Zurique, por Rita Lopes

Saiu de Portugal há 13 anos para fazer o mestrado em Londres, e não regressou. Depois de 8 anos a trabalhar em Londres na Euromonitor e na Bloomberg, em 2014 mudou de cidade e de carreira. Hoje recruta quadros de topo na área financeira na Swisslinx, em Zurique. Conheça as suas referências na cidade suíça.

Rita Lopes é principal recruiter financial services na Swisslinx, em Zurique.

O plano de Rita Lopes quando decidiu fazer um mestrado em Londres, após a licenciatura em Economia na FEP, era regressar quanto terminasse, mas não foi o que aconteceu. Após o mestrado em International Accounting and Finance na Cass Business School, ficou indecisa entre voltar ou ficar e foi ficando.  Aceitou um projecto remote com a Euromonitor, até decidir o que fazer, e, pouco depois, entrava na Bloomberg, onde ficou cerca de seis anos. Começou no departamento de Analytics e nos últimos quatro anos esteve na área de Sales e Account Management, onde era responsável por contas em Zurique, com viagens de trabalho semanais.

Após cerca de oito anos em Londres, sentiu que precisava de uma mudança pessoal e profissional e, como já conhecia bem Zurique pelas constantes viagens de trabalho, decidiu que esse seria o próximo destino. O resto aconteceu por acaso. Foi contactada pela partner da Swisslinx, para trabalhar na área de executive search, e a sua primeira resposta foi um não, afinal não era era a sua área de formação. A verdade é que depois de várias conversas, decidiu arriscar e aceitar a proposta. Hoje, é principal recruiter financial services na Swisslinx e diz com orgulho que já colocou cerca de 100 candidatos! E afinal, as diferenças não eram tantas como lhe pareceu inicialmente. Trabalha exactamente com o mesmo tipo de clientes que tinha na Bloomberg, pesquisando e colocando os melhores perfis nas mais diversas áreas do sector financeiro.

Diz que o maior desafio e aquilo de que, sem dúvida, mais gosta, é encontrar e colocar candidatos com um perfil muito específico e pouco disponível no mercado. “Muitas vezes se ouve ‘Quero trabalhar em RH porque gosto de lidar com pessoas’ mas a verdade é que disso gostamos todos, desde que as pessoas sejam cooperantes!”, alerta, defendendo que este é um trabalho para quem gosta de gerir emocões e expectativas: as suas, as dos candidatos, as dos clientes. E já agora, é muito importante saber gerir deadlines e targets constantes.

Rita Lopes deixou a família e os amigos em Portugal, por isso, volta frequentemente para manter o contacto. Nessas viagens, aproveita também para matar saudades do mar e da atitude aberta e espontânea dos portugueses, de que confessa sentir muita falta na Suíça.

Conheça as suas sugestões para as executivas que visitem Zurique.

 

O café ou casa de chá para um bom pequeno-almoço
Sou uma acérrima fã da Spruengli, uma das confeitarias/chocolatarias mais tradicionais da Suíça, sobretudo da loja principal em Paradeplatz, o coracão financeiro de Zurique. Os luxemburgerli são a versão suíça dos macarons e uma das especialidades da casa, onde locais e turistas se misturam.

Os luxemburgerli são a versão suíça dos macarons.

Outra boa opcão é o Conditorei Schober, o mais antigo café de Zurique, onde não pode perder o Apfelstrudel e o chocolate quente!

Há boas razões para experimentar o Conditorei Schober.

O restaurante para um almoço de negócios
Para um almoco de negócios mais tradicional e central, o Taos e o Cantinetta Antinori, em Bahnhofstrasse, são sempre boas opções. Se quer que o almoço seja num sítio mais descontraído e tradicional, porque não experimentar o Zeughauskeller, um restaurante de comida típica num edifício do século XV?

No Taos vai sentir-se confortável para um encontro de negócios.

A livraria imperdível
A loja principal da Orell Fuessli, com o último piso dedicado aos livros em inglês e aos produtos britânicos. Para alguém que como eu, viveu rodeada de livrarias em Londres, esta é uma boa alternativa.

Procure na Orell Fussli as últimas novidades em livros de Liderança, Gestão ou Marketing.

A sala de espetáculos obrigatória
Hallenstadion
 pode ser considerado o equivalente à Altice Arena e tem bons concertos frequentemente.

Um museu ou uma exposição a não perder
O Kunsthaus é o meu museu preferido na cidade. Tem uma enorme variedade de obras desde Picasso a Monet, Chagall e Andy Warhol.

O Kunsthaus tem uma das coleções de arte moderna mais completas do mundo.

As lojas de decoração a que não resiste
O Globus, uma das principais cadeias suíças, tem um piso de decoração muito interessante, sendo que grande parte dos produtos (têxteis e cerâmicas) são de produção portuguesa. A Sostrene Grene é uma loja de artigos de decoração dinamarquesa que está a fazer um sucesso por cá, com a renovação semanal de produtos e o baixo custo.

As lojas favoritas para comprar roupa, sapatos e carteiras
Apesar de aproveitar as minhas viagens para fazer compras, uma vez que vou com frequência a Portugal, se procuro algo diferente, o Jelmoli é a minha loja preferida em termos de qualidade e variedade de oferta. Ainda há uma grande tradição em Zurique de apanhar o comboio e ir a Milão ou Konstanz fazer compras.

A Jelmoli é um dos mais conceituados grandes armazéns de Zurique e inclui o Food Market.

Os beauty spots
Há uma grande oferta de servicos de beleza e o site treatwell.ch permite pesquisar por servico e bairro!

O mercado ou a mercearia para comprar bons produtos
O Jelmoli e o Globus têm uma excelente seleção de produtos nos seus supermercados. Outra alternativa é o Mercado de Biológicos que se realiza às quartas e sábados de manhã em Oerlikon.

Se tiver oportunidade passe no Mercado de Biológicos.

Que especialidade é obrigatório experimentar
Não podendo passar ao lado do rosti de batata típico, das salsichas e do fondue ou raclette, a verdade é que para mim, os chocolates da Laderach são obrigatórios! Vendem-se ao peso e todos os meses há uma nova especialidade.

Como os chocolates da Laderach se vendem ao peso pode comprar vários para experimentar.

O que mais gosta na cidade
Pelo facto de Zurique ser uma cidade tão pequena, rapidamente se chega a todo o lado o que facilita imenso o equilíbrio entre a vida profissional e a social. O lago no Verão é outro ponto forte da cidade, sendo que facilmente posso ir dar um mergulho ao fim do dia com os meus amigos ou relaxar num dos muitos badis.

O que menos gosta
A Zurique falta-lhe a vibe de grande cidade cosmopolita, o que se traduz numa necessidade maior de explorar outras áreas do país e de viajar.

Zurique mantém o encanto de uma cidade com história.

O que mais a surpreendeu na cidade?
A centralidade de Zurique é um bónus para quem gosta de viajar ou fazer escapadinhas de fim de semana. Gosto muito da diversidade de cafés e dos banquinhos espalhados aos longo dos trilhos, para podermos simplesmente parar e apreciar a vista.

Qual o segredo mais bem guardado de Zurique
Sugiro um mergulho à hora de almoco no Frauenbad, uma piscina/acesso ao lago para mulheres, com um bar aberto a todos a partir das 19h, o Barfussbar.

O Frauenbad é um antigo balneário para mulheres que tem quase dois séculos.

Que hábito ganhou nessa cidade que não tinha em Portugal
Em Zurique ando imenso de comboio, seja para chegar ao trabalho (7 minutos de trajeto) seja para me deslocar a outros pontos do país. São super pontuais, limpos e modernos e as vistas são geralmente muito melhores do que se usarmos o carro. Outro hábito que ganhei durante o Verão, uma vez que isso não era possível em Londres, são os mergulhos no lago depois do trabalho… em 10 minutos estou lá.

O que diria a uma executiva que foi convidada a trabalhar em Zurique
Go for it! Se a oferta é boa e/ou o projecto interessante, uma experiência internacional é geralmente muito benéfica. Há uma grande comunidade de expatriados na cidade e a qualidade de vida é boa.

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