Numa altura em que se discute a fraca representatividade das mulheres em cargos de decisão e em que as quotas continuam na ordem do dia, um estudo da PwC vem deitar mais achas para a fogueira. É que se já é difícil encontrar mulheres na liderança das empresas, encontrar executivas acima dos 55 anos é um verdadeiro desafio. E segundo este estudo, hoje referido no site da Forbes, as mulheres desta idade são as mais bem equipadas com competências estratégicas que ajudem as organizações a adaptar-se às novas exigências.
Estas mulheres são negligenciadas pelas empresas ou estão na linha da frente para despedimentos e reformas antecipadas
Vamos ao princípio. Depois de inquirir seis mil profissionais europeus para uma pesquisa que intitulou ‘The hidden talent: 10 ways to identifiy and retain transformational leaders’, a Strategy & (do grupo PwC), em parceria com a Hartill Consulting, percebeu que apenas 8% dos líderes inquiridos reúne os requisitos necessários para conduzir a mudança nas organizações. Os traços identificados pelas consultoras como cruciais nestes processos são a resiliência, o discurso positivo, a orientação para as pessoas, e a capacidade de se mover entre a visão e o detalhe e de perceber o que fazer quando as soluções implementadas não funcionam. No fundo, competências que são mais facilmente encontradas em pessoas com uma vasta experiência de vida profissional e pessoal. E foi quando chegaram a esta short list que os investigadores perceberam que a maioria dos inquiridos que reunia estas competências eram mulheres acima dos 55 anos. Logo de seguida tiveram outra surpresa: é que estas mulheres ou estão a ser negligenciadas pelas organizações ou, em muitos casos, foram as primeiras na calha quando foi preciso despedir ou negociar reformas antecipadas…
Esta pool de talento pode ser a chave para a sobrevivência de algumas organizações
“Historicamente as mulheres desta idade não têm sido alvo da atenção dos Recursos Humanos, mas como revela este estudo, esta pool de talento pode ser a chave para a transformação das organizações e, em alguns casos, mesmo para a sua sobrevivência”, disse Jessica Leitch, da PwC, citada pela Forbes.
