Batimento cardíaco

Há uns anos chegou-me uma imagem que, até hoje, eu passo na minha cabeça em muitas situações da minha vida. Estava eu a começar o meu negócio, a entrar no mercado, à procura de parceiros e de clientes, fazia chamadas e enviava dezenas de e-mails por dia. Muitos deles, dos dias, eram vazios de respostas. Outros havia em que tudo acontecia: atrás de um “sim” vinha outro e outro e outro. Para no seguinte recomeçar a navegar no nada. Então, dizia eu, numa destas redes sociais, surgiu-me a fotografia do batimento cardíaco. A linha verrmelha a passar no ecrã, a desenhar picos, ora para cima, ora para baixo. E a legenda dizia: “Se a tua vida não tiver altos e baixos significa que estás morto”.

 

 

 

Até hoje, em momentos baixos, eu agarro-me à certeza de que estou viva. Que o meu coração ainda bate. E, por isso, o dia de amanhã será melhor. No limite, pedimos ajuda, alguém que venha com um desfibrilador salvar-nos a vida. Que os há: profissionais ou gente que nos quer bem e nos faz uma “massagem cardíaca, para nos fazer aguentar mais um dia, que será melhor com certeza.

Tal como nos picos de felicidade e sucesso tento não me esquecer que não vai ser sempre assim, e que tenho de me preparar para a descida, ou, pelo menos, para a normalidade. Até porque não aguentamos muito tempo em taquicardia.

A vida é como o batimento cardíaco, acima e abaixo, subidas e descidas, momentos fáceis, outros que nos parecem impossíveis de superar.

Mas com o coração sempre a bater.

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos da autora aqui

Publicado a 03 Novembro 2022

Partilhar Artigo

Parceiros Premium
Parceiros