Aparentar mais idade do que a real pode ter a ver com questões genéticas, hábitos alimentares, modo de vida, mas também com a maneira como se veste, penteia, ou maquilha.
Mesmo que tenha algum cuidado para “apagar” os anos, poderá, inconscientemente, estar a cometer erros que fazem com que a idade pese na sua aparência. Manon Rosenboom Alves, managing director da Colour Me Beautiful, e Paula Veiga, fashion adviser e fundadora da Philosophie, apontam os erros mais comuns e dizem como evitá-los.
Uma boa rotina de beleza é essencial. Não esqueça o protetor solar também nas mãos.
Não cuidar da pele
Uma boa rotina de cuidados com a pele deve começar logo na adolescência. “Quanto mais jovem começar a hidratar e a nutrir a sua pele, mais bonita ficará numa idade mais avançada”, aconselha Manon Alves.
O ideal é aplicar um hidratante com protetor solar durante o dia e à noite um creme mais rico em nutrientes, em combinação com um sérum e um creme especial para o contorno dos olhos. “Aplique protetor solar também nas mãos para retardar o aparecimento de manchas”, sugere.
Escolher roupas que não respeitam as linhas do corpo
O corpo altera-se ao longo dos anos. A escolha da roupa deve ser criteriosa. Selecione as que dão protagonismo aos seus pontos fortes e as que disfarçam as zonas que não a favorecem. “Tem pernas bonitas? Use uma saia até aos joelhos. Tem braços firmes? Aposte em tops sem mangas. Se tem braços flácidos ou rugas visíveis no decote, escolha peças que tapam estas zonas e chame atenção para outras partes do corpo”, recomenda Manon Alves.
Com o passar dos anos torna-se mais pálida e a cor preta, de que sempre gostou, pode tornar-se gritante.
Ser pouco criativa na forma de vestir
Um look demasiado monótono e antiquado irá, obviamente, fazê-la parecer mais velha. Paula Veiga apela à criatividade. Sugere que se arrisque um pouco para marcar a diferença. Opte por peças-chave da estação para combinar com os básicos. Misture peças vintage e peças de cor para criar um styling contemporâneo. Combine um vestido preto com sapatos e outros acessórios de cor e lembre-se que novos acessórios e um casaco diferente criam um novo look com as mesmas peças básicas.
Usar cores muito escuras junto ao rosto
“As cores certas dão luminosidade ao rosto e removem sombras”, diz a diretora da CMB. Cores bem escolhidas realçam o rosto e, segundo Manon Alves, influenciam a sua beleza porque se refletem na pele. Tendemos a usar roupas de cores mais escuras no inverno, cores mais claras no verão, mas o essencial é escolheremos as que nos valorizam.
Com o passar dos anos, as nossas cores naturais podem ficar um pouco mais pálidas, e cores que nos ficavam bem no passado, parecem agora ‘gritar’. Acontece, por exemplo, com o preto. Esta cor pode ficar deslumbrante numa pessoa mais nova, mas, anos mais tarde, um cinzento-escuro ou um azul, ou mesmo cores mais vivas, ficarão mais harmoniosos.
Não deixe que a necessidade de conforto lhe roube o estilo.
Desconhecer o tamanho certo do sutiã
“Sabia que 80% das mulheres usa o número errado de sutiã?”, pergunta Manon Alves, acrescentando que o erro mais comum é usar um sutiã muito largo nas costas, o que faz com que o peso do peito seja suportado pelas alças. “Um sutiã que não tem a copa certa e que não dá o devido apoio através das costas, resulta numa postura futura errada (com ombros inclinados para frente) e em marcas profundas nos ombros que já não desaparecem. Além disso, um sutiã correto mantém o peito mais elevado, ficando mais elegante na zona da cintura”, revela.
Privilegiar o conforto em detrimento do estilo
Claro que todas nos queremos sentir confortáveis ao longo do dia. Não ver a hora de chegar a casa para tirar uns sapatos de salto demasiado alto, ou umas calças que nos obriga a andar encolhidas todo o dia, pode tirar-nos o bom humor. Porém, a autoconfiança que uma mulher tem aos 40 ou 50 anos, não deve justificar a falta de estilo e de identidade. Manon Alves aconselha a que “adapte o seu estilo à idade que sente” e aprenda a combinar vários estilos: “por exemplo, continue a usar os seus jeans e combine-os com um casaco curto ou com acessórios de qualidade e umas sabrinas”. É só uma de muitas opções.
Exagerar na maquilhagem ou não usar de todo
Paula Veiga aconselha a usar maquilhagem para “apagar algumas imperfeições do rosto”. Um touch éclat para as olheiras e rímel são indispensáveis. Utilizar também pó terracota light, dá-lhe um ar fresco, bronzeado e saudável. O batom depende do estado de espírito: se não estiver inspirada, opte por tom neutro gloss., mas para animar o seu dia escolha um batom rouge, frisa a consultora.
Um rosto demasiado pintado em vez de disfarçar rugas, acentua-as.
Manon Alves concorda que só o facto de pôr um corretor para tapar olheiras e um batom numa cor suave já faz uma grande diferença. E deixa o alerta: “Um rosto demasiado pintado em vez de disfarçar rugas, acentua-as”.
Ter um corte ou cor de cabelo desadequados
Opte sempre por um corte que delineie o perfil do rosto, sugere Paula Veiga. Em termos de coloração, acrescenta que se deve escolher uma cor mais clara, ou nuances ligeiramente mais claras do que o tom natural de base porque “tons suaves e claros dão mais luminosidade do rosto”. Realça ainda a importância de o tom das sobrancelhas acompanharem o da íris.
Manon Alves também não tem dúvidas: “Ter o cabelo numa cor só faz parecê-la mais velha, independente de ser castanho, loiro ou branco. Faça umas nuances ou madeixas para dar mais luminosidade ao cabelo e o rosto ficará também mais luminoso e jovem.
Nos acessórios combine cores diferentes para criar um look mais original e moderno.
Descurar os dentes
Dentes amarelos ou mal tratados dão uma aparência mais velha. Felizmente, existem hoje tratamentos simples e mais em conta para ter os dentes mais brancos.
Insistir em usar acessórios na mesma cor
“O seu marido ofereceu-lhe um conjunto de brincos e colar da mesma linha? Muito querido, mas não os use ao mesmo tempo, para não ter um look antiquado. Faça o matching com joias ou bijutaria do mesmo tom, mas não da mesma coleção. A mesma situação aplica-se na cor da mala e dos sapatos. Combine cores diferentes para criar um look mais original e moderno, mas mantenha o conjunto em harmonia”, aconselha Manon Alves.
Não saber tirar partido dos acessórios
Tal como acontece com a escolha da roupa, a criatividade é essencial na seleção dos acessórios, defende Paula Veiga. Os óculos, por exemplo, “são determinantes em dias em que não temos tempo para criar um novo look e uma nova imagem – por vezes com o mesmo guarda-roupa”.
Ter um estilo de vida pouco saudável
Manon Alves reconhece que é um cliché mas muito importante: “bons hábitos, como dormir bem, beber muita água, comer de forma saudável, evitar o stresse e fazer exercício físico regular (especialmente yoga e pilates), mantêm o visual jovem, por muito mais tempo!”
MAIS DO QUE A IMAGEM, A SAÚDE
Não são só as nossas opções em termos de imagem que nos podem fazer parecer mais velhas. Mas essas, podemos corrigir a qualquer momento. Já maus hábitos de vida prolongados podem fazer-nos envelhecer prematuramente e, pior, provocar danos irreparáveis. Cuide-se.
Flutuações de peso
A elasticidade da pele não é ilimitada, nem dura para sempre. Os constantes aumentos de peso e as consequentes dietas fazem com que a pele vá ganhando alguma flacidez. Sobretudo a partir dos 40 anos as alterações hormonais reduzem os níveis de colagénio (uma proteína de importância fundamental na constituição das células) e a pele vai perdendo a elasticidade natural.
Hábitos tabágicos
Um estudo publicado na American Society of Plastic Surgeons selecionou uma amostra de 79 pares de gémeos (57 dos quais mulheres), com uma média de idades de 48 anos. Foram analisados por cirurgiões plásticos, que não sabiam quais eram os fumadores. Concluíram que os que apresentavam mais rugas, mais olheiras e “bolsas” por baixo dos olhos e pele mais flácida no rosto e no pescoço eram fumadores.
Abusar do sol
Para além de consequências mais graves, como cancro da pele, ou queimaduras solares, o excesso de permanência ao sol altera a pigmentação da pele, provocando manchas escuras e sardas. Para ver a diferença entre os efeitos do envelhecimento e do fotoenvelhecimento (provocado pela exposição aos raios UV), compare a pele de uma parte do corpo menos exposta ao sol, com outra que tenha maior exposição (por exemplo, a parte interna e a parte externa do antebraço): verificará que a segunda tem mais manchas e sinais, é geralmente menos suave e poderá ter mais rugas.
Mesmo no inverno, ou à sombra de um colmo no verão (a areia, a relva e chão claro refletem a luz solar), aplique sempre protetor solar, use um chapéu (de preferência com abas grandes) e óculos escuros. E, claro, mais pela saúde do que pelo envelhecimento, evite expor-se nas horas de maior risco (entre o meio dia e as quatro da tarde).