Alexandra Reis: “É fundamental construir relações de business partnership com a empresa”

Curiosa e sempre disposta a aprender, Alexandra Reis, responsável pelo departamento jurídico da Tabaqueira, defende que, sem descurar os deveres deontológicos da profissão, um advogado in house deve partilhar os mesmos objetivos e criar relações de confiança com a empresa.

Alexandra Reis lidera a equipa dos serviços jurídicos da Tabaqueira, subsidiária portuguesa do Grupo Philip Morris International (PMI).

Alexandra Reis iniciou o seu percurso na Macedo Vitorino & Associados, onde esteve dois anos, e foi membro da equipa jurídica da PGA Portugália Airlines, durante seis anos, antes de ingressar na Tabaqueira, subsidiária portuguesa do Grupo Philip Morris International (PMI), onde hoje lidera a equipa dos serviços jurídicos. Com experiência sólida em Direito comercial, concorrência, laboral e aviação, conta com uma carreira de 25 anos de experiência, 17 dos quais ao serviço da Tabaqueira, onde tem abraçado diversos desafios, incluindo uma comissão de serviço no Centro de Operações da PMI em Lausanne, na Suíça.

Sob a sua liderança a equipa jurídica da Tabaqueira integrou a lista GC Powerlist Iberia Teams 2019. A advogada foi ainda distinguida pela Iberian Lawyer mais de uma vez, a última das quais em 2022, como “In-house Counsel of the Year – Consumer Goods & Manufacturing” no âmbito dos GoldAwards e em 2020 ao integrou o “InspiraLaw Top 60 Women”.

Nesta entrevista à Executiva conta que se orgulha da mudança que a empresa encetou em 2016  para, impulsionada pela inovação e pela tecnologia, construir um futuro sem fumo, trazendo soluções que têm em vista a redução da nocividade dos produtos de tabaco. Uma transformação que considera será um case study de estudo académico e que trouxe alguns desafios, também na área jurídica. Eterna curiosa e apaixonada por aprender, encara esta transformação como “muito entusiasmante, e muito desafiadora também”.

 

Quais as principais mudanças que ocorreram na sua função, ao longo destes 20 anos?

A maior mudança ocorreu em 2014, quando a empresa assumiu uma nova visão. Tornou-se claro para os departamentos jurídicos da empresa que deixaríamos de estar na posição confortável de conhecer muitíssimo bem o negócio, de perceber muitíssimo bem os constrangimentos e os limites, pois nesse momento encetámos a caminhada para um produto completamente diferente, que tem componente eletrónica, e que estava num vazio legislativo. Tornou-se importante que a função do departamento jurídico não fosse tanto a de diagnóstico e identificação do mapa regulatório e dos obstáculos ou das oportunidades, mas mais um farol que pudesse liderar o caminho, que aconselhasse a empresa que queria trazer para o mercado um produto completamente novo.

Tínhamos uma liderança mundial muito inspiradora, que nos desafiou, por exemplo, a ter elementos coadjuvantes de decisão e de análise jurídica que vinham da economia, da teoria social, da teoria do risco… Foi uma aventura muito engraçada.

Olhando para trás, pergunto como passaram estes 20 anos?! Não tenho a sensação de ter passado tanto tempo. Foi sempre diferente, fui sendo desafiada com novos assuntos. Todos os anos pensava: não sei isto, vou aprender.

 

Queremos ser parceiros de negócio, estamos lá antes, durante e no final, a aconselhar. Para mim, esta é a função mais interessante de se ser advogado in house, aquele que vai contribuindo de forma prática e tangível e que se  torna muito útil na prossecução dos  objetivos de negócio.

 

Um advogado in house tem de dominar uma série de áreas jurídicas diferentes.

Nós somos os médicos de medicina geral do Direito. Se aparece uma pessoa com uma dor, temos competências que nos permitem saber que é um problema de fígado, ou se uma perna está inchada é má circulação. Mas se o problema persiste ou o diagnóstico é incerto, o especialista deve entrar.

Um advogado in house tem de saber diagnosticar e tem alguma expertise para analisar e tratar determinadas matérias jurídicas que são mais recorrentes ou que assumem maior relevância estratégica. Temos uma equipa de três pessoas, que se foca naquilo que é verdadeiramente singular na nossa empresa. Recorremos a outside counselors quando precisamos de expertise, pelo conforto e também pelo aconselhamento mais estratégico que podem trazer. Somos um cliente difícil para as nossas sociedades de advogados. Numa petição inicial ou numa contestação, não há nada que saia que não seja revisto e comentado por nós. Consideramos que adicionamos valor pelo  conhecimento profundo do negócio que temos.

Recorremos a especialistas, mas no dia a dia não há nada que não nos sintamos capazes de fazer. Temos de conhecer muito bem o negócio, os seus objetivos, as prioridades estratégicas para nos podermos preparar e apetrechar para dar este aconselhamento jurídico. Se, por exemplo, sei que no ano seguinte vamos ter um projeto que envolve a digitalização das comunicações da Tabaqueira com os seus clientes diretos grossistas ou com um qualquer distribuidor, vou ter de me preparar e começar a estudar – algo que os advogados têm de fazer durante toda a sua vida.

Por outro lado, temos de ter esta capacidade de identificar onde é que estão os pontos que precisam de atenção jurídica. E, conhecendo muito bem o negócio, sabendo muito bem as leis que o regem e que lhe são potencialmente aplicáveis, através de constante adaptação e estudo, podemos dar o passo seguinte: ao invés de ser aquele advogado de escritório que é consultado quando os problemas já existem, ou que dá um aconselhamento muito agnóstico e que diz a típica frase “sem prejuízo de melhor opinião”, vamos criando relações de confiança com o negócio. Mantemos sempre a nossa isenção e a segregação funcional, mas podemos construir uma verdadeira relação de business partnership. Queremos ser parceiros de negócio, estamos lá antes, durante e no final, a aconselhar. Para mim, esta é a função mais interessante de se ser advogado in house, aquele que vai contribuindo de forma prática e tangível e que se  torna muito útil na prossecução dos  objetivos de negócio.

 

Como é a relação entre as diferentes áreas e poderes da empresa?

Tenho tido muita sorte porque trabalho numa empresa que sempre reconheceu a importância dos advogados e do departamento jurídico. Em virtude das idiossincrasias do próprio negócio, uma área extremamente regulamentada, com uma exposição enorme, esta empresa multinacional percebeu a importância de um advogado in house – até porque, até há bem pouco, nos Estados Unidos a cultura de ter um advogado in house era muito mais avançada do que na Europa e, em particular, em Portugal.As relações profissionais são também relações pessoais. É importante mostrarmo-nos disponíveis para aprender, sermos proactivos. Quero ir à fábrica, quero ir ver como é que se faz a distribuição do produto, quero ir ao armazém, quero ver, quero saber. O Direito aplica as normas aos factos e eu quero e preciso conhecer bem os factos da minha empresa. Depois, é a capacidade de mostrarmos às pessoas que nos consultam e recorrem aos Serviços Jurídicos que nos importamos, e que tudo faremos para colaborar na prossecução dos interesses da empresa, sem descurar, naturalmente, todas as nossas outras obrigações, quer seja de compliance, quer sejam deveres deontológicos enquanto advogados. Neste contexto, a capacidade de criar esta base de confiança, de construir e de manter relações de equipa e de business partnership com as demais equipas é fundamental.

 

Como é que foi convidada para ir para a Philip Morris na Suíça?

Em 2007 convidaram-me para ter uma experiência de trabalho em Lausanne, na Suíça, onde está o departamento jurídico da PMI. Naquela altura era requisito essencial para a progressão na carreira ter uma experiência no centro operacional da empresa, com o objetivo de ter uma visão de helicóptero do que é e como funciona um departamento jurídico de uma multinacional com 75 mil empregados e presente em 150 mercados.

Trabalhei na região da Europa, mas tive projetos que me fizeram passar por várias áreas do departamento jurídico. Creio que fiz menos do que aprendi – e o propósito era precisamente esse. Estive também envolvida em alguns projetos internacionais, como uma reestruturação de empresas, que mais tarde se implementou em Portugal, e que implicava a cisão das empresas conforme a atividade a que se dedicavam (comercial ou produção) Estive também noutras áreas centrais com as quais não tinha tido contato. Foi uma experiência muito enriquecedora porque me levou a perceber a dimensão verdadeiramente multinacional da empresa e a relativizar os assuntos locais.

 

E a nível pessoal, que aprendizagens trouxe no regresso, depois desses seis meses?

Foi também uma aprendizagem brutal. Pensava que nunca iria viver sozinha no estrangeiro, que era um sonho que não tinha conseguido concretizar antes de casar e ter filhos. Naquela altura, a minha filha tinha seis anos, estava a entrar na primeira classe. Foi desafiante, mas foi uma das coisas mais giras que consegui fazer.

 

Nessas condições, hesitou em aceitar?

Não hesitei porque tive um apoio incondicional do meu marido. “Vais, eu estou cá. Não faças um bicho de sete cabeças”. E não estava no fim do mundo. Apanhava o avião das seis da tarde,  como quem apanha a autocarro da antiga carreira 50 Algés-Poço do Bispo. Vim a casa quase todos os fins de semana. Depois partia no avião de óculos escuros, a chorar.

 

Qual foi o impacto dessa experiência na sua carreira?

Passado poucos meses, quando a minha supervisora na altura, a Marta Pinto Leite, decidiu sair, foi-me dada a oportunidade de ficar como responsável dos serviços jurídicos. Dá um frio na barriga, pela responsabilidade que acarreta, perante a empresa e a equipa. É uma dimensão diferente. It’s all new.

 

Um dia, a tomar o pequeno-almoço, vejo no caderno de emprego do Expresso um anúncio e pensei imediatamente: “esta sou eu; estão à minha procura!” Não sabia quem era o empregador, mas respondi.

 

Antes de ingressar na Tabaqueira onde trabalhou?

Trabalhei na companhia aérea Portugália, durante sete anos. Fui muito feliz na Portugália. Na altura, a aviação era é um negócio glamouroso e a Portugália era o David, uma empresa aguerrida, a lutar por uma posição no mercado português que era dominado pela TAP e que tinha uma liderança muito forte, o Senhor Ribeiro da Fonseca.

Aprendi muitíssimo, num departamento jurídico liderada pela Filipa Mendes Pinto, que hoje tem a Find, uma empresa que faz recrutamento para a área jurídica. Eu estava na Macedo Vitorino, sociedade de advogados que se acabara de formar, quando soube que estavam à procura de ajuda na Portugália. Fui a uma entrevista e fui selecionada. Fiquei em part time, enquanto fazia o estágio no escritório, e meses depois de ter concluído o estágio passei a full time.

 

Em que circunstâncias decidiu sair e como se mudou para a Tabaqueira?

Um dia, a tomar o pequeno-almoço, vejo no caderno de emprego do Expresso um anúncio e pensei imediatamente: “esta sou eu; estão à minha procura!” Não sabia quem era o empregador, mas respondi. O processo começou com uma agência de recrutamento e passou para os recursos humanos internos da empresa, que me fala da PMI, que eu não sabia o que era. Quando pesquisei sobre a empresa pensei: “Esta empresa é muito grande”. Tendo trabalhado num departamento gerido por uma empresa nacional, ainda que com presença internacional , o que me apaixonou de imediato foi a magnitude da empresa e esta ideia de uma organização com muitas pessoas e com muitas geografias e com interesses globais.

 

Penso que esta transformação vai ser um business case estudado nas faculdades. É a coisa desafiante em que se pode estar envolvido. É muito entusiasmante e muito motivador estar dentro de uma empresa que é muito lucrativa, sólida no mercado e no mundo a qual decide defender que, no futuro, pretende deixar de fazer aquilo que faz há muitos anos e que é o core do seu sucesso.

 

Hesitou em trocar uma área glamourosa por um negócio de tabaco?

Sempre acreditei na livre escolha das pessoas, desde que informada. Desde que a informação esteja disponível para todos e seja compreensível, as pessoas têm e são capazes de tomar decisões informadas. Isto é válido para tabaco, álcool, açúcar, glúten, se vou de autocarro ou de carro… tudo. Também, tornou-se muito evidente para mim, logo na fase de recrutamento, que a empresa assumia com seriedade e responsabilidade o produto que comercializava, e que a organização era composta por profissionais extraordinários, de quem eu teria muito a aprender e com que gostaria de trabalhar.

 

Como é que encara a transformação que a PMI está a fazer?

Penso que esta transformação vai ser um business case estudado nas faculdades. É a coisa desafiante em que se pode estar envolvido. É muito entusiasmante e muito motivador estar dentro de uma empresa que é muito lucrativa, sólida no mercado e no mundo a qual decide defender que, no futuro, pretende deixar de fazer aquilo que faz há muitos anos e que é o core do seu sucesso. E que o faz levando toda a empresa e todos os colaboradores, assumindo que todos são potenciais agentes dessa mudança.Para quem está na empresa, este passo paradigmático foi muito motivador,  entusiasmante. Estas mudanças permitem-nos começar de novo nas nossas carreiras, aprender novas coisas. Vejo esta transformação de uma forma muito positiva e muito entusiasmante; muito desafiadora também. Sou por natureza muito curiosa e considero que há sempre alguma coisa que vou aprender.

 

Com uma equipa de três pessoas e com os desafios que se adivinhavam, como se prepararam para esta mudança que a empresa está a empreender?

A PMI é este grande grupo Internacional que tem 400 advogados no mundo inteiro. Existem colegas na Argentina, no Dubai, na Indonésia, pelo que sabemos que temos uma rede de contactos que podemos ativar, além da equipa jurídica que pensa centralmente nos assuntos, e, portanto, vai dando algumas orientações e guidance para os departamentos jurídicos locais.

Assim, quando se decide que Portugal lançará produtos de tabaco aquecido e dispositivos para aquecimento de tabaco, nós já tínhamos tido discussões sobre o enquadramento regulatório destes produtos, os requisitos aduaneiros, potenciais impostos, que tipo de contratos deveriam ser implementados. Portugal foi o quarto mercado da PMI a lançar este produto.

 

Mas cada mercado tem a sua legislação especifica.

No tabaco isso é muito evidente. A própria embalagem não é comum nos países da Europa embora se apliquem regras que derivam do ordenamento jurídico comunitário. Quando a Tabaqueira decidiu lançar produtos de tabaco aquecido, acompanhado do dispositivo para aquecimento de tabaco, persistiam muitas dúvidas quanto ao quadro regulamentar aplicável. Foi preciso levar a cabo essa análise exploratória que foi muito entusiasmante, mas, ao mesmo tempo, deu um friozinho na barriga. Estamos todos muito orgulhosos daquilo que somos capazes de fazer.

 

Temos uma cultura de co-responsabilidade. E, de facto, somos todos responsáveis, em particular todos os membros da equipa de gestão, por garantir que a Tabaqueira tem uma cultura e um ambiente de trabalho inclusivos. Foi essa cultura que nos permitiu alcançar já 40% de mulheres na nossa organização local.

 

A Philip Morris International é a primeira empresa com certificação de igualdade salarial entre homens e mulheres. Estes processos são liderados pelo departamento jurídico ou de Recursos Humanos?

Orgulhamo-nos muito desse feito. Estes temas também podem passar por nós, mas tudo o que são políticas de People & Culture são geridas pela Margarida Cardoso, que tem trazido estes assuntos ao cerne da equipa de gestão. A implementação destas medidas de igualdade de género, ou de diversidade e inclusão, tem um caracter jurídico que tem de ser validado, mas é sobretudo o trabalho da área de Recursos Humanos.

Mas mais do que definir de quem é a liderança, temos uma cultura de co-responsabilidade. E, de facto, somos todos responsáveis, em particular todos os membros da equipa de gestão, por garantir que a Tabaqueira tem uma cultura e um ambiente de trabalho inclusivos. Foi essa cultura que nos permitiu alcançar já 40% de mulheres na nossa organização local.

Na equipa jurídica somos só mulheres, somos todas muito ativas e assumimos o nosso compromisso pessoal com a inclusão e a diversidade. Por exemplo, neste momento estamos a coadjuvar na implementação local de um ERG (Employee Resource Group) focado nas questões de igualdade de género, o grupo local da WIN – Women Inspiration Network. Este grupo pretende contribuir para que a Tabaqueira seja uma empresa de excelência para todas as mulheres trabalharem, em que todas possam ter a sua voz e possam ser a sua melhor versão através da criação de momentos de discussão, partilha e networking, identificação de role models e sensibilização da organização para comportamentos inclusivos.

Nós as mulheres  fomos avançando profissionalmente com a  crença – muito presente nos 1990 – de que tínhamos de ser como os homens. Até nos vestíamos como eles. Ainda hoje, só me sinto compostinha para negócios quando levo um blazer.  Agora estamos a perceber que não precisamos de ser como eles; precisamos de ser quem somos. Do ponto de vista das empresas e dos negócios só faz sentido reconhecer essa diferença. Se assumirmos que metade dos consumidores ou dos clientes finais de uma empresa são mulheres, não ter essa representatividade dentro de casa, é só uma má decisão de negócio . Para além de que seria um enorme desperdício ignorar metade do talento disponível.

 

Se assumirmos que metade dos consumidores ou dos clientes finais de uma empresa são mulheres, não ter essa representatividade dentro de casa, é só uma má decisão de negócio. Para além de que seria um enorme desperdício ignorar metade do talento disponível.

 

Até que ponto é que esta preocupação da Tabaqueira com a diversidade e a igualdade de género tem sido importante para a sua evolução?

É muito importante para mim, enquanto profissional, para o meu bem-estar e para a minha felicidade profissional. Gosto muito de trabalhar e a minha atividade profissional dá-me muita satisfação. E naturalmente, trabalhar num local em que o facto de ser mulher não é um obstáculo num lugar em que sei que que posso ser quem sou, que não preciso de “me vestir” de outra coisa é essencial para esse bem estar. A Tabaqueira dá-nos esta autorização para sermos autênticos; sempre me foi  permitido ser eu própria.

A verdadeira diversidade, e é para aí que começamos a caminhar, consiste no respeito pela autenticidade. Não é só ser mulher ou ser homem, não é só  diversidade religiosa, racial, cultural… é a possibilidade de as pessoas pensarem todas de maneira diferente. Quão vantajoso é para o mundo dos negócios termos pessoas diferentes a identificar perspetivas diferentes ?!

 

Na fase que a empresa atravessa, diria que essa diversidade é crucial, pois pode trazer alertas e novas visões.

É crucial tanto para as grandes decisões estratégicas como  para as mais pequenas decisões. É importante criarmos o ambiente adequado para que todos se permitam participar e sejam chamados a expressar os seus pontos de vista. Acima de tudo é estar atentos e permeáveis a ouvir as pessoas. Dificilmente uma organização consegue um nível de inovação e entendimento da diversidade dos seus consumidores se todas as suas equipas forem constituídas por pessoas que pensam do mesmo modo. A diversidade, traduzida em divergência de perspetivas para convergência de soluções, é extremamente enriquecedor para o crescimento profissional e para a evolução das empresas.

 

Na sua área, a Alexandra é muito premiada.

Assumo que sim. Não levo  estes prémios muito a sério mas claro que mas se há que os dar a alguém que seja a mim (risos)sinto-me muito orgulhosa. Acho que são o reflexo das oportunidades que me foram dadas e de trabalhar na Tabaqueira, com as pessoas com quem trabalho. O departamento jurídico está muito orgulhoso daquilo que foi alcançando, dos desafios que temos, da forma como os vamos  ultrapassando, e gostamos de partilhar essas aprendizagens, como, por exemplo, o fazemos no Iberian Lawyer, ou na Chambers.

Os prémios são também o reflexo da equipa com quem trabalho. Costumo dizer à minha equipa: “nada do que nós façamos sozinhas há de ser melhor do que construímos juntas”. Temos uma forma de trabalhar muito colegial, discutimos muito os assuntos. E é um orgulho para todos perceber que aquilo que fazemos enquanto equipa tem uma validação externa.

 

Qual o seu conselho a uma jovem jurista?

Boa disposição e vontade de saber e aprender. E dizer que se quer aprender e saber. Não há nada mais poderoso do que dizer: “explica-me o que é que estás a fazer”. Porque criamos uma relação que de imediato dá frutos, porque nós aprendemos muitíssimo e porque aprendendo conseguimos ir buscar as coisas que são importantes e os instrumentos jurídicos que devemos aplicar. A boa disposição porque isto é muito mais giro se estivermos bem-dispostas. Como diz uma colega, citando Almada Negreiros “A alegria é a coisa mais séria  da vida” e é verdade.

 

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