Joana Alves começou por criar o blogue Le Passe Vite onde queria apenas relatar todas as suas “aventuras entre tachos e receitas”, mas à medida que foi entrando num novo mundo de sabores quis saber mais sobre nutrição e sobre o poder da alimentação no nosso bem estar. Lança hoje o livro Natural – O Grande Livro da Cozinha Vegetariana, com mais de 100 receitas vegetarianas, vegan e raw, onde explica a importância de se regressar a uma cozinha mais saudável, sem alimentos processados e refinados.
Aos poucos transformou um estilo de vida em negócio. Hoje faz workshops e cozinha por encomenda.
O gosto pela alimentação natural (é vegetariana há quase 20 anos) levou-a a completar o curso de macrobiótica do Instituto Macrobiótico de Portugal e a participar em vários workshops. Aos poucos criou o seu negócio e agora é ela que se dedica “de corpo e alma” a dar workshops de cozinha e a cozinhar por encomenda. Em 2013 foi nomeada finalista para os prémios de Best Food Blog da Saveurs, na categoria de fotografia. Seguramente que os populares Overnight Oats ou a irresistível mousse de chocolate com abacate ou o cheesecake de caju e mirtilos contribuíram para isso.
Hoje, Joana vai dar um showcooking no El Corte Inglés e conselhos sobre a melhor forma de fazer esta mudança alimentar.
O que pretende transmitir com este livro?
Quero apelar a um regresso a uma alimentação mais natural, com menos alimentos processados, mas também a um estilo de vida mais simples e até tranquilo. Este livro é como um guia onde partilho tudo o que fui aprendendo ao longo dos anos sobre a alimentação natural, saudável e sempre muito saborosa! Espero poder inspirar os leitores a fazer algumas mudanças nas suas vidas começando pela alimentação, arranjando mais tempo para cozinhar e a aproveitando o momento e quem sabe tornar o dia à dia mais colorido.
O mais importante será começar por abrir o leque dos alimentos em vez de restringir.
Como se tornou vegetariana?
Foi já há a cerca de 20 anos. Na altura estava no pico da adolescência e com aquela típica vontade de mudar o mundo! A minha mãe já era vegetariana há muito tempo e um dia descobri um livro escondido numa gaveta que me impressionou muito acerca do impacto que a produção de animais tinha no ambiente. E do almoço para o jantar decidi que estava na altura de mudar. Nunca mais olhei para trás!
Que vantagens encontra nesta mudança alimentar?
Acima de tudo uma consciência mais tranquila e a deliciosa sensação de estarmos a cuidar de nós.
Não é uma mudança muito difícil? Novas formas de cozinhar, novos ingredientes, novos sabores…
Há pessoas que se tornam vegetarianas de um dia para o outro, mas penso que cada um deve seguir o seu próprio ritmo. Acho que o mais importante será começar por abrir o leque dos alimentos em vez de restringir, e perceber que não se está a perder nada mas sim a entrar num novo e excitante mundo, cheio de novos sabores e texturas. Começar a introduzir cada vez mais vegetais na sua alimentação normal, pôr a hipótese de experimentar um cereal diferente como acompanhamento para ir saindo do monótono trio arroz branco – massa – batatas, comer mais leguminosas, mais fruta, mais frutos secos, trocar os lanches habituais ou as pequenas refeições por opções vegetarianas… Depois começar a alternar as refeições principais, ou quem sabe até dias inteiros?, entre vegetarianas e não vegetarianas. E acima de tudo, divertirem-se com todas as novas descobertas!
Há cada vez mais consciência de que o que comemos tem realmente muito impacto no nosso bem estar.
A culinária vegetariana é hoje a sua atividade profissional?
Sim! E enche-me de orgulho poder dizê-lo!
Há muitos interessados nesta mudança?
Penso que sim. Há cada vez mais consciência de que o que comemos tem realmente muito impacto no nosso bem estar e na sustentabilidade do planeta. Há cada vez mais abertura para este género de alimentação e acho que quando as pessoas começam a descobrir este mundo ficam surpreendidas com os sabores que encontram e com muita vontade de mudar a sua alimentação.
