Millennials ganham menos do que a geração X

As conclusões são de um estudo britânico que comparou a evolução dos rendimentos entre gerações em oito países. Aos 30 anos, o rendimento dos millennials é, em média, 4% mais baixo do que aquele que a geração X ganhava nessa idade.

Os millennials não gozam do mesmo aumento de rendimentos que a geração X, anterior à sua, conseguiu.

A crise económica mundial não poupou ninguém, mas deixou uma herança pesada para os mais jovens. Por consequência, os millennials com trinta anos ganham hoje, em média, menos 4% do que os indivíduos da geração X (nascidos entre 1966 e 1980), quando tinham a mesma idade. As conclusões são de um estudo do think tank britânico Resolution Foundation, divulgado pela Bloomberg, que analisou as diferenças na progressão de rendimentos entre gerações em oito países (Noruega, Finlândia, Reino Unido, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Itália e Espanha).

Reino Unido e Espanha mostraram as maiores discrepâncias. Ajustando as contas ao valor da inflação, os rendimentos caíram 13% para os millennials britânicos, relativamente aos da geração X aos 30 anos. Com essa idade, estes últimos ganhavam mais 54% do que a geração anterior à sua, os baby boomers, nascidos entre o final da década de 40 e 1965.

A taxa de millennials que são proprietários das suas casas antes de completarem 30 anos é de 33%, o que representa também uma descida significativa relativamente aos seus “avós” baby boomers, 60% dos quais já tinha habitação própria, com essa idade.

“Não é segredo que a crise financeira afetou seriamente a grande maioria das economias desenvolvidas, atrasando a progressão nos rendimentos dos millennials”, disse Daniel Tomlinson, analista político da Resolution Foundation. “Mas apenas a Espanha faz eco da experiência do Reino Unido — um ciclo de prosperidade e recessão em que os ganhos significativos de rendimento das gerações mais velhas deixam de acontecer para os jovens.”

O estudo concluiu ainda que, nos Estados Unidos e Alemanha, estas diferenças entre gerações têm sido bastante mais atenuadas. Os norte-americanos na faixa etária dos 45 aos 49 anos não têm hoje rendimentos maiores do que os recebidos por pessoas nascidas na década de 20 do século passado (ajustando ao valor da inflação).

Dinamarca e Noruega foram os países que mostraram maiores progresso depois da crise, no sentido de uma maior equidade financeira intergeracional, facto assinalável sobretudo para a Dinamarca, que passou por uma recessão tão séria como a do Reino Unido.

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