“Como cheguei lá”,
por Lara Campos Tropa

A diretora de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM Portugal conta como foi o seu percurso feito sempre dentro da empresa onde se iniciou como estagiária. Tudo começou com uma ousada resposta dada na entrevista

Lara Campos Tropa está há 16 anos na IBM

O que pensaria se a pessoa que está a recrutar para estagiária lhe dissesse que queria o seu lugar? Conceição Zagalo gostou do que ouviu e apostou em Lara Campos Tropa. Foi a ela a quem passou a pasta da direção de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM Portugal, quando se reformou. Nesta entrevista, Lara Campos Tropa conta como foi o seu percurso de 16 anos, feito sempre dentro da Big Blue, e como a empresa, “que valoriza os seus colaboradores e o seu crescimento profissional e pessoal” lhe foi dando oportunidades. “Sê aquele pequeno extra da palavra extraordinário” é um dos seus lemas.

Quando e como foi recrutada para a IBM?
Assim que terminei o curso em Gestão e Administração com especialidade em Estudos Europeus, balanceando ainda entre manter-me por Lisboa ou regressar aos Açores onde vivi grande parte da minha juventude, surgiu a oportunidade de uma entrevista para um estágio na IBM em Portugal, mais concretamente na Divisão de Comunicações e Programas Externos. Num processo de recrutamento exigente, tive entrevistas com vários executivos da IBM, após ter feito os tradicionais testes psicotécnicos e de inglês. E fui selecionada tendo-me sido confiado o desenvolvimento do plano de comunicações do primeiro Outsourcing de Infraestrutura na IBM em Portugal.

Na entrevista deu uma resposta ousada.
A entrevista com a então diretora da Divisão de Comunicações e Programas Externos da IBM Portugal, Conceição Zagalo, prolongou-se por duas horas, também pela empatia que se gerou e que cresceu de forma espontânea a cada pergunta e a cada resposta. A dada altura, a Conceição perguntou-me onde me veria dali a 10 anos. Ao que respondi prontamente, a olhar para os seus cartões de visita que tinha em cima da secretária, “quero ter um cartão de visita igual ao seu e quero conciliar a minha carreira com a minha vida pessoal”.  A reação foi a melhor e integrei a força de trabalho da IBM um par de dias depois. E continuei afincadamente até ao dia em que, antes da sua saída da IBM e gerido o processo de sucessão, a Conceição me presenteou com um quadro contendo uma montagem de cartões de visita e uma descrição evolutiva dos mesmos desde esse primeiro episódio de Março de 1999 e evidenciando já o meu cartão como diretora da Divisão de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM Portugal. O que eu senti… O que ambas sentimos…

Até receber esse desejado cartão de visita, como foi evoluindo a sua carreira na IBM?
No seguimento de um período de estágio bastante desafiante, prossegui a minha carreira na área de Comunicação e Programas Externos em Portugal durante um ano. No decorrer deste primeiro ano conheci o vice-Presidente da IBM Europa que, após uma reunião de trabalho com a equipa portuguesa, prontamente me desafiou para uma experiência internacional na então sede da IBM Europe, Middle East, and Africa, em Paris. Também incentivada pela direção da IBM Portugal, aí fui eu de armas e bagagens para La Defense, onde, entre 2000 e 2005, desempenhei várias funções, incluindo cargos de direção, de que é exemplo, a responsabilidade da área de comunicações da divisão de PC, mas também, e mais tarde, da divisão de serviços e consultoria, com centro de decisão em Madrid.  Com muita vontade de regressar a Portugal, assumi, em 2006, a responsabilidade pela Comunicação Interna e Executiva da IBM Portugal. Em 2011, ano do centenário da IBM, assumi o cargo de Diretora da Divisão de Marketing, Comunicações e Cidadania da IBM Portugal. Uma coincidência feliz!

Numa experiência internacional é-se colocado à prova, saímos da zona de conforto, todos os dias.

O que lhe trouxe em termos de aprendizagem a experiência internacional?
É tanto o que se ganha que não me é fácil transmitir o que só vivendo se compreende. Abre horizontes, conhecemos várias culturas, ficamos quase bilingues, alargamos a nossa rede de contactos de uma forma exponencial, e, no meu caso, tendo sido em início de carreira, fez com que crescesse em cinco anos muito mais do que se tivesse ficado em Portugal. Para além disso, aprendemos a dar mais valor ao nosso país. Percebemos que tem características únicas que nos fazem falta e alimentam o ânimo, como sejam o mar e a luz… Mas também os próprios portugueses que, com a sua capacidade de rapidamente se adaptarem a todas as circunstâncias e responderem de forma positiva aos desafios, nos dão lições ímpares de atitude. Por outro lado, é-se colocado à prova, saímos da zona de conforto todos os dias. Por ter ido sozinha à conquista do desconhecido, cresci à minha própria conta. Aos 24 anos ganhei autonomia, auto-confiança e uma bela dose de desembaraço.

Dentro da mesma empresa, tenho tido tantos empregos e tão distintos que as oportunidades de carreira têm surgido.

Qual o segredo para que o trabalho seja reconhecido, sem sair da empresa?
Estou há 16 anos na IBM. Mas, dentro da mesma empresa, tenho tido tantos empregos e tão distintos… Têm sido anos muito dinâmicos já que, estando numa empresa globalmente integrada e com 104 anos de uma existência reinventada de forma visionária por líderes que antecipam circunstâncias de mercado, as oportunidades de carreira foram surgindo naturalmente. É uma empresa que valoriza os seus colaboradores e o seu crescimento profissional e pessoal, sabe reconhecer o mérito e oferece oportunidades de acordo com as competências e objetivos de cada profissional. Há que não nos acomodarmos e procurarmos sempre ir mais além nas nossas ambições e no desenvolvimento das nossas competências, sabendo agarrar as oportunidades certas no momento certo.

Se tivesse de eleger os seus três segredos do sucesso profissional seriam…
Não diria que são segredos mas inspirações que, juntas, trouxeram-me até aqui e estão muito relacionadas com princípios com os quais me identifico: “Magia é acreditar em nós próprios. Se conseguires fazer isso, consegues fazer qualquer coisa acontecer”; “Apaixona-te, permanece apaixonado. Isso definirá tudo em ti”; “Sê aquele pequeno extra da palavra extraordinário”.Porque na realidade é tudo o que me tem pautado, acreditar que sou capaz, fazer tudo com paixão, dando sempre o melhor e o máximo de mim, na vida profissional, pessoal e familiar.

Onde se imagina daqui a cinco anos?
Onde é que eu já ouvi isso?… Bom… Continuar na busca do cartão de visita que me desafie todos os dias.

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