A gestão de Recursos Humanos durante uma pandemia a mudança de acionista

Gilda Caeiro, directora Jurídica e de Recursos Humanos da Prio, relata como a companhia energética portuguesa está a sair mais forte de um ano especialmente desafiante.

Gilda Caeiro é diretora Jurídica e de Recursos Humanos da Prio.

A pandemia não foi o primeiro desafio que enfrentámos. A Prio nasceu em 2007, num contexto especialmente difícil, pouco antes de uma crise mundial que despoletou uma crise financeira em Portugal, que levou a uma intervenção externa. Desde o início que nos assumimos como uma empresa de energias para a mobilidade do futuro e por isso fomos enfrentando os desafios que foram aparecendo, procurando continuar a investir em Portugal e a caminhar para uma verdadeira transição energética, um futuro onde a mobilidade será feita através de várias energias, cada vez mais verdes e sustentáveis.

Acontece que passados 13 anos do nosso nascimento, e à semelhança de todos, não esperávamos que uma pandemia nos obrigasse a confinar e mudar de forma tão drástica muitos dos nossos hábitos.

Logo no início de março, antes de ser decretado o primeiro estado de emergência, implementámos uma série de medidas destinadas a proteger colaboradores, clientes e parceiros de negócios.

Nos nossos postos, que estão espalhados por todo o país, conscientes que o seu impacto nas comunidades locais era enorme, tivemos de nos adaptar para garantir que continuávamos a servir os nossos clientes cumprindo todas as medidas de segurança. Na Fábrica de Biodiesel em Aveiro, foi necessário organizar as equipas, reajustando os turnos. Nos nossos escritórios, tivemos de nos adaptar ao teletrabalho sem afetar a eficiência,  ao mesmo tempo que procurámos garantir o bem-estar e preservar a saúde mental de todos, através de liberdade de horário para permitir uma conjugação equilibrada da vida profissional e familiar, disponibilizando todas as plataformas digitais para trabalhar em casa e equipamento de escritório e eletrónico para facilitar o trabalho remoto. e assegurando acompanhamento especializado a quem precisava. Só assim conseguimos garantir que o país não parava e que conseguíamos fornecer combustível a todos os trabalhadores essenciais ou gás às famílias e empresas. Porém, tudo isto implicou uma dose acrescida de resiliência para as nossas equipas.

Atentos às mudanças trazidas pela pandemia, reforçámos a nossa aposta na digitalização, promovemos ainda mais a aprendizagem de novas competências facilitadas pelo crescente número de formações online que foram apresentadas no último ano, e usando as plataformas digitais para recrutar durante a pandemia.

Decidimos que este reforço da aposta na formação deveria passar pela criação da Escola PRIO, cujo lançamento teve lugar no início de 2021. A sua missão é potenciar as competências dos colaboradores, com destaque para a formação interna através do know-how que fomos acumulando desde 2007.

Complementarmente à aposta na aprendizagem e desenvolvimento de novas competências, procurámos que os colaboradores não descurassem a sua saúde e bem-estar ao criarmos protocolos com clínicas dentárias, oftalmologia, ginásios e terapeutas.

Adicionalmente, e relacionado com este ponto, decorrente do contexto de incerteza, tornou-se imprescindível reforçar a comunicação interna com os quase 800 colaboradores durante este período e ainda mais por causa da mudança de acionista, quando no verão de 2020 o Grupo DISA adquiriu a PRIO à Oxy Capital. Assim, foi ainda mais importante garantir aos nossos colaboradores que a PRIO continuaria a contar com todos e que esta mudança iria trazer inúmeros benefícios, precisamente pelo facto de a empresa passar agora a pertencer a um dos maiores grupos ibéricos de energia, com todas as condições para continuar a crescer e investir cada vez mais em Portugal.

A mudança de acionista revelou-se uma enorme mais-valia, pois tendo em conta a dimensão e experiência do Grupo DISA, tivemos a possibilidade de identificar sinergias e estudar e adotar boas práticas transversais a todo o universo DISA.

Por isso, é imprescindível continuar a gerir a motivação em tempos desafiantes e de incerteza, melhorar a comunicação interna para que todos se sintam parte integrante da empresa, uniformizar e melhorar processos, como fizemos, por exemplo,  com o processo de acolhimento para os novos colaboradores adaptado às suas funções, seja na sede ou nos postos de abastecimento e garantir a proximidade das nossas pessoas.

Podemos dizer que em 2021 estamos ainda mais fortes que em 2020. A pandemia trouxe desafios que não estão nos manuais, mas graças à irreverência aliada à experiência dos nossos colaboradores conseguimos criar soluções que nos permitiram sair por cima.

Os novos tempos poderão ser um desafio intransponível para muitas empresas. Para nós são uma oportunidade de fazer mais e melhor.

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