A falta de tempo leva a que quando precisa de escrever um email dê atenção a apenas três coisas: o tema, o destinatário e o texto. E assim coloca o endereço da pessoa a quem se quer dirigir e vai direta ao assunto no corpo do email. Assim que o termina passa o olhar em diagonal para ver se não escapou nenhuma gralha comprometedora e carrega no ‘Enviar’. Simples, talvez, eficaz, nem por isso.
Enviar um email sem “Assunto” é como entrar no gabinete de alguém sem se fazer anunciar.
Quando alguém recebe um email sem nada escrito no “Assunto” tem duas hipóteses: ou não abre, especialmente se não reconhece o nome de quem o enviou, ou vê-se obrigado a abrir imediatamente pois não sabe se o assunto é urgente ou pode esperar. E a verdade é que pode não ser o melhor momento para o abrir e esta invasão do tempo do outro é quase o equivalente a entrar pelo gabinete de alguém sem se fazer anunciar nem pedir licença. Se pensar um pouco, talvez conclua que esta abordagem não deixa no outro uma boa impressão sobre si: o facto de não ter colocado o tema do email no “Assunto” afetou a sua produtividade. Pode mesmo ter interrompido algo importante com um email que podia esperar para ser lido.
Mas além deste contratempo, o hábito de não escrever nada no “Assunto” ou escrever algo vago tem ainda a agravante de tornar mais difícil a localização do email mais tarde. Em suma: “Excelente artigo sobre dicas de networking” é melhor para um contacto profissional do que escrever qualquer coisa vaga como “pensei que gostaria de ler isto”, tal como um email que tem no “Assunto” a indicação de “sugestões de locais para o encontro de quadros” será mais fácil de encontrar no futuro do que um que não tenha nada escrito ou tenha algo tão inútil como “ideias soltas”.