Entrou no Conservatório de Coimbra aos 8 anos para aprender violino, mas foi a paixão pelo cano que marcou o seu percurso. Aos 19 anos, deixou o curso de Química para se dedicar de corpo e alma ao canto e partiu para Inglaterra em 2001, onde se formou (licenciatura e mestrado em performance) pela Guildhall School of Music and Drama, em Londres, a que se seguiu o mestrado em ópera pelo Conservatório Real da Escócia. Estreou-se nos palcos em 2002, em Inglaterra, na Flauta Mágica de Mozart, interpretando o papel de Rainha da Noite. A estreia em Portugal, no Teatro de S. Carlos, aconteceu, em 2007 num dos seus papéis e óperas de sonho – Gilda em Rigoletto. Em espetáculos de ópera ou como solista de concertos, tem atuado em vários festivais nacionais e internacionais em conceituadas salas de espetáculo de todo o mundo. No currículo tem vários prémios, que começou a colecionar em 2002, quando ainda estudava em Inglaterra.
O canto, que define como um sacerdócio ou uma ginástica de alta competição, tem-lhe dado mais do que uma profissão e uma forma de expressão artística. “O canto ajudou-me muito a solidificar a minha personalidade e a construir uma autoconfiança que não tinha”, afirma.
Que comportamentos, hábitos ou atitudes justificam ou contribuíram para o seu sucesso?
O meu tempo de estudo e trabalho é sagrado para mim. Sou muito focada, rigorosa e muito exigente comigo própria. Sou perfeccionista e sofro muito com isso. Dou importância a cada detalhe da música, do texto, da personagem. Ou não fosse tudo isso o que me levou a apaixonar pela música. Quando entro em palco, faço-o absolutamente tranquila e em controlo de mim própria e do meu papel. Entro com humildade e gratidão. Procuro ser atenta e generosa com os artistas com quem partilho os ensaios e o palco. Inspiro-me nos detalhes e tento ser muito verdadeira e projetar-me para além de mim própria. Se tocar o público, mesmo que por um instante, já sinto que valeu a pena.
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