Catarina José: “A experiência do The Lisbon MBA foi absolutamente transformadora a nível pessoal e profissional”

Catarina José começou a carreira no Banco de Portugal, passou pela consultoria, pelas telecomunicações, pela indústria farmacêutica e hoje está na Netflix, numa posição regional na América Latina, para acelerar a adopção de inovação nestes países, desde o México até à Argentina, em parceria com empresas de telecomunicações. Descubra o papel que o The Lisbon MBA teve nesta reviravolta na sua carreira.

Catarina José é LatAm Operators Engagement Manager na Netflix no México.

Catarina José é licenciada em Economia e começou a carreira no Banco de Portugal, uma experiência muito valiosa, pois permitiu-lhe perceber rapidamente o que realmente queria para a sua carreira: gerar um impacto positivo na vida das pessoas através da inovação e tecnologia. O passo seguinte foi procurar o melhor caminho para o fazer e isso conduziu-a à consultoria, que a expôs a uma vasto leque de possibilidades. A partir daí já trabalhou em indústrias tão diferentes como as telecomunicações, a farmacêutica e o entretenimento. Diz que a mudança nunca a assustou, pelo contrário, faz parte do seu ADN. Trabalhou nove anos na Portugal Telecom onde participou no desenvolvimento de novos produtos e serviços num negócio que estava a mudar a uma velocidade incrível. Em 2015, Catarina José decidiu fazer o The Lisbon MBA Católica|Nova porque precisava de repensar o que queria alcançar no longo prazo. Na altura ainda não fazia ideia da mudança disruptiva que o MBA iria provocar na sua vida. Foi na sequência de um estágio durante o programa que recebeu um convite da Novartis para trabalhar na área da Oncologia. Não só entrou numa indústria que não conhecia, como Catarina José mudou de continente e passou a trabalhar também num país que não conhecia, o México. Hoje, tudo o que aprendeu nos cinco anos que esteve na Novartis está a servir-lhe no desafio que tem em mãos na Netflix: desenvolver grandes parcerias com empresas de telecomunicações na América Latina para acelerar a adopção de inovação nestes países, desde o México até à Argentina.

Catarina José continua a viver e a trabalhar na Cidade do México, onde desde maio de 2021 é responsável na Netflix por grandes parcerias com empresas de telecomunicações na América Latina. Tendo nascido e passado a infância em África, depois estudado e trabalhado na Europa e agora na América Latina, a carreira internacional não a assusta. Alerta que hoje o grande desafio é fazer-se notar num ambiente global cada vez mais competitivo, principalmente em empresas de topo na sua área como a Novartis ou a Netflix. Se o modelo de trabalho remoto trouxe muitas oportunidades, Catarina José também destaca que ele nos coloca numa posição de competição direta com os recursos a nível global, onde deixa de ser tão relevante o lugar onde estamos, mas sim as competências e o valor que trazemos efectivamente. No meio de todas estas novas oportunidades, a verdade é que as oportunidades de crescimento, de aprendizagem e de ter um impacto mais significativo são infinitas para quem abraça um desafio internacional, como fez Catarina José.

 

 

Quais as principais etapas do seu percurso profissional?

Seguindo a minha formação em Economia, na Universidade Católica, a minha primeira experiência profissional foi no Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal. Com essa experiência percebi que apesar da minha vertente mais analítica, necessitava sentir um impacto mais direto do meu trabalho na sociedade, embora sem saber ainda exatamente em que área. Com o objetivo de encontrar o meu caminho, entrei em consultoria na Deloitte, motivada pela possibilidade de trabalhar com muitas indústrias distintas em pouco tempo. 

Nesse momento começou o meu interesse pelas áreas de inovação e tecnologia, ditando o que viria a ser o meu propósito a nível profissional: gerar um impacto positivo na vida das pessoas através da inovação e tecnologia. A busca desse propósito levou-me a trabalhar em várias indústrias (telecomunicações, farmacêutica e tecnologia), e em várias geografias, em posições de estratégia e gestão de produto, ou seja, analisando tendências, identificando oportunidades de negócio e traduzindo essas oportunidades em produtos e serviços concretos.

Tendo como fio condutor a inovação em todo o meu percurso profissional, identifico três grandes etapas na minha carreira: a primeira na Portugal Telecom, em particular no SAPO e MEO, onde trabalhei no desenvolvimento de novos produtos e serviços num negócio que estava a mudar a uma velocidade incrível, desde o telefone fixo, passando pela internet, telemóvel, TV e, finalmente, serviços sobre todas estas plataformas. De seguida, na Novartis, após realizar o meu MBA, onde trabalhei numa posição de liderança regional na Europa e, posteriormente, no México, pensando em como evoluir os modelos de negócio para lançar novos produtos de Oncologia. E, atualmente, na Netflix numa posição regional na América Latina, em parceria com empresas de telecomunicações para acelerar a adopção de inovação nestes países, desde o México até à Argentina.

 

“A minha trajectória está repleta de grandes mudanças, é algo que trago impresso no meu ADN”

Qual a mudança mais disruptiva que fez e o que a levou a fazê-la?

A minha trajectória profissional e pessoal está repleta de grandes mudanças, é algo que trago impresso no meu ADN, mas a mudança para a indústria farmacêutica após a realização do MBA no The Lisbon MBA Católica|Nova foi, sem dúvida, a mais disruptiva na minha carreira . O ano em que estive dedicada ao MBA em full-time foi um período para repensar qual era o impacto que queria ter e onde sentia que podia trazer mais valor com a minha experiência profissional.

A indústria farmacêutica é das indústrias que mais investe em inovação e que tem um impacto incrível na esperança e qualidade de vida de milhões de pessoas no mundo. Ainda assim é relativamente tradicional na sua forma de trabalhar, pelo que eu senti que podia ter um impacto positivo trazendo uma nova perspectiva. Adicionalmente, tinha uma motivação pessoal muito forte, o meu pai estava muito doente com cancro e eu sabia que tinha de ajudar outras famílias que estavam a passar pelo mesmo.

Após um estágio realizado durante o MBA na área de Oncologia da Novartis, convidaram-me a ficar como responsável da área de Commercial Excellence para Portugal e para um grupo de países da Europa, com o objectivo de desenvolver novos modelos de negócio, formas de trabalhar e ferramentas, numa área de negócio cada vez mais relevante. A minha aventura na Novartis levou-me ao México e a trabalhar na América Latina na definição de estratégias de lançamento de novos produtos de Oncologia, onde as barreiras para conseguir trazer produtos de inovação são gigantes e onde o impacto positivo na vida de milhares de famílias é muito tangível. Mais de cinco anos depois, posso afirmar que esta foi a mudança mais disruptiva e das mais compensadoras em nível de impacto da minha carreira.

Que mais-valias retira de uma carreira tão diversificada?

Tive a oportunidade de trabalhar em empresas líderes em termos de inovação a nível global, mas com culturas muito distintas. A Novartis por exemplo é uma empresa muito orientada para a excelência operacional, bastante estrita do ponto de vista de compliance e processos, mas que naturalmente se move a uma velocidade mais lenta. O lançamento de um novo medicamento pode demorar entre 10 a 15 anos. A Netflix é um exemplo de uma empresa que se reinventou por completo desde a venda de DVDs até ser a plataforma de streaming líder a nível global, onde todas as decisões são tomadas com base em data e experimentação. É uma empresa que vive a uma velocidade estonteante sempre com muita informação para processar.

Trabalhar em diferentes regiões adiciona também bastante complexidade. Para além do idioma, a capacidade de criar relações e desenvolver confiança, capacidades críticas num contexto profissional, são completamente diferentes entre a Dinamarca e o México, mas também surpreendentemente entre países da mesma região como o Peru e a Argentina.

Todas estas experiências trazem grandes aprendizagens que podem ser alavancadas em diferentes contextos, tornando-nos mais criativos. Por outro lado, exigem uma capacidade de adaptação e aprendizagem muito grandes, que faz com que tenha maior flexibilidade para me adaptar a um contexto empresarial de incerteza e em constante mudança. Finalmente, acredito que podem trazer uma perspectiva mais holística aos problemas empresariais, cada vez mais complexos e globais.

Em que consiste a sua função na Netflix e quais os principais desafios que ela lhe coloca?

Eu sou responsável por grandes parcerias com empresas de telecomunicações na América Latina, assegurando que o serviço da Netflix está integrado e disponível para streaming através dos serviços destas empresas. Trabalhamos para trazer mais valor ao ecossistema, mas também para permitir que muitas pessoas que não têm um cartão de crédito (a grande maioria nesses países) possam aceder ao conteúdo da Netflix, aumentando o seu alcance e impacto.

Um dos factores mais interessantes, mas também mais desafiantes desta posição, é o facto de ser uma ponte entre uma empresa tão inovadora como a Netflix e um mercado de clientes muito distinto do cliente típico, com menos experiência em tecnologia. Neste contexto é crítico criar relações de confiança com os nossos parceiros para influenciar e gerir um roadmap conjunto de longo prazo e de maior impacto. A Netflix tem uma mentalidade de inovação e experimentação constante, enquanto as grandes empresas de telecomunicações estão mais focadas na eficiência operacional do dia-a-dia. Esta tensão cria desafios, mas também oportunidades muito interessantes do ponto de vista de negócio.

 

“O MBA deu-me a confiança para mudar de empresa, indústria e abraçar uma carreira internacional”

Porque decidiu fazer o MBA e porque escolheu o The Lisbon MBA Católica|Nova?

Quando terminei a minha licenciatura em Economia sabia que iria continuar a investir na minha formação no futuro e nos meus skills de negócio. O mundo muda a uma velocidade demasiado rápida e todas as formas de aprendizagem, adicionam valor, nos fazem crescer a nível pessoal e profissional. A dúvida era quando e onde seguir com esse projeto.

Escolhi realizar o MBA num momento na minha carreira em que sentia que precisava parar e repensar o que queria alcançar no longo prazo. Depois de analisar vários programas em Portugal e no exterior, escolhi o The Lisbon MBA Católica|Nova. É um programa reconhecido a nível internacional, com uma forte ligação ao MIT, um dos melhores programas a nível global. Que valoriza não só os chamados hard skills, mas também o desenvolvimento de competências críticas de liderança como a comunicação efetiva, o trabalho em equipa e a resolução de problemas. Finalmente, procurava um programa onde pudesse estabelecer uma rede de contactos com uma experiência profissional global relevante. Considerando as minhas prioridades, o The Lisbon MBA era sem dúvida o programa com melhor “custo-benefício”.

Como conciliou o MBA com a sua vida profissional e pessoal? 

Quando tomei a decisão de realizar o MBA sabia que precisava de tempo para mergulhar totalmente na experiência e entender profundamente para onde queria levar a minha carreira. Foi nesse sentido que optei pela opção em full time durante um ano. Olhando para trás, sinto que foi efetivamente a melhor opção no meu caso, permitindo-me investir inteiramente nesse processo de crescimento, identificar os meus pontos fortes, onde poderia adicionar mais valor e em que empresas/indústrias havia melhor ajuste. A realização de um MBA é um projeto que envolve um grande investimento financeiro e pessoal, com muitos trade-offs, também do ponto de vista pessoal, mas que no meu caso claramente mais do que compensaram esse investimento.

Como é que o The Lisbon MBA Católica|Nova contribuiu para definir e implementar o seu propósito e atingir os seus objetivos profissionais? 

A experiência do The Lisbon MBA foi absolutamente transformadora tanto do ponto de vista pessoal como profissional. Acredito que como em tudo na vida (nas relações, nas experiências, nos desafios, nas oportunidades), retiramos o que realmente investimos. O ano que eu investi no MBA levou-me a uma jornada de autoconhecimento, de desafiar o que pensava, de aceitar a vulnerabilidade, de explorar novas ideias e perspectivas, com o objectivo de definir o meu propósito: gerar um impacto positivo na vida das pessoas através da inovação e tecnologia! 

Os extraordinários colegas, professores, profissionais e mentores que tive oportunidade de conhecer no MBA ajudaram-me a desafiar as minhas próprias ideias através de feedback construtivo, a pensar fora da caixa e a expandir os meus horizontes. Sinto-me realmente agradecida pela rede de contactos que criei, da qual alguns se transformaram em verdadeiros amigos, e que acompanham a minha trajectória até hoje.

Adicionalmente, com o MBA tive a possibilidade de fortalecer e adquirir novas competências que me deram a confiança para perseguir de uma forma estruturada os meus objectivos profissionais, mudar de empresa, indústria e abraçar uma carreira internacional.

 

“O maior desafio da carreira internacional é a dificuldade em fazer-se notar num ambiente global cada vez mais competitivo, principalmente em empresas de topo na sua área”

Estando a trabalhar fora de Portugal há alguns anos, quais considera serem os grandes desafios a considerar numa carreira internacional?  E as principais vantagens?

O maior desafio em perseguir uma carreira internacional consiste na dificuldade em fazer-se notar num ambiente global cada vez mais competitivo, principalmente em empresas de topo na sua área como a Novartis ou a Netflix. A migração para um modelo de trabalho remoto trouxe muitas oportunidades, mas também nos coloca numa posição de competição direta com os recursos a nível global, onde deixa de ser tão relevante o lugar onde estamos, mas sim as competências e o valor que trazemos efectivamente. 

Por outro lado, as oportunidades de crescimento, de aprendizagem e de ter um impacto mais significativo são infinitas, e isso é algo muito atrativo para alguém como eu que valoriza o crescimento pessoal. Na minha perspectiva não há melhor forma de sair da nossa zona de conforto, forçar-nos constantemente a crescer, a sentir-nos cómodos com estar incómodos.

Tendo nascido e passado a minha infância em África, depois estudado e trabalhado na Europa e América Latina, muitas vezes perguntam-me onde tenho afinal as minhas raízes? Para mim a beleza de uma experiência internacional é precisamente a possibilidade de ter muitas raízes espalhadas por lugares muito distintos, é uma vida infinitamente mais rica!

Que conselho deixa a uma jovem executiva? 

As jovens executivas que estão a ler esta entrevista seguramente já são mulheres que têm um interesse no seu crescimento profissional e que se dedicam mais que a maioria em alcançá-lo. O meu conselho seria que deem esse “salto de fé” para o seguinte grande desafio das suas carreiras profissionais com toda a confiança, seja realizar um MBA, procurar uma nova oportunidade laboral ou uma carreira internacional. Existem sempre vários recursos que nos podem apoiar nesse caminho: uma rede de contactos, bolsas de estudo, mentores, entre outros. Está sempre nas nossas mãos dar o seguinte pequeno/grande passo para essa mudança.

 

 

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