade no IADE e começou a sua carreira na publicidade tradicional, mas rapidamente se apaixonou pelo digital, numa altura em que ele dava os primeiros passos em Portugal. Desde então, participou em vários projetos de sucesso e o mais recente, o portal MY CUF, da José de Mello Saúde (JMS), valeu-lhe dois prémios. Conversámos com a responsável do canal digital da JMS e ficámos a conhecer melhor o percurso profissional desta mulher que é um caso de sucesso na tecnologia.

Como surgiu o seu interesse pela área digital?
Foi amor à primeira vista. Iniciei o meu percurso em 1998, quando saí da faculdade, na Publicis. Era account na chamada “publicidade tradicional”. Trabalhei em contas como a Unicer, tendo contacto com produtos que já investiam na presença online da marca. Este fator pôs-me em contacto direto com as “equipas dos sites” e rapidamente passou a ser a minha companhia e sala predileta da agência. Apaixonei-me por toda aquela dinâmica e agilidade dos projetos em contraponto com a realidade tradicional bem como com a flexibilidade, possibilidade de monitorização de resultados e respetivos reajustes.

“Sempre gostei muito de pessoas, da arte de comunicar, de tecnologia e de desafios.”

Que percurso fez desde essa descoberta até ao cargo que hoje ocupa?
Rapidamente fui desafiada para colaborar na gestão de projeto do lançamento do Portal Clix. Uma verdadeira rampa de lançamento para o meu percurso no digital onde tive o privilégio de trabalhar com verdadeiros gurus da ainda IP Global. Foi uma experiência única.

Após o lançamento do Clix fui convidada para integrar a “Diga-me.net” uma start-up muito “visionária” para o ano 2000, pois criava serviços que integravam: web, mobile e reconhecimento de voz e texto! As apresentações a investidores, os tão famosos “business angels” corriam muito bem quando fomos surpreendidos pela queda da Nasdaq. Embora o projeto não tenha evoluído, foi uma experiência muito positiva.

Passei pela Cofina através da Viatecla, seguida da Oni, Oni Way com diversas responsabilidades a nível da definição de estratégias de marketing digital, gestão de parcerias, de projetos e equipas de implementação.

Finalmente, em 2014, assumi a coordenação do canal digital da José Mello Saúde (JMS) onde também sou responsável pelo My CUF – área de cliente online que disponibiliza ao cliente funcionalidades e informações personalizadas sobre a sua atividade nos hospitais e clínicas CUF.

Em que medida a sua formação e experiências anteriores a ajudaram a fazer carreira nesta área?
Sempre gostei muito de pessoas, da arte de comunicar, de tecnologia e de desafios. As diferentes aprendizagens e experiências que vivi no âmbito destas dimensões ao longo do meu percurso compuseram um puzzle perfeito que se concretiza na perfeição numa carreira na área do digital.

“Gosto muito do lema: a máxima liberdade para a máxima responsabilidade.”

Qual o seu principal desafio na JMS?
Fui convidada em 2014 pela JMS para imprimir uma visão estratégica especializada e consistente no canal digital da CUF. O lançamento da página do Facebook CUF foi um dos primeiros projetos, e tem sido um verdadeiro sucesso, com um crescimento exponencial tendo atingindo 100 mil fãs em pouco mais de um ano.

O My CUF, área pessoal online dos clientes CUF, é um dos meus principais desafios. Foi lançado em 2013 e tem vindo a ser robustecido com novas funcionalidades desde aí. Continuamos a trabalhar e esperamos ter novidades em breve.

Zaida Veloso Dias José de Mello Saúde

A paixão de Zaida pelo que faz nota-se no brilho dos seus olhos.

Em que consistiu exatamente o projeto MY CUF e qual a sua principal mais-valia?
Uma das principais motivações da criação do My CUF foi a melhoria da qualidade da experiência dos clientes CUF. Trata-se de uma área pessoal online onde os clientes podem aceder com toda a segurança e comodidade, em qualquer lugar, a um conjunto de funcionalidades e informações personalizadas sobre a sua atividade nos hospitais e clínicas CUF.

A autonomia, mobilidade e eficiência são as suas mais-valias. Este projeto permite melhorar a experiência do cliente, tornando as interações com a CUF autónomas e mais eficientes através da redução da necessidade de efetuar telefonemas para marcações e pedidos de informação, evitando deslocações às unidades para recolha de exames, proporcionando pagamentos online, entre outras funcionalidades.

Qual a parte mais desafiante da sua função, gerir pessoas ou criar e implementar soluções técnicas?
Gosto muito da gestão de equipas. Adoro pessoas: perceber as particularidades de cada um, potenciar o que as motiva, criar condições para que se sintam o melhor possível e gostarem do que fazem e darem sempre o melhor de si. Gosto muito de um lema que uma vez me foi transmitido e incutido: “a máxima liberdade para a máxima responsabilidade”.

“Recebemos dois prémios com o MY CUF, mas só esperávamos um. Fomos surpreendidos com o prémio para o projeto mais disruptivo!”

Confesso, no entanto, que o processo de criação, o brainstorming, a troca de ideias e argumentos, a delineação de um projeto concreto em conjunto com a minha equipa e com a colaboração de alguns stakeholders, é o que mais me motiva. A fase posterior, de planear e gerir a implementação por equipas multidisciplinares, é também sempre um grande desafio e uma experiência muito enriquecedora e aprendizagem constante.

Que prémios conquistou com este projeto?
O projeto My CUF venceu dois prémios no Portugal Digital Awards: Best Digital Engagement e Best Digital Transformation. Os prémios foram atribuídos a 2 das 6 categorias em concurso, e selecionados entre 200 candidaturas.

O mais curioso foi que apenas concorremos à categoria de Best Digital Engagement, mas na cerimónia de entrega dos prémios fomos surpreendidos com prémio de Best Digital Transformation, que premeia o projeto mais completo e mais disruptivo.

Ficámos muito orgulhosos! Estes prémios são o reconhecimento público da aposta estratégica da CUF na transformação digital dos seus negócios, pela forma como investiu no canal digital e na criação de uma área pessoal online.

Que características são fundamentais para ser boa nesta função?
A curiosidade, estar sempre atento às novas “trends”, quer ao nível técnico, como ao nível comportamental. É também fundamental gostar-se de pessoas e de trabalhar com equipas multidisciplinares e manter sempre uma grande preocupação com a sofisticação do “simples”.

Mas, acima de tudo, ser-se “obcecado” pelo cliente – é o centro de tudo e é ele que dita as regras – sou fã incondicional do conceito de “client centric”. O cliente está no centro da filosofia do negócio, das ideias, projetos e operações. O negócio existe pelos clientes, é nossa obrigação mantê-los o mais satisfeitos, felizes e fiéis possível.

O que mais gosta no seu trabalho? E o que mais dores de cabeça lhe causa?
A proximidade que o digital permite ter com os clientes. Conseguimos medir e apurar resultados praticamente em tempo real, temos a flexibilidade de testar e perceber o impacto das alterações permitindo-nos escolher o melhor caminho em detrimento de outros menos bons. Esta é umas das minhas grandes paixões do digital.

“É preciso estar atenta às oportunidades do mercado, ter-se boa atitude, confiança e muita perseverança.”

As principais dores de cabeça podem surgir com falhas no cumprimento de prazos e na implementação técnica de soluções, especialmente no que diz respeito a integrações multi-sistema, uniformização de bases de dados, mas nada que uma boa infraestrutura de IT, planeamento, e testes não resolvam.

É difícil recrutar mulheres para a sua equipa?
Curiosamente, a minha equipa direta é composta apenas por mulheres. Não foi nada planeado, aconteceu naturalmente. As candidatas apresentaram perfis mais adequados às funções que os candidatos masculinos e posso afirmar que estou muito satisfeita com os resultados da equipa.

Para além da equipa direta gerimos também a relação com parceiros tecnológicos externos, onde geralmente as equipas são mistas. Posso mesmo afirmar que as mulheres estão sempre muito bem representadas, quer em funções puramente técnicas, como na área da user experience, no design, etc.

O que diria a uma jovem que sonha trabalhar na área digital?
Com o nível de sofisticação e de especialização do digital hoje é fundamental uma aposta determinada em formação. E após uma aprendizagem generalista, as especificidades são tantas, que convém identificar por qual das áreas do digital se tem maior interesse para aprofundar o conhecimento e investir numa formação mais especializada. Depois resta estar atenta às oportunidades do mercado, ter-se boa atitude, confiança, muita perseverança e tudo acontece naturalmente.

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