“A minha melhor resolução foi ter dedicado a minha vida profissional e todo o meu saber ao sector social e solidário, embora tenha adorado trabalhar no setor empresarial. Fiz a minha formação na área da Gestão e das Finanças e trabalhei 10 anos no sector lucrativo tradicional. Trabalhei 8 anos numa produtora de vídeo, que todos os dias tinha programas na televisão e a adrenalina de fazer acontecer coisas sempre me fascinou. Trabalhava 16 horas por dia e adorava o que fazia, mas a dada altura, no final de cada dia, o sentido do meu trabalho começava a ficar aquém daquilo que eu queria sentir. O meu contributo para o mundo estava a ser muito relativo e comecei a questionar-me se, de facto, era isso que queria fazer todos os dias.
Nessa altura fui desafiada para ser directora financeira da Fundação do Gil, que acabava de construir uma casa de acolhimento e precisava de uma gestão mais profissional e decidi aceitar. Muito menos dinheiro ao final de cada mês, mas uma experiência pela qual tinha que passar. Foi o início de um caminho que dificilmente tem fim.
Rapidamente decidi que deveria fazer o mestrado em Economia Social e Solidária na ISCTE , que adorei, e fui novamente desafiada para ser vice-presidente da CASES (a entidade que coordena a economia social). Quando terminou o meu mandato na CASES, o Eng. Guilherme Magalhães, presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Gil, não me deixou seguir outro caminho que não fosse o de regressar à Fundação. Novo desafio aceite!
O que sinto é que este será sempre o meu caminho profissional. Um percurso que tenha impacto social real e palpável é para mim determinante. É este o meu caminho da realização profissional.”