A líder que quero ser

Recentemente, estive num curso de liderança e comunicação. Existem várias formas de se definirem estilos de liderança. A que acompanhou a formação que fiz (Insights Discovery® | Official flagship product | Insights) é baseada nos modelos de personalidades identificados pelo psicólogo suíço, Carl Jung. Basicamente, ele dividiu as nossas personalidades em quatro cores: Azul (tendência para observar e analisar), vermelho (tendência para orientar e controlar), amarelo (tendência para motivar e inspirar) e verde (tendência para ajudar e proteger).

Normalmente, cada pessoa tem duas cores preponderantes. Mas eu, excecionalmente em todo o grupo, tinha três – todas, menos o Azul. O que, pelos vistos, se torna extremamente desgastante porque, dependendo de quem tem à sua frente, vai ter de saltitar de um estilo para o outro.

Precisei de algum tempo para amadurecer o que se passou durante essa semana e fiquei a pensar se o deveria divulgar, uma vez que se trata de uma análise muito pessoal. Não irei revelar tudo, porque a intensidade dos seis dias ainda vive em mim, mas penso que o que vou contar pode ser útil para quem me lê.

Ao que parece, o meu estilo de liderança é, entre outras características, maternal. Eu pensava que era motivadora, dinâmica, assertiva/agressiva, insistente, destemida… E, pelos vistos, sou isso tudo, mas também sou protetora, orientadora, controladora e maternal. Para proteger os outros, não os deixo viver o seu momento de conflito interno ou externo, não procurando a solução por si só. Sozinhos, cometendo os seus erros, dar-lhes tempo para absorver o que aconteceu, orientá-los na procura das suas respostas, que serão invariavelmente diferentes das minhas porque somos todos diferentes.

Foi interessante perceber isso de mim. E a verdade é que eu tenho tendência em dar as soluções às perguntas que faço, coisa que pode ser vista como imposição, mas na verdade é controlo e proteção. Quero facilitar a vida aos outros e acabo por não os deixar crescer. No limite, poderá haver quem pense que eu não dou valor ao que estão a dizer ou ao seu tempo de absorção do acontecimento, porque a minha tendência é interromper com uma explicação e um caminho.

Até para a minha vida pessoal, como mãe, filha, mulher e amiga, ficar calada ou insistir em perguntas abertas pode levar-me, com toda a certeza, a assistir a um crescimento das pessoas que me rodeiam de uma forma mais mágica e especial. Quem sabe até menos desgastante para mim.

O meu objetivo, como pessoa e profissional, será trabalhar, então, a minha cor Azul. Gostava muito de conseguir ter as quatro cores ativas e em força. Para mim, o verdadeiro líder é assim: motivar constantemente, orientar quando necessário, proteger em alturas críticas, observar e escutar sempre.

A verdade é que todos nós temos maneiras de ser muito particulares. O segredo é perceber o que vai ser mais eficaz em determinado momento. Mesmo que, preponderantemente, sejamos mais umas cores do que outras e não sendo nenhuma melhor do que qualquer outra.

 

Inês Brandão é fundadora e Global Business Manager da Frenpolymer. Leia mais artigos da autora aqui

Publicado a 02 Junho 2022

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