A estilista Isilda Pelicano é formada em Design de Moda no IADE, está a completar 25 anos de carreira ao longo dos quais tem apresentado coleções de senhora com o seu nome e desenvolvido um trabalho significativo na área do fardamento para empresas, como a Portugal Telecom, Expo’98, Euro 2004, UEFA Euro 2008, Jogos Santa Casa, Central de Cervejas, entre outras. Isilda Pelicano venceu também o concurso “Smirnoff Fashion Award” e tem participado regularmente em eventos e desfiles na Filmoda, Portugal Fashion, Fashion Business Angola e no Porto de Moda.
Em 2011, a designer foi distinguida com o “Prémio IADE Carreira” e em 2013 criou o projeto Jans Concept “que traduz uma paixão pelas ‘coisas’ e pelas ‘artes da natureza’ que visa a criação de peças de design contemporâneo inspiradas em técnicas artesanais”. Uma marca que produz peças têxteis contemporâneas trabalhadas manualmente, inspiradas nas técnicas de arte aplicada e alinhavados tradicionais do norte alentejano. Para isso, Isilda Pelicano desenvolveu protocolos com o IADE – Creative University e com o Museu do Bordado e do Barro de Nisa. Este é o seu mais recente investimento. “Os meus investimentos estão sempre ligados à minha atividade”, diz a estilista.
Recorda-se do seu primeiro emprego e o que fez com o primeiro salário?
O meu primeiro emprego foi como professora de Artes Visuais logo após tirar o meu primeiro curso. Não me lembro bem onde gastei o primeiro dinheiro que recebi mas devo-o ter logo aplicado numa viagem… um investimento seguro no nosso conhecimento.
O melhor conselho que recebi foi da minha mãe: “poupa e terás”.
Que relação tem com o dinheiro?
Amor/ódio. O dinheiro é imprescindível para fazer avançar os nossos projetos e ao mesmo tempo é o que nos obriga a ser racionais na sua gestão, o que por vezes é redutor sobretudo para quem, como eu, se move em áreas criativas e que tem um lema “Just follow your instincts“.
De quem recebe conselhos financeiros?
Da minha equipa, que me acompanha nos projetos, mas a decisão final é minha e aí tento seguir os meus princípios de racionalidade e de gestão cuidada, que herdei sobretudo da minha mãe que viveu épocas conturbadas mas que teve a capacidade de gerir equilibradamente toda a sua vida.
Qual foi o melhor conselho que já recebeu?
Da minha mãe: “poupa e terás”.
Nenhum investimento me deu tanto retorno e prazer quanto o que fiz na educação dos meus filhos.
Como escolhe os seus investimentos?
Os meus investimentos andam sempre ligados à minha atividade e passam por melhorar as condições de desenvolvimento das minhas marcas. O mais recente (e aquele que atualmente concentra as minhas atenções e expetativas) é o projecto JANS Concept que é um projeto transversal que se desenvolve de forma integrada e com diferentes ações abrangentes, vocacionado para a valorização das artes tradicionais, inspirando-se na ligação à terra, no trabalho realizado por sucessivas gerações de artesãos. Um projeto comercial com uma marcante matriz cultural, que cria objetos únicos de design contemporâneo manufaturados em Portugal, inspirados em técnicas artesanais do Norte Alentejano, tendo como fim a divulgação das artes tradicionais da região e uma forma de atrair jovens designers para as reinterpretar de forma contemporânea.
Qual foi o melhor investimento que fez até hoje?
Pode parecer um cliché mas é de facto o que sinto olhando para trás: o investimento na educação dos meus dois filhos. Todos os outros investimentos quer profissionais quer pessoais deram-me um retorno e um prazer muito menor do que aquele.