De CEO para CEO:
A liderança feminina é diferente?

A L'Oréal e a Executiva juntaram quatro CEO para uma conversa sobre liderança feminina. Inês Caldeira, da L'Oréal, Teresa Cardoso Menezes, da Informa D&B, Sofia Tenreiro, da Cisco, e Ana Cláudia Ruiz, da Diageo partilharam as suas experiências à frente de multinacionais. Veja o vídeo

A multinacional francesa L’Oréal e a Executiva reuniram quatro mulheres CEO para um debate sobre a difícil paridade na distribuição dos lugares de chefia e de liderança. A mesa redonda contou com a participação das convidadas Teresa Cardoso de Menezes, da Informa D&B, Sofia Tenreiro, da Cisco, Ana Cláudia Ruiz, da Diageo, e Inês Caldeira, da L’Oréal, exemplos de sucesso em Portugal de mulheres que ocupam cargos de decisão.

As diretoras da Executiva, Isabel Canha e Maria Serina, começaram por lançar uma pergunta para discussão e o debate prosseguiu de uma forma informal, focada, e muito esclarecida.

“A liderança feminina é diferente da masculina?”, foi a primeira questão apresentada para a troca de opiniões. Veja as principais ideias apontadas por estas executivas de topo.

Inês Caldeira – “A liderança feminina, por ser excecional, é muito mais solitária. Não creio que elas sejam muito diferentes. Os desafios e os níveis de exigência são iguais, a pressão pelos resultados e por questões de reputação também. O que nos distingue é o facto de não termos muitos pares com quem falar, não termos com quem debater as nossas questões e as nossas dúvidas”.

O primeiro encontro serve para provar que “a menina percebe, que não é só simpática, mas também pensa”.

Ana Cláudia Ruiz – “Penso que a liderança é muito similar entre géneros quando estamos numa multinacional. Uma empresa internacional percebe bem que uma mulher pode fazer o mesmo que um homem, mesmo que de uma maneira diferente. Mas quando estamos no mercado, com clientes, há muito mais preconceito e frequentemente o primeiro encontro serve para provar que “a menina percebe, que a menina não é só simpática mas também pensa”. Aí é onde encontro um caminho maior para percorrer.

Sofia Tenreiro – “Como temos uma exigência familiar e pessoal um pouco maior do que a dos homens temos de ser muito mais pragmáticas e mais eficientes no dia a dia e esta é uma das grandes diferenças entre liderança feminina e masculina. A outra é o sexto sentido das mulheres, que existe e é importante, por exemplo, em termos de avaliação de talento”.

É difícil gerir a dureza a que algumas decisões obrigam com a doçura que é necessária para lidar com pessoas.

Teresa Menezes – “Nunca senti obstáculos, apesar de sempre trabalhar com homens, mas reconheço que há uma parte difícil no trabalho de CEO que é a de gerir a dureza que algumas decisões obrigam com a doçura que é necessária para lidar com pessoas. Muitas vezes era o meu chefe que me pedia ora uma, ora outra. E eu achava que eram mensagens contraditórias”.

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