Só sei que nada sei

Quando era mais nova e me via num assunto que não dominava, ficava assustada. Sentia-me mal, queria controlar toda a informação e, ao não conseguir fazê-lo, chegava a frustração. Hoje, não é bem assim.

Sei que conheço bem as áreas onde trabalho. Ensino mais do que aprendo e, muitas vezes, senti que a rotina era aborrecida por isso mesmo. Assim, sempre que sou confrontada com temas novos, fico animadíssima. Ir a conferências de assuntos que me obrigam a estudar antes e depois é muito entusiasmante.

Estou, neste momento, numa conferência sobre baterias, o futuro delas e toda a tecnologia à sua volta, e, no meio de toda a minha ignorância, percebo alguns conceitos e tomo nota de outros que devo verificar. Fico excitada com as investigações que se estão a fazer, procuro formas de me incluir no negócio, faço perguntas e fico curiosa com o que não percebo.

Depois, de uma maneira geral, avalio a forma como cada pessoa apresenta, entendo como se sentem no palco e admiro o seu conhecimento.

Ponho o cérebro a trabalhar e fico muito feliz por isso.

Talvez seja isso. Saber que não sei e que coisas novas que não controlo aparecem, e são giras e importantes, não é mais do que a certeza de que o mundo continuará. Que há esperança. Que existe algo maior do que nós.

A minha ignorância é a confirmação de que sou uma gota num oceano gigantesco de oportunidades para os meus. E para os vossos.

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos de Inês Brandão.

Publicado a 12 Outubro 2023

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