Spam

“spam”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2021: Tipo de mensagem de correio eletrónico, geralmente com intuito publicitário ou fraudulento, enviada para grande número de destinatários que não forneceram o seu endereço para esse fim.

 

Esta é a definição que conhecemos, e que usamos regularmente, para aquela palavra repetida tantas vezes durante o nosso dia.

Mas de onde vêm estas quatro letras?

Pois bem, o nome spam foi criado no Minnesota, nos Estados Unido da América, pela empresa Hormel Foods, que deu este nome a uma receita de carne de porco com presunto (Spiced Ham), na década de 30 do século passado. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi o alimento de muitas famílias e há quem diga que salvou de morrer à fome muitos soldados na Europa. Continuou, no pós-guerra, a ser consumido regularmente, dado que tinha um prazo de validade muito grande. Na década de 50, esta carne enlatada passou para a Coreia, também na altura do conflito nesta zona do globo, e tornou-se de tal maneira famosa que é a base de um dos pratos mais conhecidos, o budae jjigae ou “ensopado militar”.

Mas como começou esta marca a ser usada como sinónimo de lixo eletrónico?

O etimologista Graeme Donald contou que se deve a um sketch dos Monty Phyton, em que um casal vai a um restaurante e todo o menu tem por base a carne enlatada Spam. A mulher, insistindo que não gosta deste ingrediente, ouve repetidamente da empregada: “spam, spam, spam…”, mantra repetido por um coro viking que se encontra na mesma cena. Diz o estudioso que os programadores informáticos sempre gostaram deste grupo de comédia e ter-se-ão inspirado neste episódio para usarem o termo.

Até que ponto pode a marca da Hormel Foods ter sido prejudicada com esta associação de entupir caixas de email e, assim, talvez as artérias coronárias?

A verdade é que a venda desta carne retangular tem sido um sucesso mundial presente em mais de 80 países. Estima-se que mais de 100 milhões de latas são consumidas anualmente por 60 milhões de americanos, sendo os havaianos ávidos clientes. Mais de 5 biliões de enlatados já foram vendidos desde 1937 e a famosa lata original faz parte da coleção permanente do Museu Smithsonian.

É caso para dizer: “There is no such thing as bad publicity.” (P.T. Barnum)

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos da autora aqui

Publicado a 08 Junho 2022

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