Recém-licenciada em Gestão pela Universidade Católica, em 1990, Lígia Gonçalves Pereira entrou para a Shell onde passaria por vários departamentos e chegou a responsável pelo CSC (Customer Service Center), numa primeira fase em Portugal, e, posteriormente, numa experiência internacional em que acumulou os mercados português e espanhol, liderando uma equipa de 80 pessoas.
Na Repsol, energética em que trabalha atualmente, teve uma experiência na gestão do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), foi responsável pelo Negócio de Non-Oil e, também, pelo Apoio à Gestão, Logística e Administração Comercial de Lubrificantes, Asfaltos e Especialidades (LAE). Atualmente, lidera a equipa de Serviços Globais da Repsol em Portugal, onde, numa visão end-to-end, tem como objetivo tornar a multienergética mais ágil e eficiente em todos os processos.
“Desafios profissionais? Já tive alguns. Vivi profissionalmente uma experiência de integração derivada de um M&A [Merger & Acquisition, fusão e aquisição] com a compra pela Repsol dos negócios e ativos da Shell em Portugal. Foi um momento de experiências muito ricas por todo o processo de integração de pessoas, sistemas, cultura e processos. Já na Repsol, tive, sem dúvida, o maior desafio da minha carreira até agora – a gestão da Unidade de Serviços Globais Portugal, em 2018.
Numa empresa onde tradicionalmente o suporte administrativo e de operações dos negócios estiveram sempre integrados nos respetivos negócios, o salto para uma organização independente, e que simultaneamente tinha que manter a proximidade aos negócios, foi um desafio. O desígnio foi – e ainda é – tornar a organização mais eficiente, em todas as operações.
Tendo em consideração as novas formas de trabalho e o programa de transformação da própria companhia, a criação de uma Unidade de serviços partilhados, com processos integrados numa visão global (end-to-end), fez todo o sentido. Esta reorganização foi transversal, abrangendo todas as empresas Repsol em Portugal, desde a comercialização dos combustíveis, ao gás e ao complexo da Repsol Polímeros em Sines, bem como processos relacionados com Clientes, Fornecedores e Reporting.
A transformação, que não atende apenas à parte do negócio, impactou diretamente um número significativo de pessoas e, em particular, as 60 pessoas que constituíram esta nova Unidade. O espírito de missão de todas as equipas envolvidas foi extraordinário. Foram meses marcantes, de grande motivação e disponibilidade da equipa de gestão, ao ser parte integrante de uma mudança estratégica profunda. Fomos todos incansáveis, com a consciência de que esta transformação era e é determinante para acrescentar valor aos Negócios, através de uma execução fiável e eficiente das operações, otimizando processos transversais e desenvolvendo conhecimento com uma equipa profissional, que se quer qualificada e muito motivada.
Em plena pandemia, o desafio continua. Agora, com um novo Plano Estratégico da Repsol, cujo modelo operativo impulsiona uma organização ainda mais ágil, onde os Serviços Globais são preponderantes para atingir mais rapidamente eficiências e economias de escala.
Volvidos dois anos, e em plena pandemia, o desafio continua. Agora, com um novo Plano Estratégico da Repsol, cujo modelo operativo impulsiona uma organização ainda mais ágil, onde os Serviços Globais são preponderantes para atingir mais rapidamente eficiências e economias de escala, nomeadamente através da digitalização, sempre com grande enfoque no Cliente, que está, também ele, cada vez mais digital.
O caminho para uma maior eficiência passa pela análise permanente dos processos para a sua simplificação e melhoria contínua. Temos um desafio permanente que reside na capacidade de questionar o status quo e conseguir levar toda a organização connosco.
A pandemia teve um grande impacto na vida pessoal e profissional de todos, mas, ao mesmo tempo, acelerou a digitalização e potenciou novas formas de trabalhar a uma velocidade que nenhuma outra iniciativa poderia conseguir. Por outro lado, trouxe também uma ansiedade e uma distância física que não facilitam a vida a quem tem que gerir uma equipa grande que se quer muito motivada e coesa para estar permanentemente a questionar os processos e a lutar pela sua otimização. O sucesso, até agora, foi possível devido à imensa dedicação e profissionalismo de todos e à capacidade de colaborar e estar próximo, mesmo à distância.
Num mundo cada vez mais digital, de ciclos de mudança cada vez mais curtos e com enquadramentos económicos por vezes inesperados, o futuro das empresas passa pelo duplo desafio de eficiências de custos e proximidade ao Cliente, sendo esse mesmo o desafio permanente da minha função atual.”