Marta Almeida, de 42 anos, é a diretora coordenadora nacional da DS Crédito, marca do grupo Decisões e Soluções especializada na prestação de serviços de consultoria e intermediação de crédito. A sua vida profissional de cerca de duas décadas esteve ligada à área dos Recursos Humanos. Licenciada em Gestão de Recursos Humanos pelo Instituto Superior de Línguas e Administração, passou pela Caixa Agrícola do Vale do Douro entre 2002 e 2006 e pela consultora Sondaxe em 2004, no âmbito da Agenda 21 do Eixo Atlântico. Foi ainda formadora no projeto SCETAD entre 2001 e 2002, para a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro e Delegada Concelhia dos CENSOS 2001 para o Instituto Nacional de Estatística. Em 2017 assumiu as funções que hoje desempenha, depois de ter sido diretora coordenadora regional desde 2008 da Decisões e Soluções e diretora da agência do Peso da Régua entre 2006 e 2008.
A partir de Peso da Régua, onde nasceu, hoje lidera um projeto que ajudou lançou de norte a sul do país. Eis como são os seus dias típicos:
7h00
Acordo para mais um dia. Seja em Peso da Régua, onde resido, no Porto, em Lisboa ou no Algarve, com um aperto no coração por não estar, olhos nos olhos, com os que mais amo logo pela manhã. Faço um refresh no telemóvel e passo os olhos pelas novas mensagens que acabam de cair no e-mail, bem como nas novidades das redes sociais.
7h15m
Realizo o meu plano de meditação como forma de me preparar para o longo dia que aí vem. Ajuda-me a conectar com o presente, como meio de motivação e a iniciar o dia com energias renovadas.
7h45m
Depois da mente, são horas de tratar o corpo. Para mulher vaidosa e cuidada que sou, não demoro muito tempo. Depois passo para a cozinha, quase sempre com o maior cuidado, para não acordar ninguém. Faço um batido e uma torrada. Aproveito estes breves momentos de calma para rever os primeiros compromissos do dia.
8h00
Saio de casa, nunca sem antes deixar um beijo a todos, pronta para iniciar um processo quase ininterrupto de contactos telefónicos e pessoais, de entrevistas, de aconselhamentos e de visitas. As viagens têm de tudo um pouco: distâncias, silêncios, pensamentos, diálogos, chegadas, pessoas, sorrisos, foco, sonhos e partidas….
9h30m
Num dia calmo, a esta hora já estou a estacionar na sede do grupo, em Vila Nova de Gaia, mais propriamente a ver Espinho em S. Félix da Marinha. Com a agitação habitual, começo o dia com a agenda preenchida de reuniões com agentes, candidatos e com a coordenação. Aproveito ainda para tomar um café e programar calendários e objetivos com a equipa fixa da sede. Agora é tempo de responder a e-mails, devolver chamadas e “cumprir” a agenda.
10h30m
Começam a chegar os candidatos para as entrevistas. Esta tarefa é das mais desafiantes que enfrento. Para além da responsabilidade de apresentar o projeto que represento, tenho de estar preparada para conhecer novas realidades de quem se senta à minha frente. Conhecer, interpretar e comunicar com alguém é de facto um privilégio e um desafio que me motiva constantemente.
13h00
Costumo aproveitar a hora de almoço para continuar a trabalhar, num registo mais descontraído. Na maior parte dos dias reservo este momento para estar com a minha equipa de coordenação, onde conversamos de tudo um pouco, em particular das nossas vidas.
14h00
As tardes estão, quase sempre, reservadas para formação e/ou reuniões com equipas. A grande batalha que travo religiosamente, uma vez que é o único meio de mantermos as equipas atualizadas, empenhadas, focadas e determinadas em alcançar as metas. Porque acredito que a proximidade é um dos pontos fortes em qualquer área de negócio.
18h00
Esta devia ser a hora de saída da sede. Raramente cumpro com este princípio. Há sempre alguma coisa para terminar no último instante. Cada minuto de atraso vai refletir-se, invariavelmente, no modo como acabo cada dia. E quem se ressente destes imprevistos de última hora são sempre os mesmos… a família. Dependendo do dia da semana, vou muitas vezes buscar a minha filha mais velha ao autocarro, já que ela joga voleibol em Arcozelo, muito perto da sede. Aproveitamos para nos atualizarmos sobre o nosso dia, ela da escola e eu de trabalho. Enquanto o treino não acaba (nunca antes das 20h30m) aproveito estes momentos, sozinha, para ligar ao meu marido e para falar com o nosso filho mais novo, enquanto faço uma breve caminhada na praia, mesmo ao lado da sede. Ajuda-me a não pensar no trabalho, mas é algo que dificilmente sai da minha cabeça, desde que me levanto até que me deito.
21h30m
Mais coisa, menos coisa, esta é a hora habitual de chegar a casa. Resta-me pouco tempo para estar com os miúdos, por isso, tento aproveitar cada instante. O ponto de encontro é a cozinha. Mesmo exaustos, temos a necessidade e a preocupação de falarmos e ouvirmos como todos passámos o nosso dia. Para mim é fundamental saber e perceber como é que a minha família está ao nível emocional. O apoio de cada membro é imprescindível para o bem-estar de toda a família. Sem eles, e sem o seu apoio e motivação, não conseguiria ter este ritmo de trabalho.
22h30m
É tempo de deitar os miúdos na cama. Deitar somente. O relógio biológico deles já está definido pelos hábitos dos adultos. A pediatra diz para não dar muita importância: 7 horas de um bom sono são suficientes.
22h45m
Tenho sempre o vício de passar mais uma vez os olhos pelos e-mails. De imediato ouço uma voz de fundo questionar “Ainda não chega por hoje?” Convida-me para ver um filme. Eu vejo até ao fim; ele raramente. Mas sabe sempre como acaba.
00h30m
Quando o meu sono aperta seguimos para o quarto. Ainda consigo ler meia dúzia de páginas de um livro. É hora de descanso da guerreira, pois daqui a pouco estou de volta para mais um dia de aventuras. Nunca existem dois dias iguais.