Licenciada em Publicidade e Marketing com especialização na vertente Marketing Inês Lourenço continuou a investir na formação e, em 2013, fez uma pós-graduação em Gestão na London School of Business and Finance e, em 2018, escolheu a Católica para uma nova pós-graduação mas dessa vez em Marketing de Conteúdos. Não é por isso de estranhar que a carreira de Inês Lourenço se venha desenvolvendo na área do Marketing, primeiro no setor automóvel, com experiências na Peugeot, no Grupo Auto-Sueco e na BMW, depois na área industrial na 3M e antes de chegar ao setor financeiro ainda passou pelo grande consumo na Danone. Entre maio de 2014 e setembro de 2019, integrou o departamento de Marketing e Comunicação do BiG, onde entre outras funções esteve sempre muito ligada à área da educação financeira. Em outubro do ano passado achou que estava na altura de se pôr à prova numa área nova e mudou para o setor segurador, mais exatamente para a Ageas, onde atualmente é gestora de marca e patrocínios institucionais.
Saiba o que mudou na sua carreira desde que chegou ao Grupo Ageas Portugal.
O desafio
A vontade de sair da zona de conforto, de crescer pessoal e profissionalmente, de me desafiar, me redescobrir e reinventar ao abraçar um desafio aliciante, mais estratégico e numa área “profissional” nova e que ia particularmente ao encontro da minha visão, dos meus objetivos e necessidades nesta fase de vida.
O sector é o mesmo, globalmente falando, embora a indústria seguradora, onde estou atualmente, tenha especificidades próprias e naturalmente um modelo de negócios diferente do setor bancário. De resto, o que me fez equacionar mudar foi essencialmente a postura dinâmica do Grupo Ageas Portugal – dentro do setor segurador em particular e do mundo empresarial no geral – e a sua filosofia de estar tão responsável, sustentável, ativa e inspiradora, muito visível através da sua estratégia de comunicação ativa que traduz consistentemente um posicionamento disruptivo, empreendedor e inovador e muito orientado para as pessoas, para a comunidade onde estamos inseridos e para o futuro.
Os primeiros dias e as principais mudanças
O acolhimento caloroso e a abertura da equipa, a dinâmica (viva) interna e externa da organização. A informalidade, a proximidade e a receptividade a novas ideias e abordagens desde cedo. A proactividade, dedicação e a vontade de que cada um possa contribuir para o todo e o respeito por cada stakeholder que provém de uma cultura rica e forte dos colaboradores, cuja filosofia de trabalho assenta num forte espírito colaborativo e de missão.
Na rotina diária não mudou exactamente mas aprimorou-se. A capacidade de enfrentar e aceitar de coração aberto e com muito otimismo e alegria diferentes desafios todos os dias. A possibilidade de interagir muito frequentemente com diferentes equipas de trabalho, dos mais variados pontos do globo “Ageas” com projetos muito díspares.
O que me marcou nestes primeiros tempos foi desde logo a flexibilidade no trabalho, possível desde o primeiro momento. O investimento na área de comunicação corporativa – interna e externa – é significativo e reflete por isso um dos grandes pilares da organização. Esta visão, que se traduz num forte dinamismo de iniciativas e numa clara e reforçada vontade de trazer valor acrescentado ao nosso ecossistema traz-nos uma agenda cheia de projetos concomitantes e consecutivos onde somos sempre convidados a contribuir, em equipas multidisciplinares e num ambiente corporativo muito rico (cerca de 1300 colaboradores). A consciência individual, de equipa e mais macro (sistémica, de organização e do ecossistema onde estamos inseridos) é muito evidenciada e um fio condutor inequívoco em toda a cultura de trabalho.
Naturalmente, que todas as minhas experiências anteriores foram essenciais e estruturantes para quem sou enquanto pessoa e profissional, como penso e encaro os diferentes desafios e como operacionalizo o meu trabalho. Pela experiência diversificada que tenho – em diferentes indústrias e áreas específicas do marketing – consigo debruçar-me sobre um problema estratégico a 360 graus (visão holística), recorrendo ao pensamento criativo e analítico de forma equilibrada e procurando usualmente soluções fora da caixa que tragam valor aos projetos. Todos as minhas experiências profissionais, académicas (e outras extra como a programação neurolinguística, por exemplo) têm-me permitido ver as problemáticas com que me deparo de diferentes perspetivas e trazer de cada ângulo de visão um add-on por vezes diferenciador.
As principais aprendizagens
Ainda que nada tenha mudado, esta experiência trouxe-me algumas novas aprendizagens: confiar no meu instinto e no contributo das minhas partilhas por mais inconvencionais que sejam; aprender a reconhecer valor no contributo de todos, ser flexível e ter uma atitude aberta e sobretudo construtiva; beber dos valores da organização – reconhecendo que cada um deles já fazia de de alguma forma – agora ainda mais presentes no meu dia-a-dia e em cada detalhe da minha rotina profissional e do que entrego, respectivamente: respeitar e cuidar, ousar, partilhar e entregar (valor).
Nesta nova função, os trabalhos estratégicos de gestão de marca são tipicamente os que mais me aliciam pela visão futurista da qual os podemos tipicamente revestir muito embora preze também a área de gestão de patrocínios quando temos a oportunidade de colaborar com parceiros inovadores e construir projetos verdadeiramente distintos e com valor para todos os envolvidos – especialmente patrocínios cuja componente de responsabilidade social corporativa esteja muito presente e onde sentimos que fazemos a diferença (real) na vida do ecossistema onde estamos inseridos. Na prática, todos os projetos têm valor acrescentado que me enriquece diariamente e me complementa em diferentes pontos, desde a mais operacional das tarefas ao projeto ao mais estratégico.
Conselho a quem vai mudar de emprego
Ser fiel ao nosso propósito, seguir a intuição, deixar fluir e aceitar o que nos chega – tanto no trabalho como na vida. Acredito que quando estamos prontos o desafio certo surge; só precisamos de acreditar em nós, confiar que tudo está certo e ser gratos pelo que vamos recebendo. Julgo também ser importante reconhecer o real valor da cooperação em prol da competição em qualquer contexto profissional (e enfim, pessoal) e sentir que qualquer contributo é válido e potenciador de algo diferente e usualmente maior e melhor. Aceitar de espírito aberto o feedback dos outros e procurar não ficar preso às crenças que por vezes nos limitam. Não estar refém das nossas ideias ou da nossa perspetiva e ter a capacidade e vontade de nos desconstruirmos e reconstruirmos a cada momento, sem que se tome este processo como um ataque à nossa identidade. Aprender a gostar de não termos sempre razão e procurar fazer auto-reflexão diariamente – é um excelente exercício e uma grande prova de sabedoria e de auto-confiança. Ter a capacidade de reconhecer o positivo em tudo o que trazemos para nós e estar ciente do nosso crescimento e potencial quando pisamos a zona fora do conforto. A mudança e a auto-mudança são inevitáveis e benéficas para todos, sempre.